+351 217 788 474

Login

Sign Up

After creating an account, you'll be able to track your payment status, track the confirmation.
Username*
Password*
Confirm Password*
First Name*
Last Name*
Email*
Phone*
Contact Address
Country*
* Creating an account means you're okay with our Terms of Service and Privacy Statement.
Please agree to all the terms and conditions before proceeding to the next step

Already a member?

Login

COVID-19: Perante novo confinamento, Quercus relembra contributos para promover a saúde pública e a saúde do Planeta

COVID-19: Perante novo confinamento, Quercus relembra contributos para promover a saúde pública e a saúde do Planeta

Há Uma Só Saúde (One Health) e quanto maior a perturbação da natureza, maior a degradação da saúde pública e menor será a capacidade de resposta dos sistemas de saúde. É tempo de implementar medidas estruturais para evitar mais destruição e tornar a nossa sociedade mais resiliente.


Com a atenção centrada na pandemia em si, e no novo coronavírus, esquecendo os problemas de fundo que nos conduziram a situação de crise sanitária, que nos obriga a mais medidas restritivas a partir de hoje, é pertinente relembrar o documento COVID-19: PISTAS PARA ANÁLISE DA PANDEMIA E ESTRATÉGIAS PARA O FUTURO publicado pela Quercus em junho de 2020, baseado numa vasta consulta bibliográfica e dinâmicas em curso, como contributo na identificação de alguns aspetos mais relevantes a reter, e sobretudo ações e medidas estratégicas concretas, para uma sociedade mais justa e resiliente.

Como podemos ser saudáveis num planeta doente?

Uma doença é um sinal de que a situação não está como devia. Ora, é sabido quea desflorestação, e consequente perda de biodiversidade, está na origem do aparecimento de novas doenças, e a COVID-19 não é exceção, e que doenças crónicas não transmissíveis continuam a aumentar, como o cancro (doença multifatorial em que a contaminação ambiental, nomeadamente pelos pesticidas, tem um forte contributo),“Rigorosamente falando, é a civilização moderna que cria a necessidade da medicina moderna” (Peter Wohlleben). Por outro lado, não existe economia sem os serviços ecológicos. Estes seriam motivos mais do que suficientes para se darem passos mais significativos num modelo económico e de gestão de território que preserve os valores naturais, mas paradoxalmente persistem práticas destruidoras da natureza, como o avanço da agricultura intensiva e a desmatação indiscriminada, alegadamente para mitigação dos fogos incontroláveis. Uma abordagem de permanente “controlo” da natureza, além de um desperdício, está condenada ao fracasso!

A importância da nossa alimentação para estimular o nosso sistema imunitário – políticas públicas e o que está ao alcance do cidadão fazer?

“Que o teu alimento seja o teu medicamento” é uma frase célebre de Hipócrates, pai da medicina, dita, moderna, e esta pandemia poderá ser estímulo extra para adquirir hábitos alimentares saudáveis… e para o resto da vida para efeitos duradouros. Os aspetos essenciais a ter em conta são: cuidar do nosso microbioma através de uma alimentação variada, sazonal, com alimentos fermentados, alimentos livres de pesticidas e OGM, alimentos silvestres e consumo muito moderado de produtos de origem animal e processados.

Uma alimentação com produtos biológicos não é necessariamente mais cara, e além da redução de alimentos de origem animal e processados implica aproximar produtores e consumidores (além dos já conhecidos cabazes, seria importante aprofundar estas relações como por exemplo através de AMAPs – Associação para a Manutenção de Agricultura de Proximidade), cultivar alimentos e facilitar acesso à terra. Alimentação de qualidade não é um luxo, mas um direito de todas as pessoas e famílias!

“Saber comer” é das competências mais necessárias, mas a questão não é falta de informação disponível, mas sim de programa de educação alimentar generalizado com o método pedagógico da exploração dos sentidos, desde o contacto com a terra à cozinha e degustação.

O impacto da agricultura na recuperação económica e na saúde pública – A saúde humana começa na saúde do solo! Medidas agroambientais coerentes precisam-se!

A agricultura é das atividades económicas mais essenciais à nossa sociedade, mas infelizmente só em momentos de maiores crises é que nos lembramos disso, é também das atividades económicas que depende diretamente da natureza e dos serviços ecológicos Os apoios públicos através das medidas agroambientais deveriam ser um incentivo real para a mudança de práticas, sustentada por um programa de formação bem estruturado nas alternativas agroecológicas e de compras públicas que promovam a produção local/nacional em modo biológico.
 

Regenerar o território – Políticas públicas e o que está ao alcance do cidadão fazer?

O Pacto Ecológico Europeu, o início da Década do Restauro dos Ecossistemas 2021-2030, o fundo de recuperação da UE pós-Covid e a Presidência Portuguesado Conselho da União Europeia, são contextos internacionais que podem favorecer mudanças significativas, contudo um grande desafio é a coerência das políticas, que implica uma visão integrada e uma abordagem regenerativa, como ação climática que integre todos os setores e promoção das Soluções Baseadas na Natureza (Nature Based Solutions).

Além da mudança de hábitos está ao alcance dos cidadãos serem mais proativos na regeneração da base da vida, a própria Natureza! Ações de regeneração do ecossistema agrícola ajudando os agricultores na plantação de sebes agrícolas, de restauro ecológico, nomeadamente através da adoção de troço de rios.

A Quercus está empenhada em facilitar ações e muito importante a transmissão de conhecimento indispensável à boa concretização destas ações.

Temos alguns bons exemplos em Portugal, mas precisamos de passar destes bons exemplos pontuais à generalização das boas práticas, e quando se juntam as vontades a mudança torna-se mais fácil!

 Lisboa, 12 de janeiro de 2021

A Direção Nacional da Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza