Ontem, várias estações da Área Metropolitana de Lisboa, nomeadamente em Setúbal e no Barreiro/Seixal ultrapassaram os limiares de informação ao público. Com as temperaturas a aumentarem e a permanecerem assim no resto da semana, é fundamental alertar para esta questão. Também ontem os níveis de partículas foram muito elevados em estações de tráfego em Lisboa, muito acima do valor-limite diário.
Os efeitos do ozono
Os efeitos na saúde à exposição de curto prazo a elevadas concentrações de ozono passam por danos aos pulmões e inflamação das vias respiratórias, aumento da tosse e maior probabilidade de ataques de asma. São particularmente os grupos sensíveis (crianças, idosos e pessoas com doenças respiratórias) que podem sofrer.
Quercus apela à comunicação social e à atenção da população
As pessoas podem consultar os níveis de ozono medidos através da rede de monitorização de qualidade do ar no site do Ministério do Ambiente www.qualar.org. Porém, é obrigação das entidades regionais do Ministério (as Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional) avisarem as outras autoridades e a população através da comunicação social que hoje deverá estar particularmente atenta a esta questão.
Se for desencadeado o denominado limiar de informação (mais de 180 ug/m3 numa hora) apenas os grupos sensíveis deverão tomar medidas como sejam o evitar esforços físicos e tentar permanecer em casa. No caso de se ultrapassar numa determinada zona o limiar de alerta (mais de 240 ug/m3 numa hora), as medidas estendem-se a toda a população.
O ozono é um poluente secundário que resulta da emissão do tráfego automóvel e da combustão na indústria, emitindo óxidos de azoto e compostos orgânicos voláteis que originam então este poluente (que na estratosfera é benéfico, mas próximo da superfície pode ser consideravelmente lesivo).
As concentrações mais elevadas verificam-se em geral da parte da tarde, na sequência da transformação dos poluentes emitidos durante a manhã e devido às reacções químicas que ocorrem devido à intensa radiação solar e temperatura.
Medidas de antecipação deverão ser pensadas pelo Ministério do Ambiente
No quadro da legislação vigente, deverão existir planos que evitem as elevadas concentrações de ozono, defendendo a Quercus que as limitações de tráfego e de outras fontes de poluição devem ter lugar quando se sabe que nos dias seguintes, como agora, as condições são favoráveis à formação deste poluente.
Lisboa, 7 de Junho de 2005
A Direcção Nacional da Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza
Para mais informações contactar Hélder Spínola, Presidente da Direcção Nacional: 93-7788472.