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Abutres envenenados no Douro Internacional

Abutre F3 libertado em 2013 no TejoVeneno continua a matar espécies em perigo

 

Na passada sexta–feira, dia 9 de Maio, foram encontrados junto ao Rio Angueira, em Miranda do Douro, quatro Abutres-pretos (Aegypius monachus) e um Abutre-do-Egipto (Neopron pernocopterus) mortos com suspeita de envenenamento. Estas aves em perigo de extinção foram encontradas mortas, numa zona de caça, com suspeita de envenenamento, tendo sido posteriormente recolhidas pelo SEPNA – Serviço de Protecção da Natureza da GNR e enviadas para análise.

 

Abutre-preto marcado

 

Um dos abutres-pretos encontrados mortos tinha sido marcado com um transmissor GSM-GPS e marcas alares no Tejo Internacional, em Idanha-a-Nova, em 2013. Esta marcação decorreu no âmbito da acção A 8-marcação de espécies bioindicadoras, cujo objectivo principal é a utilização de espécimes marcados como uma ferramenta na conservação das aves e no combate ao uso ilegal de venenos, aumentando a eficácia na detecção de eventuais episódios de envenenamento.

 

 

População de Abutre-preto em risco com apenas 11 casais em Portugal

 

O Abutre-preto extinguiu-se como nidificante em Portugal no início da década de 70, devido à perseguição de que foi alvo e ao uso de venenos. A destruição de habitat de nidificação também deverá ter contribuído para a sua extinção em Portugal. No entanto, a espécie manteve-se presente na faixa fronteiriça das regiões Centro e Sul do país, com indivíduos provenientes de Espanha, onde existe uma população de 1 845 casais. Atualmente, a população portuguesa de Abutre-preto conta apenas com 9 a 11 casais: 1 casal no Parque NaturaI do Douro Internacional, 8 casais no Parque Natural do Tejo Internacional e 2 casais recentemente instalados na ZPE (Zona de Proteção Especial para Aves) de Mourão-Moura-Barrancos. Este episódio de envenenamento poderá contribuir para a extinção regional da espécie e condicionar o regresso de populações reprodutoras estáveis no norte nos próximos anos.

 

abutres envenenado tv

 

 

O projecto LIFE “Inovação Contra Envenenamentos”

 

O projecto LIFE “Inovação Contra Envenenamentos”, co-financiado pelo Programa Life da União Europeia, pretende contribuir para a erradicação do uso ilegal de venenos, colocando em prática ações inovadoras que possam ajudar criadores de gado, caçadores e público em geral, e decorre em oito áreas piloto distribuídas por Portugal, Espanha e Grécia.
Em Portugal, existem duas áreas piloto, a Zona de Proteção Especial para Aves (ZPE) do Tejo Internacional, Erges e Ponsul, dinamizada pela Quercus, e a ZPE Mourão-Moura-Barrancos, dinamizada pelo CEAI – Centro de Estudos da Avifauna Ibérica.
No âmbito da acção A 8 “Programa de marcação e monitorização de espécies bioindicadoras do uso de venenos”, foram já marcadas e libertadas 47 aves de rapina na ZPE de Mourão-Moura-Barrancos e 106 na ZPE do Tejo Internacional, Erges e Ponsul.

 

 

Porque se usam os venenos?

 

A principal motivação para o uso de venenos é a eliminação de animais considerados nocivos pelos caçadores e criadores de gado.
Os predadores das espécies cinegéticas e pecuárias são as espécies-alvo de quem continua infelizmente ainda a manter esta prática ilegal. No grupo de fauna atingido incluem-se espécies como a Raposa, o Saca-rabos, o Lobo, várias espécies de aves de presa como o Abutre Negro, a Águia-Imperial, além de cães e gatos assilvestrados. Também são frequentes os casos em que o uso de venenos é provocado por conflitos e desentendimentos entre pessoas.

O uso de venenos como forma de extermínio está completamente proibido pelas leis nacionais e europeias e é uma prática irresponsável com consequências graves para a Saúde Pública e para a conservação da Biodiversidade.

 

Utilização ilegal de iscos envenenados – Quercus apela às autoridades para a necessidade de reforçar meios do PAP.

 

O uso ilegal de iscos envenenados é a principal causa de morte não natural para várias espécies em perigo de extinção a nível europeu, tais como a Águia-imperial-ibérica, o Abutre-negro, o Quebra-ossos, entre outros, e é uma das causas principais de morte não natural para outras espécies em perigo como o Lobo e o Lince. Em Portugal existe o PAP – Programa Antídoto Portugal, uma plataforma de entidades públicas e privadas que pretende combater as formas indevidas de uso de venenos. A Quercus apela a que sejam reforçadas as capacidades analíticas e de deteção de venenos, nomeadamente através de criação de equipas caninas e do reforço dos laboratórios públicos que colaboram com o PAP. A Quercus apela também que sejam sancionados pela via administrativa, com a suspensão de licenças, as zonas de caça onde ocorram os envenenamentos, á semelhança do método seguido em Espanha, uma vez que é necessário reforçar a capacidade de resposta para esta ameaça grave à Biodiversidade e à Saúde pública.

 

 

Lisboa, 13 de Maio de 2015

 

A Direcção Nacional da Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza

 

logos venenos