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Quercus pede fim da venda de lâmpadas incandescentes em 2011

Hoje, 28 de Fevereiro, pelas 8.30h da manhã, a Quercus ofereceu um mega-postal de correio verde com QUATRO metros quadrados do Largo de Camões em Lisboa até ao Ministério da Economia e Inovação na Rua da Horta Seca. No postal segue um pedido ao Ministro da Economia para que, à semelhança do que já foi decidido noutros países, sejam banidas as lâmpadas incandescentes, por serem muito pouco eficientes face a alternativas existentes, melhores do ponto de vista energético / ambiental, como sejam as lâmpadas economizadoras.

 

Em Portugal vendem-se cerca de 30 milhões de lâmpadas incandescentes por ano e de acordo com um projecto da Quercus denominado ecofamílias com dados de algumas centenas de famílias, este tipo de lâmpadas é o que apresenta uma maior percentagem da iluminação nas casas portuguesas.

 

A Quercus defende que o fim da venda destas lâmpadas em 2011 é perfeitamente possível, à semelhança do que já anunciaram os governos da Irlanda, Reino Unido, Itália e Austrália. O avanço da tecnologia está preparado para este desafio. É a própria indústria que procura alternativas para as ineficientes lâmpadas incandescentes.

 

O apagão que está a ser divulgado pela internet e por SMS tem o efeito de alerta, mas apenas tem efeito na poupança de electricidade durante 5 minutos. Ao trocar uma lâmpada incandescente por uma lâmpada fluorescente compacta os efeitos de poupança de energia são por 10 anos. Mais do que participar no apagão amanhã, troque uma lâmpada incandescente por uma lâmpada fluorescente.

 

O fim de venda das lâmpadas incandescentes em 2011 significa a poupança de 1400 GWh/ano, o que representa 3% do consumo de electricidade, e mais de 680 mil toneladas de redução nas emissões de CO2 por ano. Para comparação, o recente plano apresentado pelo governo para construção de 10 novas barragens (PNBEPH) irá ter como produção anual 1632 GWh/ano.

 

A taxa ambiental que irá ser aplicada nas lâmpadas incandescentes a partir já do próximo dia 1 de Março (0,41 euros por lâmpada), representa a receita de 12 milhões de Euros que entram nos cofres do estado para aplicar em medidas de eficiência energética e para o Fundo de Carbono destinado a pagar o excesso de emissões de gases de efeito de estufa para cumprimento do Protocolo de Quioto. A substituição das lâmpadas que a Quercus defende representa a poupança de 13 milhões de Euros por ano, sendo esta sim uma medida estrutural de eficiência energética no consumo.

 

As novas metas anunciadas pela União Europeia dentro do Pacote de Energia e Alterações Climáticas aponta a eficiência energética como uma área fundamental onde todos os Estados-membros têm de investir. O fim de venda das lâmpadas incandescentes em 2011 pode representar em 2020 a poupança de cerca de 25% em relação ao consumo de electricidade no ano de 2007 (12 GWh). Em emissões de gases de efeito de estufa representa 6 milhões de toneladas de CO2/ano, ou 10% do ano base do cumprimento do Protocolo de Quioto. Mais ainda, este objectivo antecipa em quatro anos a meta do Plano Nacional de Acção para a Eficiência Energética apresentado recentemente e em discussão pública.

 

É necessária mais e melhor informação ao consumidor sobre lâmpadas economizadoras

 

As chamadas lâmpadas economizadoras (onde se inclui as lâmpadas fluorescentes tubulares, habitualmente usadas nas cozinhas e em espaços maiores, e as lâmpadas fluorescentes compactas) têm características em termos de aquisição, funcionamento, e fim de vida e, verificamos haver grandes limitações na informação dada ao consumidor.

 

As principais questões que deverão merecer atenção são:

 

– Custos: o custo de uma lâmpada fluorescente compacta representa um investimento consideravelmente superior às lâmpadas incandescentes; porém, o período médio de vida de uma lâmpada incandescente é de 1.000 horas (cerca de um ano se for feita uma utilização de três horas/dia), enquanto uma lâmpada fluorescente compacta das mais eficientes tem um tempo de vida que pode atingir as 10.000 horas, e tem uma redução no consumo de electricidade de cerca de 80% em relação a uma lâmpada incandescente.

 

– Forma: neste momento já é possível encontrar lâmpadas economizadoras com uma forma idêntica à das lâmpadas incandescentes ou então optar por uma multiplicidade de outras formas, onde se destacam aquelas que apresentam um pequeno tubo ou grupos de tubos e que mais se identificam com a típica lâmpada fluorescente compacta.

 

– Saúde: muitas pessoas apresentam sintomas de sensibilidade à forma como as lâmpadas fluorescentes funcionam e para determinados fins requerem lâmpadas incandescentes. Esta situação deve ser salvaguardada, tal como se prevê noutros países, assegurando a venda de lâmpadas incandescentes em locais particulares como farmácias.

 

– Temperatura de cor: ao adquirir uma lâmpada deverá ter em conta a “Temperatura de Cor” e o “Índice de Restituição Cromática” (IRC) da luz que esta emite. A Temperatura de Cor indica se a lâmpada tem uma cor quente ou fria, e o IRC indica a qualidade da luz. A temperatura de cor deve ser escolhida de acordo com a aplicação que se pretende dar à lâmpada e com o gosto da pessoa o IRC deve ser pelo menos de 80 para se ter uma boa resolução das cores dos objectos. Estas duas características traduzem-se num código de 3 dígitos que aparece na embalagem das lâmpadas fluorescentes, em que o primeiro número do código diz respeito ao IRC e os restantes dois à Temperatura de Cor. Por exemplo, se o código na embalagem for “IEC 827” [1] significa que o IRC é igual ou superior a 80%, e portanto reproduz as cores com qualidade, e a temperatura de cor é 2700K, e tem uma cor quente (mais amarela, mais usada para zonas de descanso). Se o código for “IEC 965”, a luz reproduz as cores com uma qualidade de pelo menos 90% e tem uma cor mais fria (como as lâmpadas de cozinha que são mais azuladas, mais usadas para zonas de actividade).

