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Dia 13 de Julho – Dia do Agricultor

Quercus assinala este dia, destacando o papel fundamental do Agricultor na conservação dos solos, paisagem e recursos naturais

 

 

dia do agricultorLisboa, 13 de Julho de 2017 – Desde sempre, a agricultura teve um papel preponderante na vida das populações humanas. O Homem tornou-se sedentário desde que se tornou agricultor e até as primeiras trocas comerciais foram feitas em bens alimentares. O agricultor foi acompanhando as diferentes fases da agricultura e as práticas ancestrais agrícolas foram-se implementando – com base em muita observação e respeito pela natureza e solos. Ao longo de 10 mil anos, o desenvolvimento das técnicas da agricultura foram-se desenvolvendo com base em conhecimento empírico.

 

Contudo, no século passado, com a justificação de matar a fome à crescente população mundial, a agricultura passou a ser uma atividade massificada e uma grande parte dos agricultores foram substituídos por máquinas.

 

Passaram-se a usar mais pesticidas, fertilizantes químicos de síntese e métodos agressivos de preparação do solo, assim como se intensificou o desgaste e a contaminação do solo, o aparecimento de monoculturas, pragas, doenças, menos variedades agrícolas, e mais gastos energéticos.

 

Acompanhando esta tendência, a população mais rural migrou para as cidades e o sector primário foi sendo substituído pelos outros sectores. Com a entrada de Portugal na União Europeia, e a adesão à Política Agrícola Comum (PAC), os alimentos começaram a ser distribuídos a preços baixos, vindos de explorações onde eram produzidos de forma pouco amiga do ambiente e visando apenas o factor económico. O agricultor, para poder singrar neste mundo, precisaria de entrar nesta moda, sendo muitas vezes ridicularizado aquele que mantinha as práticas de outrora, aquelas que preservavam a conservação do solo, produções em regimes extensivos, utilização de variedades regionais, entre outras.

 

Em Portugal, e segundo o Instituto Nacional de Estatística, o agricultor tipo é o seguinte: é do sexo masculino, tem 63 anos, apenas completou o 1º ciclo do ensino básico, tem formação agrícola exclusivamente prática e trabalha nas atividades agrícolas da exploração cerca de 22 horas por semana. O seu agregado familiar é constituído por 3 indivíduos e o rendimento provém maioritariamente de pensões e reformas1

 

Nos últimos anos, verificou-se um aumento do número de mulheres e do nível de formação. Aproximadamente 1/5 dos produtores trabalha a tempo inteiro nas atividades agrícolas da exploração, o que representa um aumento face a 1999. Apenas 6% dos produtores obtêm o rendimento exclusivamente da atividade da sua exploração agrícola, enquanto 84% declara que o seu rendimento é formado maioritariamente por outras origens como por exemplo reformas e pensões, em cerca de 64 % dos casos. A mão-de-obra agrícola obra realiza 80% do trabalho agrícola.

Nos últimos anos, verificou-se também uma maior eficiência dos índices de mecanização e a reorientação de alguns sistemas produtivos pecuários para a extensificação, comprovada pela diminuição de efetivos e pelo aumento da superfície forrageira, assistiu-se, nos últimos 10 anos, a um decréscimo do volume de trabalho agrícola (-31% de Unidades de Trabalho Ano (UTA) = 1 800 horas). Estes dados foram observados em 2009 – últimos dados oficiais.

 

No entanto, nos últimos 5 anos tem-se assistido à chegada de novos rurais – agricultores que estão a revolucionar a agricultura – com novas técnicas, novos produtos, estando como consequência as exportações de produtos agrícolas a crescer. Está a aparecer toda uma nova geração que está a criar startups e a aventurar-se em novos produtos agrícolas, apostando na exportação, numa escala nunca imaginada. Os novos agricultores têm mais formação, estão mais informados, são mais dinâmicos e obtém maior vantagem das novas tecnologias e da abertura dos mercados. A produção agrícola atingiu, no ano passado, 6,84 mil milhões de euros, o valor mais alto de sempre, valor verificado com menos agricultores.

 

 

As novas tendências e a agricultura de futuro

 

Tendencialmente, com a chegada destes novos agricultores ao meio rural, a Quercus congratula-se com o facto de existir, como consequência, mais respeito pelo Ambiente, menos mobilização do solo e um uso sofisticado da rega. Isto embora ainda existam maus exemplos verificados, tais como olivais intensivos, grandes áreas de culturas protegidas (estufas), uso excessivo de pesticidas, técnicas erosivas e utilização de OGM – Organismos Geneticamente Modificados.

 

Hoje em dia, o agricultor tem uma abordagem mais empresarial, com grande enfoque na qualidade e valorização do seu produto. Ser agricultor em Portugal passou a ser prestigiante. Desta forma, é necessário, na próxima revisão da PAC, envolver os agricultores que estão interessados ​​em fazer parte da solução e não do problema. Para começar a incentivar os agricultores a trabalharem com a natureza, em vez de contra ela. é igualmente tempo para deixar de matar pragas para se começar a lidar com elas.

 

A Europa também exorta as instituições europeias e os decisores nacionais a utilizarem os princípios apresentados na Declaração da Sociedade Civil sobre a Reforma das Políticas Agrícolas Europeias “Boa Alimentação, Boa Agricultura – Agora!” (the Civil Society Statement on the Reform of European Agricultural Policies “Good Food, Good Farming – Now!), como base para o processo de reforma da Política Agrícola pós-2020.

 

A Quercus espera que a nova PAC incentive os agricultores a usarem boas práticas de conservação dos solos, paisagem e recursos naturais e seja estimulada de uma vez por todas a agricultura familiar, bem como o consumo de alimentos que tenham uma baixa pegada ecológica.

 

1 – Fonte :https://www.ine.pt/xportal/

 

A Direção Nacional da Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza