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Abutre Preto volta a nidificar em Portugal passados 40 Anos

O Abutre-preto, uma espécie em perigo critico de extinção, regressa a Portugal como nidificante. Esta semana começaram a voar as duas crias de abutre-preto nascidas em território nacional nos últimos 40 anos, provando que é possível compatibilizar a caça com a conservação da natureza, quando a lei e as boas práticas de gestão cinegética são aplicadas.

 

A extinção nos anos 70

 

O Abutre-preto extinguiu-se como nidificante em Portugal no início da década de 70, devido à perseguição que foi alvo e ao uso de venenos. A destruição de habitat de nidificação também deverá ter contribuído para a sua extinção em Portugal. No entanto, a espécie manteve-se presente na faixa fronteiriça das regiões Centro e Sul com indivíduos provenientes de Espanha, onde existe uma população de 1 845 casais.

 

Espécie nidifica no Parque Natural do Tejo Internacional

 

Este ano três jovens casais de Abutre Preto instalaram-se no Tejo Internacional, tendo construído os ninhos em árvores (Azinheiras). Os abutres estão a nidificar numa zona de caça, provando que é possível compatibilizar a caça com a conservação da natureza, quando a lei e as boas práticas de gestão cinegética são aplicadas. Um dos casais não teve sucesso tendo caído o ninho no início da época de reprodução, os outros dois conseguiram realizar as posturas tendo nascido duas crias. No passado mês de Junho ambos os ninhos ruíram parcialmente, fazendo cair as crias ao solo, pois os ninhos destas aves podem chegar a pesar centenas de quilos, e as jovens azinheiras não aguentaram o peso. Graças a um rápida intervenção foi montada uma operação de resgate e reconstrução dos ninhos, realizada pela  QUERCUS e pelo ICNB – Instituto de Conservação da Natureza e da Biodiversidade.

 

Operação de resgate

 

Após a operação de resgate verificou-se que uma das crias se encontrava em estado crítico, pelo que viria a ingressar no CERAS (Centro de Estudos e Recuperação de Fauna Selvagem de Castelo Branco), gerido pela Quercus.  Depois da estabilização da crias, foram colocadas em plataformas-ninho construídas no local original dos ninhos, de forma a permitir que continuassem a ser criadas pelos progenitores. Esta delicada operação implicou a montagem de uma equipa de vigilância permanente e assistência veterinária no ninho, para alimentar a cria até esta voltar a ser alimentada pelos progenitores, o que viria a acontecer dois dias depois da operação de recolocação da cria mais pequena no ninho.

 

Crias marcadas com emissores

 

No passado dia 28 Junho numa colaboração da GREFA (Grupo para a Recuperación de la Fauna Autóctona e su Habitat) de Madrid e do Ministério de Médio Ambiente Espanhol, foram marcadas as duas crias, baptizadas de Tejo e Aravil, com um emissor de satélite PTT e com emissor radiotracking convencional. Desta forma vai ser possível seguir os movimentos destas duas crias e obter informação fundamental sobre o seu comportamento e a sua dispersão pelo território.

 

Na última semana começaram a voar as duas crias, realizando pequenos voos no vale onde estão os ninhos.

 

Principais ameaças

 

Actualmente as principais ameaças à conservação desta espécie são o uso ilegal de venenos, a perturbação durante o período reprodutor nas zonas de nidificação  e a redução  de alimento disponível nos campos.

 

Depois do surto de Encefalopatia Espongiforme Bovina (mais conhecida como doença das vacas loucas), a União Europeia criou um conjunto de novas normas sanitárias que tornou quase impossível aos criadores de gado manterem carcaças no campo, ao alcance dos necrófagos. Esta situação traduziu-se numa redução drástica do alimento disponível para os abutres, com consequências potencialmente graves para esta espécie ameaçada.