 

Este código permite que se faça uma escolha de lâmpadas adequada às funções/locais pretendidos, sem que o utilizador perca conforto mas revela-se demasiado complicada para o consumidor poder escolher e tem de ser muito mais simplificada.

 

– A qualidade das lâmpadas fluorescentes compactas (LFCs): Existem no mercado LFCs a preços mais apetecíveis, no entanto deve ter em atenção que o barato sai caro. Estas lâmpadas regra geral têm uma qualidade inferior, o que se traduz em termos de tempo de vida da lâmpada e qualidade da luz por ela fornecida. Verificar sempre a etiqueta de energia que obrigatoriamente tem de vir na embalagem destas lâmpadas. Assim, apesar de serem um pouco mais caras, recomenda-se a opção por lâmpadas de marca ou de marca branca de estabelecimentos que sejam uma referência em qualidade. Uma questão importante a ter em conta é se a luz é contínua ou se nota que a luz pisca. Se se aperceber que a luz não é contínua, deve trocar a lâmpada pois ela não está a funcionar em condições, podendo ser prejudicial para a sua visão.

 

– A reciclagem das LFCs: Estas lâmpadas não devem ser colocadas no lixo, exactamente pelo facto de conterem mercúrio. Assim, se for comprar uma lâmpada nova, pode entregar a fundida na loja, sendo estas obrigadas a recebê-las e reencaminhá-las para reciclagem, onde o mercúrio é recuperado. Se não pretender adquirir uma lâmpada nova deve dirigir-se a um ecocentro que aceite estes resíduos. Para saber qual o ecocentro da sua área, e se este recebe lâmpadas pode consultar o site http://www.omeuecoponto.pt/ ou da DECO, ou contactar as entidades responsáveis pela recolha de resíduos da sua área de residência.

 

Como lidar com o mercúrio nas lâmpadas fluorescentes compactas?

 

As lâmpadas fluorescentes compactas (LFC), tal como as lâmpadas fluorescentes que usamos nas nossas cozinhas, contêm mercúrio na sua composição. No entanto este não constitui perigo para a saúde pública, pois a concentração de mercúrio em cada lâmpada é tão baixa que terão que se partir várias lâmpadas em simultâneo para poder haver perigo para a saúde no curto prazo.

 

No máximo é permitido por lei a presença de 5 mg de mercúrio por lâmpada. Comparando com os termómetros de mercúrio, que tinham cerca de 500 mg de mercúrio pode-se perceber que a quantidade de mercúrio presente nestas lâmpadas é mesmo muito reduzida. As quantidades em causa são muito menores do que o mercúrio que é emitido para o ambiente a partir das centrais térmicas, pela electricidade produzida acrescida se tivéssemos a usar lâmpadas incandescentes.

 

Neste aspecto, também se deve ter em conta que o risco de partir uma lâmpada é muito reduzido, pois elas têm um tempo de vida muito longo, e apenas são manuseadas quando colocadas e retiradas do candeeiro. Por outro lado, os fabricantes estão a aperfeiçoar a tecnologia de forma a reduzir a quantidade de mercúrio necessária nas lâmpadas.

 

O que fazer se uma lâmpada fluorescente compacta se partir?

 

De acordo com recomendações já dadas em alguns países, nomeadamente nos Estados Unidos da América e Reino Unido há vários princípios que, principalmente por uma questão de prevenção, devem ser tomados. Em primeiro lugar deve abrir uma janela e deixar a divisão arejar pelo menos durante 15 minutos. Se a lâmpada tiver caído numa superfície dura, não utilize o aspirador nem a vassoura para apanhar os resíduos. Utilize luvas de borracha e toalhas de papel para apanhar os resíduos para um saco de plástico. Coloque também no saco o papel usado para apanhar os resíduos da lâmpada e feche-o no fim da limpeza. Se a lâmpada tiver caído em cima de um tapete ou carpete, deve remover o que conseguir com as toalhas de papel, e depois as partículas mais pequenas com uma fita adesiva. Se ainda assim precisar de aspirar, deve no fim retirar o saco do aspirador e colocá-lo no saco com os restos da lâmpada. Lave as mãos no fim do processo. Leve o saco para o ecocentro da sua área, para que este resíduo seja devidamente encaminhado ou pode também entregá-lo numa loja de venda de lâmpadas que poderá aceitá-la mesmo partida (há dois sistemas de reciclagem de equipamentos eléctricos e electrónicos em Portugal, e junto de um deles esta situação está já prevista, estando a Quercus a desenvolver contactos para que o outro sistema também aceite lâmpadas partidas).

 

Futuro passa pelos LEDs

 

Num futuro próximo há ainda a considerar que o recurso a LEDs será cada mais diversificado em relação aos usos relativamente limitados que se verificam actualmente bem como o seu elevado custo que tenderá a baixar. Os LEDs apresentam um consumo de electricidade muito menor que as lâmpadas fluorescentes e portanto uma alternativa a ser progressivamente mais utilizada. Hoje em dia já é possível utilizar LEDS para iluminação de presença, como locais de passagem e elevadores, mas também semáforos.

 

 

Lisboa, 28 de Fevereiro de 2008

 

A Direcção Nacional da Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza