A Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza analisou os resultados dos 2779 boletins de análises oficiais efectuadas entre a 3ª semana de Maio e a 1ª semana de Agosto nas zonas balneares existentes em Portugal. Os resultados foram compilados com base nos DADOS OFICIAIS disponíveis através da Internet até sábado, dia 5 de Agosto, no site do Instituto da Água: INAG – Zonas balneares 2006, Análises 2006
8 praias já estiveram interditas as pelos delegados regionais de saúde (6 mantêm interdição)
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15 praias com pelo menos uma análise má
15 praias – 8 praias costeiras e 7 interiores, já apresentaram, este ano, pelo menos uma análise má. 5 encontram-se interditas. São elas:
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A Quercus considera fundamental que sejam investigadas e explicadas pelas autoridades as causas prováveis destas análises más e as medidas que estão a ser tomadas para evitar mais ocorrências.
As melhores praias interiores – 24 praias interiores (32% do total) tiveram análises sempre boas
Das 494 zonas balneares em Portugal de acordo com a informação oficial recolhida, 334 praias (68% do total) apresentaram sempre análises com qualidade boa.
Fazendo uma diferenciação entre praias costeiras e interiores, verificamos que 310 (74%) das 418 praias costeiras em Portugal apresentaram sempre análises de qualidade boa. No caso das praias interiores, 24 das 76 praias apresentaram sempre análises boas desde o início desta época balnear. São elas:
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Principais queixas vão para os acessos, os excessos na concessão das praias, a limpeza, a presença de cães, e falta de informação actualizada sobre a qualidade da água.
A maioria das queixas que a Quercus tem identificado, quer directamente por visita de membros da associação, quer por contactos recebidos por utentes das zonas balneares, mostram que as principais falhas se prendem com:
– problemas associados ao estacionamento anárquico, por vezes em cima das dunas e de outras áreas sensíveis, mesmo em praias em áreas protegidas ou em áreas já objecto de implantação dos planos de praia definidos nos Planos de Ordenamento da Orla Costeira;
– áreas de areal concessionadas muito maiores que as áreas não concessionadas, não permitindo o usufruto da praia por quem não quer alugar um toldo, não havendo espaço para toalha e/ou chapéu de sol. O Estado (ao nível regional e local) tem de cumprir melhor o seu dever de garantir a equidade entre a necessidade de exploração da praia e o usufruto de todos, o que poderá passar por uma avaliação da gestão das áreas balneares. Acresce ainda casos de limitação dos acessos ao público em que o acesso é feito foi limitado a utentes de determinadas infraestruturas urbanas ou turísticas privadas;
– falta de limpeza dos areais (pontas de cigarro na areia, outro lixo e falta de recipientes de lixo que estão geralmente a transbordar);
– apesar da proibição legal que faz parte dos Planos de Ordenamento da Orla Costeira e de sinalização presente na praia, vários utentes continuam a levar cães para a praia;
– falta de informação actualizada sobre a qualidade da água.
A Quercus lamenta também o facto deste ano não estar disponível uma ferramenta muito útil de informação nesta matéria à semelhança de outros anos – o projecto e em particular o site VivaPraia.com.
Quercus reitera conselhos:
1. Verifique se na praia que vai frequentar é realizado o controlo de qualidade da água balnear
2. Certifique-se de que a qualidade da água da sua praia é aceitável ou, preferencialmente, boa.
3. Escolha praias com a Bandeira Azul e/ou com Qualidade de Ouro da Quercus (critério relativo apenas à qualidade da água balnear)
4. Verifique os meios de segurança e as infraestruturas.
5. Verifique e contribua para a limpeza do areal. Exija a ausência de cães.
6. Evite permanecer na praia nas horas de maior calor e evitar uma exposição excessiva ao sol.
7. Evite fazer ruído.
8. Proteja as dunas e as falésias das praias costeiras e a vegetação nas praias fluviais.
9. Vá de transportes menos poluentes até à praia; procure deixar o carro em casa.
10. Denuncie o que não estiver bem.
A Direcção Nacional da Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza
Lisboa, 8 de Agosto de 2005