A introdução fortuita ou intencional de espécies exóticas é hoje em dia considerada uma das principais causas da perda de biodiversidade e de degradação dos serviços de ecossistemas em toda a UE e no mundo. Só na União Europeia, o custo económico das Espécies Exóticas e Invasoras é estimado em pelo menos doze mil milhões de euros por ano (12.000.000.000 € / ano). Em Portugal, e noutros países europeus, a Vespa-asiática (Vespa velutina) está em expansão há vários anos provocando prejuízos na actividade apícola e na perda da biodiversidade ao reduzir o número de polinizadores.
Segundo dados divulgados publicamente, que carecem de confirmação oficial da Direcção Geral de Alimentação e Veterinária, foram detetados até à data 280 ninhos desta espécie de Vespa, mas na opinião de vários especialistas este número pode estar bastante aquém da realidade.
O Governo tenta minimizar a situação afirmando que se trata de uma praga que existe apenas na região de Entre Douro e Minho, mas a Quercus tem a confirmação da sua ocorrência na cidade do Porto e teme que rapidamente se propague a outras regiões do País.
A Quercus exige ao Governo que o Plano de Ação da Vespa velutina seja efetivamente aplicado com urgência, promovendo uma divulgação mais intensa deste problema e o recurso a equipas com formação específica dedicadas à erradicação da espécie, que actuem com a máxima celeridade já este ano, reduzindo o risco de expansão desta espécie exótica.
Economia e ambiente em causa
Estando em causa não apenas a manutenção da biodiversidade mas também a de vários sectores da actividade agrícola,como, por exemplo, a apicultura, a Quercus está a preparar uma campanha pública sobre a protecção dos polinizadores, em parceria com o grupo Jerónimo Martins, que visa nomeadamente:
• Ampla divulgação e informação sobre o papel dos polinizadores;
• Alertar para os perigos que a introdução de espécies exóticas pode ter nos ecossistemas, dando destaque a uma campanha urgente de informação relativa à Vespa-asiática, uma espécie que tende a ser confundida com a nossa Vespa autóctone (Vespa crarbro), a qual está adaptada ao nosso território e tem um papel importante no controle adequado de diversos insectos susceptíveis de causarem problemas nas culturas agrícolas;
• Sensibilizar os agricultores, em particular, e a opinião pública, em geral, para os perigos do mau uso dos pesticidas na saúde pública e no desaparecimento dos polinizadores;
• Divulgar misturas de sementes com espécies melíferas, cuja floração possa ocorrer espaçadamente ao longo da primavera e verão, com vista a incrementar a presença de polinizadores na área agrícola.
Lisboa, 21 de março de 2014
A Direção Nacional da Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza
Nota para os editores:
Outras Espécies Exóticas e Invasoras ameaçam também a produção de frutos pequenos e a produção de castanha, caso da mosca Drosophilasusukii, já presente no nosso País que ataca as plantações de mirtilos, morangos, amoras, framboesas e cerejas e agora surge a ameaça da vespa do castanheiro Dryocosmus kuriphilus, que já ocorre em Espanha e é considerada uma das piores pragas dos castanheiros.