Portugal ficou classificado em 15º lugar em termos de melhor performance relativamente às alterações climáticas num ranking que incluiu os países desenvolvidos e os países com um forte desenvolvimento industrial recente ou representando mais de 1% do total de emissões de dióxido de carbono.´O índice é da responsabilidade da organização não governamental de ambiente GermanWatch e da Rede Europeia de Acção Climática (a que a Quercus pertence) e contou com a colaboração da Quercus na avaliação qualitativa pericial efectuada a Portugal. O anúncio foi hoje efectuado em conferência de imprensa na Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas que está a ter lugar em Poznan na Polónia.
O índice mostra que nenhum país dos considerados pode ser considerado como tendo uma performance satisfatória no que respeita à protecção do clima. O critério específico para essa avaliação é o de que, por comparação com 1990 (ano base do Protocolo de Quioto), nenhum país está no caminho que asseguraria à escala global um aumento de temperatura inferior a 2 ºC. Assim, o CCPI não tem vencedores este ano porque nenhum país está a fazer o esforço necessário para evitar uma alterações climática com consequências dramáticas.
O Climate Change Performance Index (CCPI) 2009 é um instrumento inovador que traz maior transparência às políticas climáticas internacionais. Com base em critérios padrão, o índice avalia e compara a performance de 57 países que, no total, são responsáveis por mais de 90% das emissões de dióxido de carbono associadas à energia. O objectivo do índice é aumentar a pressão política e social nos países que têm esquecido até agora o seu trabalho interno no que respeita às alterações climáticas.
O CCPI resulta de três componentes parciais que são somadas de modo a criar um ranking da performance em termos de alterações climáticas dos países avaliados. A primeira componente (tendência das emissões) analisa a evolução das emissões nos últimos anos de quatro sectores individualmente: electricidade, transportes, residencial e industrial. A segunda componente refere-se às emissões (nível de emissões) relacionadas com a energia em de cada país integrando variáveis como o produto interno bruto e as emissões per capita. A terceira e última componente (política de emissões) resulta duma avaliação da política climática o país a nível nacional e internacional. A componente de tendência pesa 50%, a componente nível de emissões 30% e as políticas climáticas são ponderadas em 20%. Os dados são retirados da Agência Internacional de Energia e das submissões efectuadas pelos países, sendo as políticas climáticas avaliadas por peritos internacionais na área das alterações climáticas, tendo a Quercus participado a este nível.
Portugal desce dois lugares no ranking, da 13ª (em 2008) para a 15ª posição (em 2009)
Portugal obteve a 15ª posição no ranking final global (1º é o melhor), sendo que a sua classificação foi a 33ª na componente tendência de emissões, 17ª na componente de nível de emissões e 9º na componente de políticas climáticas, tendo descido duas posições na análise global. No índice em 2008, Portugal obteve a 13ª posição quando estiveram em avaliação 56 países. Este lugar reflecte o facto de Portugal ter emissões per capita relativamente baixas e ter um conjunto de medidas consignadas (mesmo que ainda não implementadas) para reduzir as emissões, mas ao mesmo tempo traduz o aumento praticamente sistemático das emissões desde 1990, com dificuldades de cumprimento do Protocolo de Quioto. Note-se que dada a não atribuição dos primeiros três lugares a nenhum país, é natural também uma descida no ranking, podendo indirectamente interpretar-se até que Portugal subiu uma posição.
O país melhor classificado no ranking foi a Suécia, seguido da Alemanha, França, Índia e Brasil. O pior país foi a Arábia Saudita, tendo a Espanha ficado em 28º lugar, o Canadá em penúltimo lugar (59º) e os EUA em antepenúltimo lugar (58º). O relatório será disponibilizado pela GermanWatch em www.germanwatch.org/ccpi.htm.
Poznan, 10 de Dezembro de 2008
A Direcção Nacional da Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza