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Chernobil vinte anos depois – O maior acidente tecnológico de sempre

No próximo dia 26 de Abril, evocam-se vinte anos sobre o grave acidente nuclear na central de Chernobil (Pripyat – Kiev, na Ucrânia). Nesta ocasião, a Plataforma Não ao Nuclear pretende prestar homenagem a todas as vítimas da energia nuclear dita «pacífica» e chamar a atenção para a necessidade de reflectir sobre a (in)segurança associada às centrais nucleares, já que hoje, como em 1986, a possibilidade da ocorrência de um acidente nuclear de grandes proporções não pode ser ignorada.

 

Com o objectivo de tentar impor em Portugal a construção de centrais nucleares, têm alguns ultimamente tentado negar ou diminuir a gravidade do acidente de Chernobil. Os promotores do nuclear sabem bem que o acidente de 1986 está ainda vivo na memória dos portugueses. Note-se que, antes desse acidente, pelo menos duas centrais nucleares estiveram muito perto de uma catástrofe idêntica ou até mais devastadora, ambas em países ocidentais: em Inglaterra em 1957, em Windscale, e nos Estados Unidos, em 1979, em Three Mile Island.

 

Mas Chernobil foi e continua a ser o maior acidente tecnológico da história da humanidade, o de maior envergadura e de consequências mais devastadoras. Compreende-se que a indústria nuclear não goste que lho recordem. Ao contrário do que afirmam os entusiastas do nuclear, continua a não ser possível eliminar a eventualidade de um acidente grave numa central nuclear, isto é, acompanhado da libertação maciça de radioactividade sem controlo, nos solos, nas águas, no ar, na fauna, na flora, nas pessoas, no ambiente. As consequências de um acidente desta natureza passariam por mortes imediatas e diferidas, malformações e cancros, embargo prolongado de alimentos vegetais e animais, evacuação precipitada de dezenas ou centenas de milhares de pessoas, interdição por décadas de extensas áreas, e efeitos eventuais a milhares de quilómetros de distância.

 

Não passa de propaganda a ideia de que existiriam centrais nucleares de «nova geração» não sujeitas à eventualidade de um acidente grave, por mais baixa que seja a sua probabilidade teórica. Apesar dos esforços de aperfeiçoamento dos sistemas de segurança, tal eventualidade não pode ser eliminada. Para os promotores do nuclear, encarar esse facto de frente seria manifestação de um «medo irracional». Pelo contrário: ignorá-lo é que é antes prova de temeridade irresponsável e eticamente inaceitável, expressão de uma leviandade que não hesita em criar situações de perigo caracterizado, e fora de qualquer medida comum, para populações inteiras.

 

Acrescem ainda, como problemas decorrentes de qualquer central nuclear, os resíduos altamente radioactivos de longa duração, alguns deles por centenas de milhares de anos, e a radioactividade de baixas doses libertada em laboração normal, já que, do ponto de vista biológico e médico, nenhuma dose é inofensiva.

 

Numerosas razões existem para rejeitarmos a opção nuclear. Para além das apontadas acima, ela é um claro obstáculo à aposta na eficiência energética e nas energias renováveis de baixo impacto ambiental, essas sim verdadeiras soluções sustentáveis e seguras para o problema das emissões de gases com efeito de estufa e do esgotamento inevitável dos combustíveis fósseis e de outros recursos finitos como os próprios minérios radioactivos.

 

Nuclear em Portugal, decididamente NÃO!

 

Plataforma Não ao Nuclear*

21 de Abril de 2006