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Quercus considera trágico o incêndio que está a ocorrer no Parque Natural das Serra da Estrela

Impactes sobre os ecossistemas são severos

A Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza está a acompanhar com preocupação a evolução do incêndio que está a devastar parte do Parque Natural da Serra da Estrela, desde a Covilhã e que avançou pela Serra da Estrela até aos concelhos de Manteigas, Guarda, Gouveia e Celorico da Beira.

Já foram afetados mais de 10 mil hectares de florestas e habitats biodiversos do Parque Natural da Serra da Estrela, Zona Especial de Conservação da Rede Natura, assim como geosítios do Estrela Geopark da UNESCO, continuando a aumentar a área percorrida pela fogo, com impactes severos sobre a flora, fauna, território e populações.

Os pinhais têm sido bastante afetados, assim como os matos dominados por piornais, urzais e caldoneirais. Destacam-se as áreas com povoamentos de castanheiros, carvalhos-alvarinhos e faias no concelho de Manteigas que foram pouco afetados por terem baixa combustibilidade e portanto serem mais resilientes ao fogo. Devemos aprender com estas lições, para reordenar a paisagem.

O teixo, árvore ameaçada que ocorre em Portugal apenas em parte da Serra da Estrela e Serra do Gerês, tem salvaguardado o núcleo mais importante até agora.

Entre a biodiversidade da fauna, pode-se destacar a lagartixa-de-montanha e a salamandra-lusitânica, endemismos ibéricos que apenas ocorrem no noroeste da Península Ibérica e que tem o seu habitat destruído pelo fogo.

Devem ser criadas condições para a pequena agricultura e pecuária com a remuneração dos serviços ecossistémicos locais que são essenciais para a fixação da população nestes territórios de montanha, mantendo a biodiversidade.

Perante as críticas ao desempenho sobre a coordenação dos meios, a Quercus questiona qual foi a intervenção da AGIF – Agência para a Gestão Integrada dos Fogos Rurais, entidade criada para melhorar a atuação do sistema de prevenção e combate aos fogos?

Devido à destruição da vegetação nas encostas ingremes, sobretudo no vale do Zêzere, os fenómenos de erosão com arrastamento de materiais vão ser problemáticos, pelo que deve ser priorizada a necessidade de estabelecimento de medidas de emergência na gestão pós-fogo, antes do inverno.

A Quercus considera importante ser efetuada uma avaliação independente sobre este incêndio, para que fique claro o que deve ser melhorado para o futuro.

Lisboa, 12 de agosto de 2022

A Direção Nacional da Quercus – ANCN