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Emissões de CO2 de novos automóveis | Quercus elogia natureza vinculativa da meta mas valor definido de 130g/km é uma desilusão

A Comissão Europeia propôs um enfraquecimento de uma meta já com onze anos para os automóveis novos apenas cinco dias depois da comunidade científica alertar os políticos que era necessária uma acção urgente e séria de combate às alterações climáticas. A Comissão planeia introduzir uma meta vinculativa de emissão de CO2 para novos automóveis de 130 g/km, 10 grama mais do que a meta voluntária de 120 g/km definida em 1996 para o ano de 2005.

 

O impacte desta meta enfraquecida é de cerca de 100 milhões de toneladas de CO2 no período 2012 -2020, o que representa 130% das emissões anuais de Portugal a atingir de acordo com o Protocolo de Quioto entre 2008 e 2012.

 

A proposta ao ter carácter vinculativo representa assim um avanço, obrigando assim os construtores automóveis a encararem legislação para melhorar a eficiência de uso do combustível. O anúncio surge na sequência da falha por parte da indústria automóvel de limitar as emissões de dióxido de carbono de automóveis novos ao ritmo que era pressuposto.

 

Francisco Ferreira, da Direcção Nacional da Quercus, considera que “O anúncio de hoje reconhece finalmente, com um atraso de dez anos, que tal como na segurança e a outras formas de poluição dos automóveis, é necessário fixar metas válidas do ponto de vista legal.”

 

A meta existente para novos automóveis definida pela Comissão em 1996  era que um novo veículo emitisse 120 grama de CO2 por quilómetro em 2005, o equivalente a consumo de 4,5 litros de gasóleo ou de 5,0 de gasolina, aos 100 Km. A data limite foi entretanto atrasada para 2010 e agora para 2012. O facto da proposta da Comissão permitir outras medidas por parte de outros agentes (como seja o caso do uso de biocombustíveis e de outras medidas), contando tal para o atingir da meta por parte da indústria automóvel é também um enfraquecimento da proposta.

 

Cerca de 18 milhões de carros são vendidos anualmente na Europa. O tempo médio de vida de cada carro é de 10 anos, pelo que todos os veículos ineficientes vendidos este ano irão emitir quantidades elevadas de CO2 nos próximos anos…

 

“As alterações climáticas são um desafio de longo prazo e a indústria automóvel também precisa de um olhar no longo prazo. Uma meta de 80 g/km em 2020 poderá assegurar uma duplicação da eficiência numa década. Está nas mãos do Parlamento Europeu e dos Primeiros-ministros produzirem uma solução desta natureza.” disse Francisco Ferreira.

 

Portugal foi em 2005 o país da União Europeia onde os novos veículos automóveis vendidos emitem em média menos dióxido de carbono por quilómetro; redução de 1% nas emissões entre 2004 e 2005 pode e deve ser ainda melhorada

 

No que respeita a Portugal, os dados revelam que o nosso país no quadro da União Europeia (dos quinze) é aquele em que a média das emissões de dióxido de carbono associada aos veículos novos vendidos é menor: 145 g/ CO2 por quilómetro. Tal deve-se aos elevados custos dos veículos e à sua manutenção face ao poder de compra (conduzindo à aquisição de veículos mais pequenos e económicos), acabando por ser uma vantagem ambiental. Infelizmente esta vantagem é pouco aproveitada, porque depois o número de quilómetros percorridos é muito elevado. Em comparação com os outros quinze países da União Europeia, Portugal foi no entanto apenas o 10º melhor país em termos de redução das emissões associadas aos veículos novos entre 2004 e 2005 (cerca de 1% de redução).

 

“Numa altura em que o preço do petróleo atinge recordes e as metas do Protocolo de Quioto estão bem longe de serem cumpridas por Portugal, é fundamental que a indústria automóvel, os consumidores, e o governo através da política fiscal e de incentivo ao transporte público assumam as suas responsabilidades nesta matéria” disse Francisco Ferreira.

 

 

Lisboa, 7 de Fevereiro de 2007