A Quercus esclarece que não pretende, por agora, voltar à Comissão de Acompanhamento Ambiental da Secil no Outão (CCA) face à continuada falta de transparência da empresa e devido ao facto da cimenteira pretender queimar resíduos recicláveis (óleos usados).
A Quercus saiu da CCA em 2006 na sequência da falta de respeito que a Secil demonstrou perante os membros daquela Comissão ao não honrar a sua palavra em relação aos resíduos industriais perigosos.
Com efeito, a Secil tinha-se comprometido solenemente a informar previamente a CCA caso decidisse ponderar a queima de resíduos perigosos.
No entanto, faltando à palavra dada, a Secil pediu e obteve uma licença para queimar aquele tipo de resíduos, escondendo todo esse processo dos elementos da CCA, os quais só souberam do sucedido através da comunicação social.
No entender da Quercus, a seriedade da Secil na condução de todo este processo ficou porém claramente posta em causa quando a empresa começou recentemente a queimar resíduos industriais perigosos (RIP), sem esperar pelo resultado da consulta pública do estudo de impacte ambiental que apresentou ao Ministério do Ambiente.
Como se não bastasse, esse estudo foi coordenado por um assessor (funcionário) da empresa, retirando-lhe assim independência e credibilidade.
Finalmente, a Secil pretende queimar óleos lubrificantes usados, o que a Quercus condena frontalmente dado tratar-se de um fluxo de resíduos que pode facilmente ser reciclado.
Está assim demonstrado que a Secil não tem uma política de transparência credível, nem defende as boas práticas na gestão dos resíduos, pelo que continuando a manter-se estas condições, a Quercus nunca poderá voltar para a CCA.
Lisboa, 30 de Janeiro de 2008
Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza