Lisboa, 23 de Março de 2005 – Em sequência da acção de ontem em Leixões, que teve por objectivo chamar a atenção para o facto de Portugal ser uma porta de entrada de madeira ilegal, a Greenpeace e a Quercus pediram hoje uma reunião com representantes do Ministério da Agricultura e do Ambiente, a decorrer amanhã, 24 de Março, a bordo do navio da Greenpeace Arctic Sunrise.
As duas organizações estão a pedir ao novo governo para apoiar totalmente o plano de acção europeu FLEGT (1) – que tem como objectivo banir o comércio de madeira ilegal – e trabalhar em nova legislação europeia que proíba a sua importação. O Banco Mundial estima que as perdas para os países produtores de madeira, devido à sua exploração ilegal, atingem montantes na ordem dos 10 a 15 mil milhões de euros por ano (2). Este valor é comparável com os 10 mil milhões de euros que a CE canalizou para ajuda em 2002 (3).
Ontem expusemos publicamente que Portugal é a principal porta de entrada para a Europa de madeira ilegal proveniente de extracção destrutiva na Amazónia Brasileira. Mas isto é apenas a ponta do iceberg. Portugal é um dos maiores importadores europeus de madeira ilegal de extracção destrutiva das mais antigas florestas do mundo. O governo e a indústria devem agir agora para banir este tipo de comércio, referiu Andy Tait, um dos coordenadores da Greenpeace para as florestas, a bordo do navio Arctic Sunrise.
Ontem, activistas da Greenpeace e da Quercus bloquearam a entrada do navio Skyman no Porto de Leixões, numa tentativa de impedir a descarga de um carregamento de madeira proveniente de empresas envolvidas no abate ilegal e destrutivo na Amazónia. Escaladores desceram em rappel da ponte móvel de Leixões, bloqueando a entrada do navio no cais de descarga.
CONFERÊNCIA DE IMPRENSA
Data: 24 de Março às 12:30 horas
Local: A bordo do navio Arctic Sunrise no Porto de Lisboa (Santa Apolónia)
Para mais informações:
Cristina Bodas / Greenpeace: 0031 646 19 7331
Hélder Spínola / Quercus: +351 937788472