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Prémio Quercus 2020 distingue projeto Plasticus maritimus da biológa Ana Pêgo e a Biodiversity4all – Associação Biodiversidade para todos

A Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza, Organização Não Governamental de Ambiente com maior intervenção à escala nacional, comemora hoje, dia 31 de outubro, o seu 35º aniversário. Com o atual estado que vivemos, as comemorações do seu aniversário serão pautadas por atividades maioritariamente via digital. Durante os meses de outubro, novembro e dezembro serão realizadas as “Quercus – EcoTalks”.

 

Na comemoração dos seus 35 anos de história, a Quercus decidiu atribuir o Prémio Quercus 2020 à Associação Biodiversidade Para Todos, mais conhecida por BioDiversity4all, pelo trabalho meritório que esta tem realizado na área da biodiversidade e também à biológa e beachcomber Ana Pêgo, autora do Projeto “Plasticus maritimus”.

 

O Prémio Quercus foi instituído com o objetivo de distinguir entidades, empresas ou cidadãos que se evidenciem na defesa do ambiente e na promoção do desenvolvimento sustentável.

 

Prémio Quercus 2020 / Categoria Individual: Ana Pêgo – Projeto “Plasticus maritimus

Estima-se que desde a década de 50 já foram produzidos 8,3 mil milhões de toneladas de plástico e apenas 9% foram reciclados. Por outro lado, o Programa das Nações Unidas para o Ambiente refere que cerca de 8 milhões de toneladas de resíduos de plástico são lançadas para os Oceanos a cada ano, o equivalente a um camião cheio de lixo a cada minuto, demorando entre 200 a 400 anos a desaparecer na natureza.

 

Os impactes do plástico no contexto marinho têm confirmado a morte de milhares de crias de aves marinhas no Pacífico que, por engano, são alimentadas pelos progenitores com resíduos de plásticos de pequenas dimensões que não se degradam no seu aparelho digestivo.

 

Por outro lado, os microplásticos (pequenas partículas de plástico), um ingrediente comum em muitos cosméticos e produtos de higiene pessoal como são demasiado pequenos para serem filtrados pela rede de esgotos, acabam nos rios e mares, entrando na cadeia alimentar dos animais e dos seres humanos.

 

É por isso urgente unir esforços para reduzir o consumo de plásticos de uso único, responsabilizar quem os coloca no mercado pelo seu correto encaminhamento e promover ações de limpeza das praias e outros locais afetados pela acumulação destes resíduos maioritariamente trazidos pelos oceanos.

 

Os mares e oceanos são uma grande riqueza para Portugal, temos que os cuidar e preservar para garantir a nossa sustentabilidade futura. Há verdadeiros protetores deste habitat e a nossa premiada é um destes exemplos.

Ana Pêgo passeia há vários anos pelas praias de Cascais à procura de plástico que transforma em arte para nos fazer pensar sobre o presente e o futuro dos oceanos. Bióloga marinha de formação, criou o projeto “Plasticus maritimus”, um reportório de resíduos em plástico que recolheu ao longo destes anos e que transformou em algo artístico, jogando com os tamanhos, formas e cores. Diversos são os exemplos que vai recolhendo, muitos com dezenas de anos, e que vai utilizando enquanto ferramenta pedagógica nos ateliers para crianças, escolas e famílias na Fundação Calouste Gulbenkian, quando visita escolas, ou mesmo em exposições.

 

Tudo começou em 2014 com a escultura “Balaena plasticus” um esqueleto de baleia-de-barbas, feito com 250 peças de plástico branco, com cerca de 10 metros de comprimento, apanhados na orla costeira de Almada e Cascais, que desenvolveu em parceria com Luís Quinta. Aqui era possível encontrar desde garrafões de lixívia, embalagens de iogurte ou esferovite.

 

Balaena plasticus contou com o apoio da Câmara Municipal de Almada e exposta, pela primeira vez, na Praça da Liberdade, no âmbito da “Semana Verde, no âmbito do Dia Mundial do Ambiente, com o objetivo de sensibilizar a população para a poluição marinha.

 

Esta instalação esteve também no Centro de Monitorização e Interpretação Ambiental da Costa de Caparica, no âmbito da exposição “Mar Sem Lixo, Oceanos de Vida”; na exposição internacional “Lixo Marinho: um Problema Global” do projeto europeu MARLISCO (Marine Litter in European Seas: Social Awareness and CO-Responsibility); e em 2018 no Jardim das Oliveiras no Centro Cultural de Belém, no âmbito do ciclo “No fundo Potugal é Mar”.

 

Esta escultura foi premiada com o “B Green Innovation Award”, no Greenfest 2015″.

 

Da Balaena plasticus rapidamente veio a criação do Plasticus maritimus, com a missão de sensibilizar para o grande problema que é o aparecimento de uma nova espécie nos habitats marinhos – o plástico. Ana cria um nome científico para o plástico que tem invadido mar e áreas costeiras de todo o mundo e lança uma campanha de alerta que tem mobilizado desde logo diversas entidades e particulares, criando uma vontade de limpar as praias.

 

Recentemente, este projeto deu origem ao livro Plasticus maritimus – uma espécie invasora”, assinado por Ana Pêgo e Isabel Minhós Martins com ilustrações de Bernardo P. Carvalho, uma obra já traduzida em diversos idiomas.

Ver episódio da rubrica “Minuto Verde” sobre o Livro Plasticus maritimushttps://vimeo.com/307669350
Ver episódio da série “Bora Ambientar” sobre o Plasticus maritimushttps://www.youtube.com/watch?v=K6J2-xxaXUw&t=14s

 

Prémio Quercus 2020 / Categoria coletiva: Biodiversity4all – Biodiversidade para Todos – O reconhecimento da promoção da ciência cidadã ao serviço da biodiversidade

No passado dia 19 de outubro de 2020, foi divulgado o relatório do estado da Natureza na Europa, emitido pela Agência Europeia do Ambiente. O relatório, referente ao período 2012 e 2018, informa que 81% dos habitats e 63% das espécies da Europa estão em declínio e enfrentam um futuro incerto se nada for feito para impedir a sua degradação. 39% das 463 espécies de aves que habitam na Europa estão num estado pobre ou mau.

 

Quanto a Portugal, apenas 24% dos habitats estão em bom estado de conservação, 72% estão em estado inadequado ou mau, e 4% estão em situação desconhecida. Os habitats em pior estado de conservação são as florestas, com apenas 4% em bom estado, e os habitats costeiros com 12.5%. Além disto, cerca de 80% dos habitats nacionais em estado desfavorável tendem a degradar-se ainda mais se nada for feito para o evitar.

 

Anteriormente, a Plataforma Intergovernamental de Ciência e Política sobre Biodiversidade e Serviços de Ecossistema (IPBES) tinha também avisado sobre o estado alarmante de perda de biodiversidade a nível global, e em setembro último emitiu um relatório que concluiu que o declínio da biodiversidade não tem precedentes, mas que ainda é possível atuar.

 

Há várias causas para a perda de biodiversidade, mas sem uma forte consciência e a mobilização dos cidadãos, será difícil proteger a natureza e as espécies maravilhosas de seres vivos que connosco habitam o planeta Terra.

A Associação Biodiversidade Para Todos, mais conhecida por BioDiversity4all, assumiu como sua missão “unir o maior número de pessoas no conhecimento da biodiversidade”. É uma associação portuguesa sem fins lucrativos, criada em 2011, e que convida qualquer pessoa a tornar-se num naturalista, registando as suas observações de espécies, compartilhando com outros naturalistas e trocando ideias sobre as suas descobertas. A Biodiversity4all promove a aplicação Inaturalist, que permite ao interessado registar online as espécies que encontra e fotografa e interagir com milhares de outros naturalistas, bastando para isso ter um telemóvel. A plataforma conta já com centenas de milhares de observações registadas pelos participantes.

 

A Biodiversity4all conta ainda com o apoio de muitos especialistas profissionais e promove também os BioBlitz, eventos de campo para registo de espécies, que duram normalmente cerca de um dia.

 

A associação apresenta os fundadores e órgãos sociais com discrição, preferindo dar destaque aos cidadãos naturalistas, às suas observações e identificação de espécies e aos seus projetos. A Biodiversity4all criou até um espaço próprio para acolher os projetos de quem pretende iniciar a sua própria iniciativa de ciência cidadã, como por exemplo manter um registo das aves que existem no seu bairro, ou registar os polinizadores de determinada área, etc.. Os projetos permitem assim agrupar as observações com as de outras pessoas em BioDiversity4All.

 

Por isso, e reconhecendo o trabalho da Associação Biodiversidade para Todos, Biodiversity4All, na promoção da ciência cidadã ao serviço da sensibilização para a biodiversidade, decidimos em 2020, atribuir-lhe o Prémio Quercus, na presença da sua Presidente da Direção e co-fundadora, a bióloga Patrícia Tiago.

 

Parabéns!

 

https://www.biodiversity4all.org/

 

Lisboa, 31 de outubro de 2020

 

A Direção Nacional da Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza