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Poluição por ozono em Portugal: a pior semana de sempre desde que há registos. População não é informada de situações de poluição grave por falta de avisos obrigatórios nas rádios e televisões

A Quercus, através da consulta ao site do Ministério do Ambiente que disponibiliza informação sobre qualidade do ar (www.qualar.org), identificou a última semana que decorreu de 6 a 12 de Agosto como tendo sido a pior em termos de poluição por ozono. Os dados disponibilizados no site são considerados não validados, mas a realidade não deve ser praticamente alterada depois da verificação por parte dos técnicos das diferentes situações.

 

O ozono é um poluente secundário que se forma a partir de outros poluentes como os óxidos de azoto (emitidos pelos tráfego rodoviário e pela combustão na indústria) e os compostos orgânicos voláteis (emitidos pelo tráfego rodoviário e também por determinado tipo de espécies florestais). A formação de ozono é condicionada por forte radiação solar e elevadas temperaturas, pelo que as condições meteorológicas da última semana foram absolutamente determinadas, associadas à emissão dos poluentes primários que conduzem à formação de ozono à superfície. Os incêndios devem também ter tido um papel determinante nas elevadas concentrações registadas nalgumas regiões.

 

Os efeitos na saúde à exposição de curto prazo a elevadas concentrações de ozono passam por danos aos pulmões e inflamação das vias respiratórias, aumento da tosse e maior probabilidade de ataques de asma. São particularmente os grupos sensíveis (crianças, idosos e pessoas com doenças respiratórias) que podem sofrer consequências mais graves.

 

 

Três recordes de ultrapassagens aos limites de ozono na última semana

 

Três infelizes recordes na semana de 6 a 12 de Agosto de 2006:

 

Semana com maior número de horas de excedência ao limiar de informação ao público desde que há registos: 354 horas.

 

Dia com maior número de horas de excedência ao limiar de informação ao público desde que há registos: 11 de Agosto com 101 horas.

 

Semana com maior número de horas de excedência ao limiar de alerta em 2006: 9 horas

 

Outros aspectos interessantes foram:

 

A concentração de ozono mais elevada, acima do limiar de alerta, registou-se na Chamusca, na região de Lisboa e Vale do Tejo, com 284 ug/m3 às 16 horas de dia 11 de Agosto.

 

Ílhavo foi a estação de monitorização do país com maior número de horas em excedência ao limiar de informação ao público – 33 horas.

 

 

Quercus exige articulação entre entidades regionais do Ministério do Ambiente e a comunicação social – avisos NÃO ESTÃO a chegar às populações

 

As pessoas podem consultar os níveis de ozono medidos através da rede de monitorização de qualidade do ar no site do Ministério do Ambiente www.qualar.org. Porém, é obrigação das entidades regionais do Ministério (as Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional) avisarem as outras autoridades e a população através da comunicação social, facto que sabemos habitualmente acontecer.

 

As concentrações mais elevadas verificam-se em geral da parte da tarde, na sequência da transformação dos poluentes emitidos durante a manhã e devido às reacções químicas que ocorrem devido à intensa radiação solar e temperatura.

 

Como as ultrapassagens aos limiares têm um curto período (entre uma hora a algumas horas) os avisos têm de ser rápida e eficazmente transmitidos à população. Isso só pode ser feito através das rádios nacionais nos seus noticiários, rádios locais e televisões com uma forte componente de informação. Infelizmente isso não está a acontecer e as populações não estão a ser avisadas como seria de esperar. Tal deveria ser enquadrado por um sistema que obrigasse determinados órgãos chave da comunicação social a transmitir estes avisos à semelhança do que acontece noutros países. Não é lendo nos jornais do dia seguinte a informação do que se passou que se é efectivo na prevenção em termos de saúde pública.

 

 

Medidas de antecipação deverão ser pensadas pelo Ministério do Ambiente

 

No quadro da legislação vigente, deverão existir planos que evitem as elevadas concentrações de ozono, defendendo a Quercus que as limitações de tráfego e de outras fontes de poluição devem ter lugar quando se sabe que nos dias seguintes as condições são favoráveis à formação deste poluente, não sendo isto que actualmente está a acontecer.

 

 

Lisboa, 13 de Agosto de 2006

 

A Direcção Nacional da

Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza