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Quercus e grupo de moradores condenam JF Olivais por operação de “desmate radical” e “sem critérios claros” de zona arborizada junto à EB 1 Adriano Correia de Oliveira

No dia 9 de setembro, a Quercus, acompanhada pelo grupo de moradores que denunciou a intervenção da autarquia, visitou o local para avaliar danos ecológicos, e outros, causados por uma ação de limpeza integrada num projeto de requalificação cujo plano a autarquia ainda não revelou.

No âmbito desta visita foi solicitada reunião ao Agrupamento de Escolas Fernando Pessoa, à Junta de Freguesia dos Olivais e à Câmara Municipal de Lisboa, para auscultação das intenções e expectativas de todas as partes interessadas, debater ideias e, se possível, encontrar em conjunto uma solução que sirva melhor todos os interesses e valores em causa. Contudo, a Quercus não recebeu qualquer resposta até ao momento nem compareceu nenhuma entidade.

A visita técnica realizada pela Quercus, e apesar de não ter sido possível aceder ao interior da zona arborizada uma vez que está vedada, permitiu verificar a efetiva necessidade de requalificação do espaço, mas que a intervenção realizada foi inadequada pela excessiva vegetação destruída, sendo já visíveis sinais de erosão devido à instabilidade do solo causada, para além de excessiva exposição solar e consequente desconforto quer para as crianças da escola, quer para os moradores. O dano ecológico mais relevante terá sido a inevitável destruição dos ninhos de aves, assim como a quantidade de resíduos, que tem vindo a aumentar desde que o espaço ficou desfigurado. Permanece ainda no local vegetação cortada, o que tudo somado confere um aspeto de abandono e destruição. Todos os factos observados sustentam os motivos que levaram à contestação do grupo de moradores.

A intervenção levada a cabo pela Junta de Freguesia de Olivais teve início no dia 15 de maio, a deu início a uma operação junto da EB 1 Adriana Correia de Oliveira que caraterizou como sendo de “Limpeza e Remoção”. Na realidade, esta intervenção consistiu na remoção de grande parte do arvoredo numa área com cerca de um hectare que envolve a referida escola, na vertente orientada para a Rua Cidade da Beira dos números 54 ao 68, nos Olivais Sul.

A vegetação que existia no local, funcionava como uma barreira verde que constituía uma parede natural visual e de ruído, entre moradores e escola, essencial para a privacidade de ambos. Servia também como climatizador natural, regulando a temperatura e a humidade do ar e do solo, e proporcionando sombra tanto aos moradores que têm as varandas viradas para a escola, bem como às crianças do jardim de infância. Era usada por diversas aves, nomeadamente melros e pardais, que aí faziam habitualmente os seus ninhos que foram destruídos nesta desmatação. Paralelamente, esta zona de vegetação servia ainda de abrigo a uma colónia de gatos… que tem sido extremamente útil nos últimos anos no controlo do enorme número de roedores, nomeadamente ratazanas.

Numa altura em que já são por demais inegáveis as evidências dos benefícios do arvoredo e vegetação para a saúde e desenvolvimento dos ecossistemas, para a saúde pública, para a captação de dióxido de carbono e para a redução da temperatura atmosférica, especialmente em centros urbanos, foi com estupefação que a Quercus tomou conhecimento da intervenção da JF de Olivais.

A Quercus e o grupo de moradores esperam que o espaço “Mata da Escola” seja sustentável, autónomo e resiliente às alterações climáticas, para que possa cumprir não só a função para que foi projetado, nomeadamente de proteção da escola (sebes espinhosas) e barreira de ruído e de privacidade de moradores e crianças, mas também num pólo de educação ambiental, de observação e exploração da natureza.

 

Lisboa, 10 de setembro de 2021