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Alterações climáticas: Quercus estima que Portugal em 2004 pode atingir 50% a mais de emissões em relação ao ano de 1990 (23% acima do limite do Protocolo de Quioto)

No início da segunda semana da Convenção das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas que está a ter lugar em Buenos Aires, a Quercus aproveita para alertar para o facto de Portugal não estar a conseguir sequer estabilizar para depois diminuir as suas emissões de gases de efeito de estufa.

 

Os dados disponíveis relativos a 2002, mostram que Portugal já atingiu cerca de 41% de aumento das suas emissões em relação a 1990 – ano-base de contabilização para o Protocolo de Quioto – estando assim 14% acima do limite estabelecido de 27% de aumento para o período 2008-2012.

 

Apesar de uma forma indicativa mas com base em determinados dados de evolução das emissões de gases de efeito de estufa e de variáveis a elas associadas, a Quercus estima que em 2004 se possa atingir 50% a mais das emissões de gases de efeito de estufa em relação ao ano de 1990.

 

Os cálculos efectuados, tendo em conta dados anuais ou o período entre Janeiro e Setembro (combustíveis) ou Janeiro a Novembro (electricidade), ponderaram principalmente:

 

– a evolução das emissões nos últimos anos (3,5% de aumento médio tendo por base o ano de 1990, mas 5,7% de aumento entre 2001 e 2002) (dados do Instituto do Ambiente);

 

– a evolução do consumo de electricidade (2,1% entre 2001 e 2002, 5.7% entre 2002 e 2003; 5,5% entre 2003 e 2004) (dados da Rede Eléctrica Nacional);

 

– a variação da produção de electricidade através de centrais térmicas cujo funcionamento implica maiores emissões de gases de efeito de estufa (+8% entre 2001 e 2002, +23% entre 2002 e 2003 e +36% entre 2003 e 2004) (dados da Rede Eléctrica Nacional);

 

– a evolução do consumo de combustíveis rodoviários tendo também em conta a sua tipologia – aumento significativo do consumo de gasóleo (decréscimo de 1,5% no consumo total de gasolinas e gasóleo entre 2002 e 2003 mas aumento ligeiramente superior a 1,5% entre 2003 e 2004 (dados da Direcção Geral de Geologia e Energia)

 

– o peso que o sector da produção de electricidade (37%) e dos transportes (29%) têm no total de emissões de dióxido de carbono (66% do total) (dados do Instituto do Ambiente).

 

A principal fundamentação de um aumento, que em dois anos (de 2002 a 2004) teria de totalizar 9% em relação a 1990, baseia-se no facto de haver um maior consumo de electricidade em relação ao período 2001/2002 com um peso maior das centrais térmicas e pelo peso que tal tem no total das emissões de gases de efeito de estufa. Se entre 2001/2002, o aumento de emissões foi de 5,7% face a um aumento de 8% de produção térmica e de 2,1% de consumo de electricidade, dado que entre 2002/2003 e 2003/2004 estes valores sofreram um aumento muito mais significativo, é de esperar que o aumento de emissões tenha sido superior em cada um dos anos e assim passar-se de 41% em 2002 para mais de 50% em 2004.

 

Anualmente, o Instituto do Ambiente tem a obrigação de efectuar os cálculos detalhados das emissões de um conjunto de gases para a atmosfera, entre eles os gases de efeito de estufa. Tais cálculos têm de ser finalizados, de acordo com a obrigação nacional mas também para envio à Agência Europeia do Ambiente, até final de Dezembro do ano seguinte que é reportado. Isto é, nas próximas semanas deverão ser concluídas as contas relativas ao ano de 2003, sendo tais dados efectivamente rigorosos na avaliação detalhada da situação.

 

Portugal à beira de um período de seca? Albufeiras a menos de 50% da sua capacidade máxima

 

Falar em meados de Dezembro sobre um eventual período de seca pode ser prematuro e deve ser feito com a maior precaução. Porém, a precipitação verificada durante o Outono, em particular no mês de Novembro, na maioria das regiões do país conduziu a um armazenamento de água nas albufeiras consideravelmente mais baixo que nos últimos dois anos e também ligeiramente abaixo de 2001. De acordo com dados da Rede Eléctrica Nacional, em final de Novembro de 2004 o armazenamento de água nas albufeiras associadas à produção de electricidade era de 49%, enquanto que em 2003, em data semelhante era de 64% e em 2002 de 70%. Mesmo em 2001, reflectindo um período seco, esse valor era de 51%.

 

Numa perspectiva de prevenção a Quercus considera que o Estado deveria tomar algumas medidas de prevenção, directas e indirectas, como o lançamento de uma campanha pública para poupança de electricidade, cujos benefícios em termos de emissões são sempre úteis, independentemente da verificação ou não de uma situação de seca. Tal situação a se verificar merecerá aliás outras medidas e considerações de âmbito mais alargado.

 

Buenos Aires, 13 de Dezembro de 2004

A Direcção Nacional da Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza

 

Para mais informações contactar Francisco Ferreira, membro da Direcção Nacional na Argentina: 00 54 911 52611549.