O Centro de Estudos e Recuperação de Animais Selvagens de Castelo Branco (CERAS) é um projecto do núcleo regional de Castelo Branco da Quercus, com o apoio da Escola Superior Agrária de Castelo Branco (ESA) e de outros mecenas particulares. O CERAS tem como principal objectivo recuperar animais selvagens debilitados e devolvê-los ao meio natural.
No ano em que celebra 15 anos, o CERAS esta a promover a iniciativa 15-15-15, ao longo dos próximos meses um conjunto de iniciativas de divulgação de quinze ameaças e quinze medidas de conservação para a fauna selvagem da região. As iniciativas serão de diversa índole, como campanhas de informação, reuniões e encontros com municípios, entidades públicas, empresas e particulares, no sentido de agilizar e solicitar algumas medidas e actuações concretas. Para cada uma destas ameaças a Quercus ira divulgar alguns pequenos gestos e comportamentos que todos nós poderemos realizar no sentido de evitar algumas das principais ameaças à nossa fauna autóctone.
Ameaça – Tiro a espécies protegidas
Anualmente são abatidos ou feridos centenas de animais selvagens protegidos por lei. A Quercus tem trabalhado com os caçadores, população em geral , grupos escolares e autoridades no sentido de tentar acabar com esta prática ilegal. Os grupos de fauna mais afectados que deram entrada no CERAS foram as aves de rapina diurnas e nocturnas e alguns mamíferos. São abatidos e feridos a tiro anualmente centenas de animais de espécies tão diferentes como Águias-calçadas, Águias-cobreiras, Abutres-pretos, Gaviões, Corujas , Bufos-reais, Cegonhas, Garças, Lontras, Gatos-bravos, entre muitas outras espécies. O tiro é uma das principais causas de mortalidade de espécies em perigo de extinção como a Águia-imperial-ibérica ou o lobo-ibérico. Nestes quinze anos temos assistido a uma redução gradual da percentagem de animais que dão entrada no CERAS por esta ameaça, que em 1998 era de 12% e em 2013 foi de 7%. Esta redução pode estar relacionada com um maior respeito e formação dos caçadores, e por uma diminuição no número de caçadores que baixou de 350 para 125 mil nos últimos 20 anos.
Zonas de caça e caçadores responsabilizados
A Quercus tem feito chegar as autoridades e federações de caça a informação sobre as zonas de caça nas quais tem ocorrido abates ou encontrados animais feridos, contudo é necessário adotar medidas mais fortes aplicando sanções administrativas e legislativas que acabem com esta prática ilegal e eticamente condenável.
O que todos podemos fazer?
Se encontrar uma animal selvagem ferido, morto, ou presenciar um abate deve ligar de imediato para a Linha SOS ambiente (808200520).Pode também passar a palavra, ser voluntário num centro de recuperação de fauna, tornar-se sócio de uma ONGA. Juntos vamos conseguir sensibilizar a opinião publica e as diferentes autoridades para a necessidade da responsabilização destes atos ilegais.
Castelo Branco, 2 Setembro de 2014
A Direção do Núcleo Regional de Castelo Branco da Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza.
Mais informação sobre o CERAS em:
http://www.quercus.pt/ceras
https://www.facebook.com/CERASCB
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