+351 217 788 474

Login

Sign Up

After creating an account, you'll be able to track your payment status, track the confirmation.
Username*
Password*
Confirm Password*
First Name*
Last Name*
Email*
Phone*
Contact Address
Country*
* Creating an account means you're okay with our Terms of Service and Privacy Statement.
Please agree to all the terms and conditions before proceeding to the next step

Already a member?

Login

Podas abusivas e/ou abate infundado de árvores em espaço urbano

Estima-se que estas espécies ocupem já 60 mil de hectares e originem perdas anuais de 10 milhões de euros. Agravam o risco de incêndio e são uma séria ameaça para a biodiversidade.

 

mimosa 2970960 1920A introdução de espécies não autóctones, com objetivos culturais, económicos ou apenas ornamentais tem ao longo de décadas vindo a transformar as nossas paisagens. A perda de identidade paisagística e as diversas consequências ecológicas associadas à invasão por infestantes lenhosas são problemas que podem tornar-se irreparáveis, se não forem enfrentados com os meios e a capacidade técnica adequada.

 

O comportamento de uma espécie inserida num meio distinto do seu ecossistema original pode tornar-se imprevisível. Mesmo quando os testes e ensaios de introdução apontam para a estabilidade do comportamento das espécies, dentro de limites controláveis, inesperadas alterações do meio, podem desencadear imprevisíveis situações de expansão descontrolada.

 

 

Acácias em Portugal

 

As acácias foram introduzidas em Portugal (provavelmente no Séc. XVIII) para utilização como plantas ornamentais e também com objetivos específicos como fixação de taludes e barreiras à expansão de zonas dunares costeiras.

 

Quando a atividade económica identificou estas espécies como vantajosas para a produção de taninos e carvão, não foram identificadas razões técnico científicas para limitar a cultura destas espécies. Uma ideia que pareceu irrepreensível para os fins pretendidos, na altura, mas que tem consequências gravosas na atualidade.

 

Chegaram a Portugal vindas quase todas do Sul da Austrália e hoje chegam a formar manchas de vegetação cerrada onde é não é viável a sobrevivência de outras plantas

 

Estas espécies formam matas cerradas que atingem dezenas de milhares de plantas por hectare e produzem vários milhões de sementes que podem manter-se viáveis durante décadas. A germinação destas sementes é estimulada pelos incêndios e, devido ao rápido crescimento das plantas, acabam por dominar as restantes espécies.

 

 

Infelizmente as consequências hoje em dia estão à vista de todos com a expansão descontrolada das acácias, que se espalham facilmente, afetando a produção florestal, provocando a destruição de muito das nossas florestas autóctones e levando a irremediáveis perdas de biodiversidade e de produtividade. Não prejudicam apenas vegetação nativa mas afetam também todas as espécies de fauna que dependem destas plantas para a sua alimentação.

 

As acácias australianas, principalmente a acácia-mimosa ou mimosa (Acácia dealbata), a acácia-de-espigas (Acacia longifolia) e a acácia-austrália (Acacia melanoxylon) ocupam já uma área que se estima entre os 30 mil e os 60 mil hectares.

 

As acácias estão a ser uma séria ameaça em diversas áreas protegidas. A mimosa é uma das invasoras, ou exóticas, mais preocupantes em todo o mundo, ocupando pelo menos um milhar de hectares no Parque Nacional da Peneda-Gerês, área esta que poderá ser ainda maior, mas que devido à falta de informação atualizada de inventários florestais, não é possível apurar.

 

Durante as últimas décadas, ao longo de todo o país, as colonias da acácia não pararam de crescer. Nas áreas florestais devastadas pelos fogos, em terrenos abandonados, nos baldios, nos taludes e em muitos outros locais, as acácias vão eliminando a restante vegetação expandindo-se como coberto dominante.

 

Para evitar danos ainda mais sérios na biodiversidade, é necessário atuar na erradicação dos novos focos de invasão e, acima de tudo, controlar para eliminação das populações de invasoras já estabelecidas.

 

Estamos perante uma invasão eminente, que está a espalhar-se por toda a parte trazendo consequências culturais e económicas tanto maiores quanto a demora de um plano de ação contra as infestantes. Estas invadem frequentemente áreas florestais, pelo que diminuem a produtividade e acarretam custos elevados na aplicação de medidas de gestão e controlo.

 

O trabalho dos técnicos que investigam novos meios para controlar a explosão de acácias não é suficiente para quebrar este processo, é necessário atuar no terreno, despertar a opinião pública e consciencializar os responsáveis pela gestão do território.

 

É urgente que o Estado aposte no controlo das invasoras lenhosas, já que, atualmente, o investimento neste domínio é quase nulo.

 

Têm que ser implementadas medidas no curto prazo.

 

A Quercus, Associação Nacional e Conservação da Natureza e a ANESF – Associação Nacional dos Engenheiros e Técnicos do Sector Florestal consideram fundamental:

 

-Implementar um plano de emergência para evitar a infestação por acácias das áreas ardidas em 2017, em particular no Pinhal de Leiria, áreas protegidas e áreas comunitárias sob gestão do Estado.

 

-Elaborar planos de ação para eliminação a curto prazo das acácias das áreas protegidas, parques e reservas.

 

-Elaborar plano de ação para travar a expansão das acácias ao longo da rede rodoviária.

 

-Realizar inventários que produzam resultados em tempo real, da área ocupada por acácias.

 

-Realizar campanhas de divulgação das boas práticas para controlo de invasoras lenhosas.

 

-Criar uma Comissão de Acompanhamento para a Vigilância, Prevenção e Controlo das Infestantes Lenhosas (à semelhança da congénere já criada para a Vespa Asiática).

 

 

Avistamento de acácias em Portugal

 

acacias

 

https://fusiontables.google.com/data?docid=1Uox2xXHpWPCGYScwJJUxcLuzKCJwn97DIHSk1HY#map:id=3