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Quercus exige apuramento de responsabilidades sobre incêndios em Alfândega da Fé, Mogadouro e Moncorvo

Durante esta semana a zona do vale do rio Sabor e a sua envolvente nos concelhos de Alfândega da Fé, Mogadouro, Freixo de Espada à Cinta a Torre de Moncorvo (Distrito de Bragança) foram atingidas por fogos que destruíram floresta e áreas agrícolas, no total de mais de 14 000 hectares, provocando avultados prejuízos.

 

Os fogos que tiveram início em Picões, no concelho de Alfândega da Fé, e na Quinta das Quebradas, concelho de Mogadouro, no passado dia 9 de Julho, afetaram mais de 14.000 hectares no vale do rio Sabor e encostas envolventes, integradas na Zona de Protecção Especial para aves selvagens e Sítio de Importância Comunitária – Rios Sabor e Maçãs – ambos constituintes da Rede Natura 2000, onde estão a avançar as obras da albufeira e barragem do Baixo-Sabor, promovida pela EDP.

 

Dado que existe a afetação desta importante área classificada com habitats prioritários para a conservação, a Quercus exige que seja elaborado e divulgado um relatório detalhado da ocorrência, referindo as diversas questões ligadas à definição da estratégia de atuação e de prioridades de combate para defesa dos valores existentes.

 

Sem prejuízo desta avaliação, é já evidente que estamos na presença de uma clara falha de todo o sistema de prevenção e de combate aos incêndios, em que as autoridades responsáveis demostraram a sua total inoperância em situações deste género.

 

Esta ocorrência é também a prova indesmentível do desinvestimento e das políticas erradas de ordenamento florestal, prevenção e combate promovidas pelos últimos governos.

 

É pois urgente apurar responsabilidades, pelo que há várias questões no ar que deverão ser respondidas por quem de direito:

 

– Os municípios implementaram o Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra incêndios (obrigatório por lei) e executaram as ações de prevenção nele previsto?
– Como foi organizada a supressão do fogo nas diferentes fases?
– Que análise ao comportamento do fogo foi realizada e quais as estratégias delineadas?
– Como e por quem foram definidas as prioridades de defesa em termos de habitats prioritários a salvaguardar?
– Qual a integração nas estratégias de combate?
– Porque falharam as diversas oportunidades para parar a propagação do fogo nas estradas a norte da Quinta das Quebradas e sobretudo na N225?
– Quais os fatores que determinaram a forma final do perímetro do incêndio, o qual não parece corresponder nem à meteorologia, nem à orografia?
– Existiram manobras de uso de fogo de supressão? Quem foram os responsáveis pela sua execução, onde foram executadas e quais os resultados obtidos?
– Não deveriam existir equipas especializadas permanentes em áreas protegidas sensíveis para prevenção e combate, com conhecimentos técnicos e do território que facilitassem as decisões e as intervenções nestas situações?

A Quercus considera necessária uma estratégia de longo prazo com melhores políticas agro-florestais, que promova o investimento público na floresta autóctone , com recurso a diversas espécies mais resistentes ao fogo, como os carvalhos, sobreiros e outras adaptadas ao território.

 

Lisboa, 13 de julho de 2013

 

A Direção Nacional da Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza