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Portugal em 2007, 8% acima do limite de Quioto, 35% acima do ano base de 1990 | Renováveis representaram 38% da produção de electricidade em 2008

A Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza analisou os dados relativos às emissões de gases de efeito de estufa (GEE) de Portugal no ano de 2007, disponíveis num sítio internet da União Europeia (http://cdr.eionet.europa.eu/). No ano de 2007 as emissões de gases de efeito de estufa atingiram cerca de 80,2 milhões de toneladas (sem se considerar o uso do solo, alteração de uso do solo e floresta). Tal significa uma emissão per capita de aproximadamente 8 toneladas/ano. Os dados de 2007 agora conhecidos apontam para 35% de emissões de GEE acima de 1990, 8% acima do limite fixado pelo Protocolo de Quioto.

 

Tal representa um decréscimo de emissões em relação a 2006 de aproximadamente 3 milhões de toneladas de dióxido de carbono equivalente, ou seja, uma redução de 5% em relação ao ano base de 1990 e de 3,5% em relação ao ano anterior.

 

Os dados agora divulgados continuam a mostrar a dificuldade de Portugal em cumprir o Protocolo de Quioto, cuja meta de 27% de aumento de emissões em relação a 1990, está já em vigor desde Janeiro de 2008 e tem de ser respeitada para o período 2008-2012.

 

Os factos mais salientes relacionados com esta diminuição são os seguintes:

 

2007 foi um ano mais seco que 2006 (o total da produção de electricidade de origem hídrica foi inferior em 1100 GWh); porém, a produção de electricidade de origem eólica aumentou exactamente na mesma ordem de grandeza, 1100 GWh, sendo que o total de electricidade renovável aumentou 200 GWh entre 2006 e 2007;

verificou-se uma redução de emissões de 2,4 milhões de toneladas na produção de electricidade à custa principalmente do uso de centrais térmicas mais eficientes (ciclo combinado a gás natural), em detrimento do recurso ao carvão – as emissões da central térmica de Sines decresceram 1,5 milhões de toneladas (menos 17% em relação a 2006);

o clima ameno durante 2007 permitiu que o aumento do consumo de electricidade fosse de apenas 0,4% em relação a 2006;

o sector dos transportes, apesar do aumento significativo de preços de gasóleo e gasolina, sofreu um decréscimo de emissões de apenas 250 mil toneladas de dióxido de carbono (menos 1,3% que em 2006).

 

De acordo com o último relatório de monitorização do Programa Nacional para as Alterações Climáticas (PNAC), em 45 medidas, apenas 9 estavam conformes ou a superar o previsto. A Quercus tem vindo a insistir na incapacidade de implementação de muitas acções do PNAC para a redução das emissões no país, em particular na área do transporte rodoviário, com uma política que continua a passar pela construção de mais estradas e auto-estradas e favorecimento claro do automóvel, em detrimento de uma mobilidade mais sustentável para passageiros e mercadorias.

 

Percentagem de electricidade de origem renovável atingiu 38% em 2008

 

A Quercus, através dos dados das Estatísticas Rápidas da Direcção Geral de Energia e Geologia concluiu que Portugal atingiu em 2008, 38,1% de electricidade de origem renovável. Tratou-se de um ano seco, com uma quebra da ordem dos 30% em relação a 2007 da produção hídrica, tendo porém a produção de origem eólica aumentado 42%, representando 38,3% do total de electricidade renovável produzida. O peso real da electricidade de origem renovável foi assim de apenas 27,8%, sendo que a Quercus efectuou uma correcção por nós considerada legítima, isto é, corrigiu-se a produção de origem hídrica que sofre oscilações grandes interanuais para um ano médio (índice de produtibilidade hidráulica (IPH) = 1) e assim de 27,8% passou-se para um valor final de 38,1%.

 

O valor habitualmente publicitado pelo Governo Português, invocando de forma questionável para Quercus a Directiva comunitária relativa às energias renováveis, sofre uma dupla correcção, e foi de 43,3% para o ano de 2008.

 

 

Lisboa, 16 de Março de 2009

 

A Direcção Nacional da Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza