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Quercus alerta para a problemática das embalagens de papel descartáveis

 

Quercus alerta para a problemática das embalagens de papel descartáveis

Dia de Ação contra as embalagens descartáveis

Provavelmente já sabe que o papel é um recurso precioso. Também sabe que a maior parte do papel vem das árvores – algumas provenientes de florestas, mas a maior parte vem de plantações de árvores para produção de celulose, como as monoculturas de eucalipto. A quantidade de papel que consumimos globalmente tem implicações para o futuro das florestas mundiais e para as pessoas que nelas vivem e dependem delas.

A possibilidade de aumento das embalagens de papel e cartão descartáveis, também é problemática em Portugal, devido à pressão que a indústria de celulose faz para aumento da área de eucalipto, quando cerca de 2/3 dos eucaliptais existentes estão ao abandono, com as consequências graves ao nível da propagação e dispersão dos incêndios.

Regulamento de Embalagens e Resíduos de Embalagens (PPWR) em revisão

A União Europeia (UE) está atualmente a rever as suas regras relativas a embalagens e resíduos de embalagens. Dado que o papel e o cartão são materiais de embalagem importantes, as novas regras em matéria de embalagens poderão ter um grande impacto no consumo de papel na Europa. Aumentará a procura de embalagens à base de papel ou ajudará a reestruturar a Economia dos Resíduos?

As embalagens à base de papel são o motor de uma nova expansão global da indústria de celulose e papel. Apesar dos compromissos globais para acabar com a desflorestação, a indústria de pasta celulósica virgem está em expansão. Depois da estagnação há alguns anos atrás, houve enormes investimentos em todo o mundo para aumentar a capacidade de produção de celulose e papel.

Na Europa, parte da procura crescente provém do comércio eletrónico (entregue em grandes quantidades de caixas de cartão descartáveis) e das indústrias agroalimentar, de distribuição e restauração, designadamente no “fast food” e “take away” (pessoas que trocam embalagens de plástico por embalagens de papel para comida para levar e em restaurantes). Em 2020, as pessoas que vivem na UE produziram mais de 10 kg de resíduos de embalagens de papel por pessoa, comparativamente a 2012.

 

 

A indústria de celulose e papel é um dos maiores poluidores do mundo e um dos maiores utilizadores de água doce. Também consome 4% da energia mundial e é quimicamente intensiva, poluindo rios e prejudicando ecossistemas. O mais grave de tudo é que deixa um rasto de sofrimento humano, como resultado das plantações de monoculturas que sufocam as comunidades que vivem perto delas. [2]

O papel é incrível, transformou literalmente as nossas sociedades. Mas também o usamos em demasia e de forma muito desequilibrada. Enquanto nas economias ricas o utilizamos para embalagens descartáveis ​​para tudo, desde hambúrgueres até caixas de entrega online, em muitas economias mais pobres as pessoas não têm capacidade suficiente de leitura e escrita, de higiene e de outros materiais cruciais. Reduzir o consumo de embalagens de papel descartáveis ​​na Europa também significa reconhecer a necessidade de uma distribuição global justa de papel que sirva a todos.[3]

Reciclar embalagens de papel não pode resolver o problema

Uma das razões pelas quais as embalagens de papel são tão populares é que as pessoas acreditam que podem ser facilmente recicladas. Na verdade, as taxas de reciclagem de papel têm diminuído e as mudanças de mercado associadas à procura de papel reciclado de maior qualidade tornaram a infraestrutura global de reciclagem de papel existente tecnologicamente insuficiente e antieconómica. Estas mudanças de mercado estão entre as razões da mais recente expansão global de celulose e papel.[4]

O papel é um produto de ciclo curto no que respeita ao sequestro de carbono. O carbono sequestrado no crescimento das árvores rapidamente regressa à atmosfera. Do ponto de vista climático e da biodiversidade, quer esse ciclo curto de sequestro, quer o impacto das monoculturas lenhosas, e nessas dos incêndios, são fatores a ter em elevada consideração no uso de papel e de outros produtos lenho celulósicos de curto período de vida útil.

O Regulamento de Embalagens e Resíduos de Embalagens da UE melhorará ou piorará as coisas?

O projeto de regulamento da UE sobre embalagens e resíduos de embalagens (PPWR) visa abordar praticamente todos os tipos de embalagens na UE, mas a questão do papel tornou-se um verdadeiro campo de batalha nas negociações. Será uma luta para impedir que as políticas comunitárias intensifiquem o consumo de papel descartável em toda a Europa.

O Comité de Ambiente do Parlamento Europeu vai votar a proposta de revisão a 20 de setembro, para seguir para o plenário em outubro, pelo que é urgente alertar para a necessidade de integrar medidas de sustentabilidade coerentes.

As ONGA uniram-se para desenvolver um documento de posição que descreve a forma como o Regulamento deve ser reformado, a fim de garantir que as embalagens em papel tenham regulamentação adequada.[5]

[1] https://www.linkedin.com/posts/environmental-paper-network_fast-food-packaging-activity-7084076248246669312-jHNA?utm_source=share&utm_medium=member_desktop

 

[2] https://environmentalpaper.org/2023/04/unwrapping-a-disaster/

[3] https://environmentalpaper.org/epn-vision/vision/

[4] https://environmentalpaper.org/2019/03/the-paper-and-packaging-boom-a-growing-wave-of-pulp-production-threatens-the-worlds-forests-and-climate/

[5] https://www.fern.org/publications-insight/eu-rules-on-packaging/