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Quercus manifesta perplexidade pelo fim do programa “Ciência Viva no Verão”.

Todos perdem: perdem os cidadãos, perde o património natural e perde a Ciência Viva.

 

Após 19 anos de divulgação de temas científicos nas áreas de Geologia, Astronomia, Biologia e Engenharia, termina um projeto emblemático e pioneiro, no ano do falecimento prematuro do seu principal mentor, o Professor Mariano Gago.

 

 

 

 

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Todos os anos, desde 1995, entre 15 de Junho e 15 de Setembro, realizaram-se em Portugal ações do programa “Ciência Viva no Verão”.

 

Inicialmente, tratou-se de uma iniciativa do Ministério da Ciência e da Tecnologia, sendo um dos principais impulsionadores o Professor José Mariano Rebelo Pires Gago, Ministro da Ciência e da Tecnologia entre 1995 e 2002. Tratava-se de um programa implementado pela Ciência Viva – Agência Nacional para a Cultura Científica e Tecnológica, resultante da colaboração com instituições científicas, autarquias, associações e empresas, e financiado por fundos de programas nacionais e europeus.

 

 

Em 2014, realizaram-se mais de 1600 ações nas áreas de Astronomia no Verão, Geologia no Verão, Biologia no Verão, Engenharia no Verão, Faróis no Verão com Ciência Viva e Ciência nos Castelos, distribuídas por todo o país, em especial nas regiões periféricas e dirigidas a populações que dificilmente têm acesso à cultura científica.

 

 

Cerca de 123 entidades, nomeadamente 24 Centros de Investigação, Universidades e Institutos Politécnicos, 40 Associações não Governamentais, 18 Museus e Centros de Ciência Viva, 8 Escolas, 9 Municípios, 21 Empresas e 3 Entidades Públicas, colaboraram com a Ciência Viva – Agência Nacional para a Cultura Científica e Tecnológica, disponibilizando recursos e especialistas.

 

 

A Quercus e muitas outras entidades, não foram, este ano, contactadas diretamente pela Ciência Viva e nem receberam uma explicação oficial por parte desta entidade a comunicar a alteração da filosofia do programa Ciência Viva no Verão e, no mínimo mereciam, um agradecimento pelas milhares de ações promovidas em todo o país nos últimos anos. A Quercus tem também informação de que algumas das entidades contactadas para participar no programa nestes novos moldes estão a recusar-se a participar.

 

 

Por outro lado, em 2015 apenas os Centros de Ciência Viva têm acesso à plataforma electrónica de gestão do programa, o que anteriormente acontecia com todas as instituições que colaboravam nas actividades.

 

 

A Quercus, e outras entidades que com ela entraram em contacto, não compreendem porque este ano o programa é realizado num formato diferente dos anos anteriores e com alterações importantes em termos de procedimentos financeiros e no tipo de despesas elegíveis.

 

 

A Quercus lamenta que este programa que envolvia todos os anos milhares de cidadãos na divulgação da ciência e na divulgação da cultura cientifíca tenha sido amputado de forma tão violenta e ireflectida.

 

 

Perdem antes de mais os cidadãos porque vão deixar de ter acesso a ações de divulgação científica próximo do seu local de residência. O não envolvimento de parte das 123 entidades que participaram em 2014, é uma grande perda para uma moderna sociedade portuguesa que se pretende diversificada e plural e com Associações fortes e participativas num esforço para que todos os cidadãos possam ter uma qualidade de vida em comunhão com um ambiente saudável.

 

 

Perde também o património natural, pois, ao serem eliminados mecanismos e iniciativas que o davam a conhecer de uma forma sustentável, será bastante mais difícil preservá-lo para as gerações vindouras.

 

 

Perde a Ciência Viva no seu todo, pois deixa de existir um programa pioneiro e único a nível internacional que teve uma forte participação dos cidadãos. Por outro lado, os custos das ações realizadas eram reduzidos, a logística simples e a adesão das instituições e dos especialistas elevada.

 

 

Por último, a Quercus transcreve um depoimento de um participante nas atividades de Ciência Viva que reflete, na sua opinião, o sentimento geral dos cidadãos:

 

 

“Fiquei atónito com a notícia que referia o fim das ações de Ciência Viva no Verão!

 

A Ciência exerce uma grande influência na nossa vida quotidiana a ponto de ser difícil imaginar como seria o mundo atual sem a sua contribuição. Desta forma, todos os meios para a promover são importantes, nomeadamente as Ações de Ciência Viva no Verão que têm vindo a ocorrer em todo o Portugal. Desta forma, as ações de Ciência Viva no Verão são atividades importantíssimas, por vários motivos:

 

1º Promovem a cultura científica;

 

2º Sensibilizam as pessoas para a importância da preservação do ambiente e do desenvolvimento sustentável, levando-as a ter comportamentos conducentes à proteção do mesmo;

 

3º Divulgam e potencializam o património natural e humano, quer para fins científicos e/ou turísticos, promovendo o desenvolvimento de regiões desfavorecidas;

 

4º Permitem um convívio salutar entre pessoas de vários grupos etários, sociais e diferentes origens geográficas.

 

Por tudo isto, as ações de ciência viva realizadas durante sete anos consecutivas na minha freguesia, através de Instituições Científicas, foram uma mais valia para a promoção e desenvolvimento de um território rural!

 

Enfim! Neste país tudo o que é bom acaba!!”

 

 

Lisboa, 22 de junho de 2015

 

 

A Direção Nacional da Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza