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Incêndio na Serra da Estrela está a afetar importantes áreas florestais e de conservação

A Quercus, através do Núcleo Regional da Guarda da Quercus manifesta uma profunda preocupação sobre o incêndio que deflagrou na madrugada do dia 6, na Vila de Carvalho, junto da Covilhã e que avançou pela encosta da Serra da Estrela até zona de Verdelhos e vale glaciar do Zêzere, no concelho de Manteigas.

O incêndio já destruiu mais de 3 mil hectares de áreas florestais e habitats do Parque Natural da Serra da Estrela, também na Zona Especial de Conservação da Rede Natura e do Estrela Geopark da UNESCO.

Parte da área tinha ardido no ano de 2005 e estava a evoluir a sucessão da vegetação que agora foi afetada. Para além dos pinhais, urzais e piornais, também foram afetados teixos, árvore ameaçada que tinha sido alvo de projetos de conservação.

A realidade do mundo rural tem vindo a ser alterada, com o abandono das áreas agrícolas e florestais, que acarretam riscos sobre o território e sociedade e provocam enormes prejuízos económicos e de depreciação natural e paisagística.

Uma vez mais a Serra de Estrela é primeira vítima, agravado por ser Parque Natural, mas com ela também somos nós todos, com a perda de biodiversidade, a redução dos serviços ecossistémicos, menor capacidade de retenção de carbono, com afetação nos produtos endógenos e na pequena economia local, que deixam profundas chagas acelerando um maior abandono das atividades tradicionais e o consequente despovoamento já se si tão significativo.

Com as alterações climáticas, que nos parece serem mais de emergência climática, a tendência será para piorar, mais ondas de calor extremo e maior facilidade de propagação do fogo.

Continuaremos a ir adiando o que respeita à alteração, como desígnio nacional e regional, para uma paisagem natural resiliente ao fogo, a criar condições para a pequena agricultura e pecuária com a remuneração dos serviços ecossistémicos locais que são essenciais para a fixação da população nestes territórios deprimidos?

Precisamos de ganhar massa crítica que estimule novas formas de acção colectiva, recriar novos modelos comunitários de gestão de recursos naturais, de modo empenhado e participativo, em que a intervenção do Estado leve em conta, verdadeiramente e de uma vez por todas, as lições do passado.

Guarda, 9 de agosto de 2022

A Direção do Núcleo Regional da Guarda da Quercus – ANCN