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Incêndio na SAPEC leva a formação de nuvem tóxica em Setúbal

Quercus exige o apuramento de todas as responsabilidades e repudia as tentativas de camuflagem dos reais impactes deste acidente ambiental

 

A Quercus manifesta enorme preocupação com as consequências provenientes do incêndio ocorrido no passado dia 14 de Fevereiro nas instalações da SAPEC, em Setúbal, e considera imprescindível que ainda na fase de rescaldo do incêndio sejam tomadas todas as medidas no sentido de minimizar os impactes negativos que agora pairam sobre as populações, sobretudo da região de Setúbal, e sobre o ambiente.

 

É importante ter em consideração que, se num período inicial do incidente, as condições meteorológicas foram favoráveis a dispersão da nuvem poluente de Dióxido de Enxofre (SO2) e desse modo “auxiliaram o controlo” da qualidade do ar dentro dos parâmetros legalmente definidos, a alteração dessas mesmas condições meteorológicas veio demonstrar a real perigosidade do poluente, tendo verificando-se nas últimas horas um aumento das concentrações de SO2 nas estações de medição da qualidade do ar locais (Quebedo). A estação de monitorização da qualidade do ar no centro da cidade de Setúbal registou 503 microgramas de dióxido de enxofre por metro cúbico de ar, quando o limite máximo admissível se situa nos 500 microgramas, sendo contudo muito provável que a concentração deste poluente em locais mais próximos ao local do incêndio seja bastante superiores.

 

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Registo do episódio de ultrapassagem de valor legal da concentração de dióxido de enxofre (SO2) na estação de monitorização da qualidade do ar do Quebedo (Fonte:APA).

 

A Quercus considera assim que as declarações proferidas pelo representante da SAPEC no passado dia 14 de Fevereiro a diversos órgãos de comunicação social, onde este defende que a nuvem poluente “…não sendo um perigo para a população, não é simpático…” são totalmente irresponsáveis e de elevada gravidade, podendo em última análise ser consideradas uma tentativa de camuflagem da real dimensão e extensão do problema.

 

A desmonstração do risco e da elevada perigosidade do gás libertado na nuvem de fumo, está evidente e demonstrada na comunicação da Direcção-Geral de Saúde, onde esta recomenda e aconselha os habitantes da península de Setúbal a protegerem-se devido a elevados níveis de dióxido de enxofre no ar, devendo as crianças, idosos e doentes com problemas respiratórios crónicos ou cardiovasculares não sair de casa e a fechar as janelas. Esta recomendação conduz inclusivamente ao encerramento das escolas de Setúbal no dia de hoje.

 

A Quercus exige assim o apuramento de todas as responsabilidades através de um inquérito rigoroso, onde sejam determinadas as causas e as razões que conduziram a um incidente desta dimensão. Do mesmo modo, exige que findo este inquérito, as conclusões sejam divulgadas e tornadas públicas. Neste seguimento, a Quercus considera também que deve ser elaborado um plano específico e dedicado à monitorização da qualidade do ar, solo e água, sendo particularmente importante perceber o potencial grau de contaminação local que o incidente poderá conduzir, com particular incidência na análise de água para consumo humano (captações de água), qualidade da água do Estuário do Sado e das zonas balneares circundantes.

 

A Quercus considera ainda que, após concluído o inquérito e conhecidas as suas principais conclusões, deve dar-se início a um debate alargado na sociedade, e consequentemente nas instituições com responsabilidade na área do Ambiente, Agricultura, e regulamentação de indústrias químicas, sobre o funcionamento, enquadramento, localização e instalação deste tipo de indústrias em locais de elevada densidade populacional.

 

A Quercus continuará igualmente a acompanhar de perto esta situação, de modo a que os impactes no Ambiente e na saúde pública sejam minimizados

 

Lisboa, 16 de Fevereiro de 2017

A Direcção Nacional da Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza