Esta atividade realizou-se no dia 9 de Setembro de 2018 organizada pelo CIT – Centro de Interpretação Turística do município de Pedrógão Grande com o apoio da Quercus e reuniu um grupo de cerca de 33 pessoas.
Sob a orientação de Alexandra Azevedo, voluntária da Quercus e autora de guias práticos sobre ervas e frutos silvestres comestíveis, este passeio teve como objetivos promover a atividade física, identificar ervas e frutos silvestres, refletir coletivamente sobre a paisagem urbana e rural e estimular ações futuras.
Para o bem e para o mal, os incêndios do ano passado colocaram Pedrógão Grande e outros concelhos do centro do país no mapa e agora o grande objetivo deve ser tornar este território comestível, ou seja, um território que dê as condições adequadas não só à vida da espécie humana, mas também a todos os seres que coabitam connosco, e os alimentos silvestres entram na equação!
Não precisamos apenas de um novo paradigma florestal, mas também de um novo paradigma alimentar, e a bolota (assim como outros alimentos silvestres) é fundamental para nos voltarmos a ligar ao nosso território. Consumimos quase exclusivamente pão de trigo o que é insustentável no nosso país, pois nunca tivemos solos com boa aptidão agrícola para a produção necessária (importamos cerca de 98% deste cereal atualmente!). Como alternativa temos o pão de bolota obtido não só deste fruto, mas também de mistura de cereais menos exigentes, como o centeio ou variedades de trigo antigas, como é o caso do trigo barbela utilizado no pão que viria a ser degustado no final da atividade.
Foram bastantes as espécies encontradas ao longo do percurso, debateram-se algumas ideias para melhorar a gestão dos espaços públicos num modelo de baixa manutenção e sem herbicidas e outros pesticidas, como a plantação densa de arbustos de espécies autóctones, e todos puderam ainda degustar o anunciado pão de bolota!
A apreciação global foi muito positiva e muitos também os elogios ao pão de bolota e à forma como toda a atividade foi conduzida.
De coração aberto procurou-se dinamizar e dar esperança a esta região. É precisamente isso que a população que persiste e resiste no território anseia.
Ilustração 1 – Introdução no ponto de encontro – junto ao CIT
Ilustração 2 – Observando o almeirão silvestre
Ilustração 3 – Identificando arbustos autóctones e refletindo sobre estratégias para reduzir necessidade de controlo de plantas espontâneas
Ilustração 4 – Identificando mais ervas comestíveis no jardim de aromáticas
Ilustração 5 – Num ervado há sempre curiosidades a descobrir!
Ilustração 6 – Impossível resistir às suculentas amoras que surgiram no percurso!
Ilustração 7 – E descobrindo mais ervas … que sempre cobrem as bermas de estradas e caminhos sem herbicidas!