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Quercus adere ao Manifesto AntiNuclear do MIA e vai participar na Manifestação do dia 10 de Junho em Madrid

cartaz manifestoLisboa, 20 de Abril de 2017 – A indústria nuclear já manifestou a sua intenção em alargar o funcionamento das centrais nucleares para além dos 40 anos do seu projecto inicial. A ENEL-ENDESA, IBERDROLA e GAS NATURAL – FENOSA,  irão solicitar a renovação das licenças de exploração entre este ano e o próximo. A Central Nuclear de Almaraz será a primeira a pedir a extensão da sua licença  a partir de 8 de Junho, depois dela será a de Vandellos a 26 de Julho de 2017 e Cofrents  a 20 de Março de 2018. Seguem-se Asco I e II a partir de Outubro de 2018. E a última será Trillo a partir de 17 de Novembro de 2021.

 

No passado 30 de Novembro (de 2016) foi modificado o regulamento do Conselho de Segurança Nuclear (CSN) para desvincular a autorização da renovação do funcionamento do requisito de revisão técnica das condições de segurança de cada reactor, o que abre a porta a que o governo do Partido Popular possa conceder esta autorização sem uma revisão das condições de segurança.

 

Face a estas intenções da indústria nuclear o MOVIMENTO IBÉRICO ANTINUCLEAR ( MIA) e as organizações subscritoras deste manifesto, vêm recordar que:

 

A energia nuclear é uma tecnologia que foi desenvolvida por motivos militares, e cujo crescimento só foi possível graças ao apoio económico e político dos governos, sendo um pilar essencial da proliferação nuclear. Uma energia que se converteu desde a sua origem numa fonte de transferência continua de recursos dos cidadãos para as grandes multinacionais e os bancos.

 

A energia nuclear é cara, suja e perigosa. Os graves acidentes que têm ocorrido ao longo da história, como os de Harrisburgo, Chernobyl ou Fukushima são a evidência do risco que a energia nuclear implica. Um risco sempre presente e que necessita de enormes investimentos económicos em matéria de segurança e que aumentam exponencialmente os custos da energia nuclear. Além disso a produção de milhares de toneladas de resíduos radioactivos que mantêm a sua toxicidade durante milhares de anos, hipoteca a vida das futuras gerações. Tudo isto converte a nuclear numa energia demasiado cara em termos sociais, ambientais e energéticos.

 

O funcionamento de Centrais Nucleares até aos 60 anos constitui um risco inadmissível já que os acidentes são mais prováveis num parque nuclear envelhecido. E a radioactividade  ignora fronteiras, uma fuga em qualquer dos reactores e sobretudo em Almaraz, por exemplo, afectaria seriamente Portugal.

 

Este alargamento do período de funcionamento das Centrais Nucleares implicaria também um aumento considerável dos resíduos radioactivos para gerir. E os de alta actividade  ficam activos milhares de anos e para eles não existe forma de gestão aceitável.

 

Deve-se iniciar o desmantelamento da central de Garoña imediatamente, e  não conceder mais nenhuma autorização para alargar o prazo das restantes. Será precisamente a central de Almaraz a primeira que, antes do 10 de Junho, solicitará o seu prolongamento, uma central cujos reactores têm uma potência equivalente a 5 vezes a de Garoña e que gera grandes lucros para as empresas suas proprietárias, Iberdrola, Gas Natural Fenosa e Endesa, apesar de funcionar com uma segurança degradada.

 

A única razão para este alargamento nuclear é continuar a obtenção de lucros milionários através da facturação eléctrica e outras subvenções que todos custeamos. A sua mera existência leva a um bloqueio do desenvolvimento das energias renováveis, que são a garantia de um sistema energético 100% renovável e em articulação com a eficiência energética, sustentável. Além de que o seu desmantelamento é uma enorme oportunidade para prever um desenvolvimento alternativo para as regiões das nucleares.

 

O projecto de construção de um cemitério nuclear em Villar de Cañas (Cuenca) em terrenos inapropriados e com um risco geológico inadmissível é outro dos despropósitos do actual governo e mostra a incapacidade de enfrentar um debate transcendente como é o da gestão destes resíduos altamente perigosos.

 

Um debate que tem sido ignorado também em Salamanca onde apesar da oposição, da enorme oposição dos vizinhos e da hipoteca que tal significará para toda a zona de Yeltes, os governos de Espanha e de Castela-a-Velha e Leão atribuíram autorizações para a que seria a única mina de urânio a céu aberto da Europa. E sem sequer esperar que todas as tramitações estivessem finalizadas  a multinacional australiana Berkeley (com um longo historial de atentados às terras e aos direitos dos aborígenes australianos!) começou a arrasar o território e a arrancar azinheiras centenárias, para explorar uma jazida cuja única rentabilidade é no mercado financeiro. Estas actividades devem ser paradas.

 

Face a estas intenções, as organizações, colectivos e activistas anti-nucleares solicitarão no próximo 10 de Junho em Madrid o fim das ampliações e um calendário de encerramento nuclear.

 

Deverá ser o Parlamento Espanhol a aprovar uma lei que fixe um calendário de encerramento das Centrais Nucleares e que ponha fim à energia nuclear em Espanha e desde logo na Península Ibérica.

 

Solicitamos ao governo espanhol que não renove nenhuma autorização para a continuação do funcionamento das centrais e proceda ao desmantelamento de Garoña.

 

Solicitamos ao governo português que se mantenha firme, na linha das posições do Parlamento português e de largas dezenas de autarquias, no empenho pelo encerramento de Almaraz.

 

Solicitamos que não se esconda da cidadania este debate fundamental para impulsionar um modelo energético justo e sustentável. Um modelo 100% renovável só é possível com o abandono da energia nuclear.

 

A Direção Nacional da Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza