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Quercus e Leaseplan lançam Programa de Reflorestação

A Quercus e a Leaseplan apresentaram, dia 6 de Junho, no decorrer da entrega do Prémio Quercus (no Auditório do Metropolitano de Lisboa – Estação Alto dos Moinhos), um programa de reflorestação com base no princípio do poluidor-pagador que será aplicado à gestão de frotas automóveis. A partir de agora e durante os próximos quatro anos, cidadãos e empresas que recorram ao aluguer operacional de veículos podem optar por compensar as suas emissões com acções de florestação com árvores e arbustos autóctones. Numa primeira fase serão florestados espaços naturais que a Quercus possui no Parque Natural do Tejo Internacional e numa segunda fase, se a adesão de cidadãos e empresas for a que se aguarda, serão seleccionados locais em outras áreas protegidas e sítios propostos para integrar a Rede Natura 2000.

 

Aspectos a considerar neste projecto de compensação de emissões

 

1- O cálculo das emissões

A participação da Quercus em projectos de compensação das emissões de CO2 emitido por veículos automóveis através da florestação tem em conta a medição das emissões calculada através da informação que os próprios fabricantes dão aos clientes. Assim, fazendo uma média que simplifique o processo de contabilização, teremos emissões da ordem das 150gCO2/Km, isto é, e a título de exemplo, se um veículo fizer 15 000 Km num ano, está a emitir para a atmosfera 2.25 t CO2. É também necessário entrar em conta com o facto de que uma tonelada de carbono não corresponde a uma tonelada de dióxido de carbono, pois possuem pesos moleculares distintos. Ao fazer a conversão 1 tonelada de carbono é equivalente a 3,667 toneladas de dióxido de carbono.

 

2 – A capacidade de sequestro de emissões

Por outro lado há que calcular a capacidade de sequestro do carbono pelas florestas, a qual varia em função das espécies de árvores que estamos a pensar utilizar. Sabemos que os eucaliptos têm uma maior capacidade de sequestro do que um pinheiro ou uma azinheira. Todavia, nas florestas de produção com espécies de rápido crescimento, como os finais das revoluções dos povoamentos são antecipados por vezes para períodos de 9 anos, perdem-se os valores de carbono acumulados. Embora não existam dados muito concretos, depois de consultados alguns especialistas, para situações com as características edafo-climáticas das nossas, com utilização de árvores do género Quercus, como o carvalho, sobreiro e a azinheira, o valor de sequestro que damos como referência a projectos desta natureza situa-se nos 0,3 tC/ha/ano (aproximadamente 1,1 tCO2eq/ano).

 

3 – Forte componente de conservação da natureza

A selecção dos locais de florestação será um dos aspectos a considerar. A nossa prioridade vai para a florestação no Parque Natural do Tejo Internacional, onde a Quercus é proprietária de cerca de 600 hectares. Esta opção dá-nos uma garantia de longo prazo na manutenção de uma floresta instalada e gerida com objectivos de conservação da natureza e onde pretendemos inverter fenómenos de erosão e desertificação que são hoje patentes em muitos locais do nosso território.

 

Fica no entanto aberta a hipótese do desenvolvimento de parcerias com entidades públicas em terrenos localizados preferencialmente em áreas protegidas ou áreas classificadas como Rede Natura 2000. Dever-se-ão também escolher espaços que tenham sido sujeitos a incêndios nos últimos anos e onde comprovadamente houve perdas significativas de biodiversidade. Exemplos concretos de áreas potenciais de intervenção são a Serra da Estrela ou ainda o Sítio Natura 2000 “Monchique”.

 

No que concerne às espécies a utilizar, há a salientar que uma floresta é composta por árvores, arbustos e herbáceas. A escolha das espécies deve ter por base as características da vegetação potencial dos locais. Espécies como o teixo (Taxus baccata), os carvalhos roble e negral (Quercus robur e Quercus pyrenaica), o carvalho-cerquinho (Quercus faginea subesp. broteroi), o sobreiro e a azinheira (Quercus suber e Quercus rotundifolia), o Freixo (Fraxinus sp.) ou o raríssimo carvalho-de-Monchique (Quercus canariensis) serão certamente objecto da nossa atenção a par de algumas espécies arbustivas.

 

4 – Gestão monitorização e avaliação dos projectos

Os projectos a desenvolver terão um plano de gestão definindo os objectivos, as metodologias e indicadores de avaliação de modo a puderem ser alvo de uma monitorização permanente e de uma avaliação das suas consequências a vários níveis. Para tal vão seguir-se os critérios FSC (Forest Stewardship Council) que serão avaliados por técnicos independentes certificados para o efeito.

 

Florestas e sumidouros de carbono As florestas têm sido alvo de grande atenção devido ao seu potencial contributo para mitigar os efeitos do aquecimento global. É do conhecimento comum que as plantas absorvem dióxido de carbono – CO2 – da atmosfera e têm capacidade de o armazenar através do processo da fotossíntese. Todavia, sabe-se também que esta acumulação é apenas temporária, pois no termo do ciclo biológico cada árvore liberta parcial ou totalmente para a atmosfera o CO2 que fixou ao longo da vida. Por outro lado, é preciso não esquecer que com os incêndios florestais, a desflorestação e a decomposição das árvores mortas, as florestas tornam-se fontes de dióxido de carbono. As florestas podem assim ser entendidas apenas como sumidouros temporários para o dióxido de carbono que as actividades humanas emitem para a atmosfera. Comparando a capacidade que as florestas têm para absorver dióxido de carbono com as quantidades emitidas anualmente, fruto das actividades humanas, chega-se facilmente à conclusão que plantar árvores é importante mas não constitui uma verdadeira solução para os problemas do aquecimento global. Os sumidouros não nos protegem das alterações climáticas, dado que as quantidades de dióxido de carbono actualmente presentes na atmosfera podem nela perdurar por vários séculos. Importa pois adoptar verdadeiras e urgentes medidas para mudar o actual sistema de produção de energia baseado nos combustíveis fósseis.

 

O papel das florestas As florestas têm no entanto um papel a desempenhar no curto médio prazo, partindo do princípio que a sociedade no seu conjunto adoptará desde já uma nova atitude perante os desafios do efeito de estufa e das alterações climáticas. A implementação de projectos de florestação com vista a compensar as emissões, aplicando o princípio do poluidor-pagador, podem desempenhar um contributo significativo, mas não devem ser encaradas numa lógica de neutralização ou redução. De facto, a aposta numa gestão sustentável das florestas, para além do efeito de curto médio prazo que podemos obter, pode inclusivamente dar contributos indirectos que permitam prevenir as emissões na fonte. Estamos a falar do potencial que a utilização dos vários tipos de madeiras (assim como a cortiça) têm como materiais de construção e agentes energéticos. Calcula-se que a produção de energia a partir de 1 metro cúbico de resíduos florestais em substituição de combustíveis fósseis, pode prevenir a emissão de 0,6 toneladas de CO2. Calcula-se também que cada metro cúbico de madeira utilizado em construção, em detrimento de outros materiais de construção (betão, aço, tijolo), evitaria 1 tonelada de CO2 emitida para a atmosfera. Por último, é necessário não esquecer o importante papel que a plantação de novos espaços florestais pode desempenhar na conservação do solo, na regularização do regime hídrico e na preservação da biodiversidade, contrariando a tendência negativa que o flagelo dos fogos florestais tem acentuado nos últimos anos.