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Dia Internacional das Montanhas: montanhas portuguesas são muito vulneráveis às alterações climáticas

Comemora-se amanhã, dia 11 de Dezembro, o Dia Internacional das Montanhas, instituído pelas Nações Unidas no ano de 2002. As montanhas cobrem cerca de 27% da superfície terrestre e têm um papel decisivo para milhões de pessoas, pois fornecem mais de 60% da água doce do planeta, abrigam uma enorme diversidade de plantas e animais e são o lar de uma em cada dez pessoas. Contudo, as montanhas estão hoje extremamente vulneráveis às alterações climáticas, à desflorestação, à degradação do solo e aos desastres naturais.

 

Em Portugal, as áreas de montanha correspondem a 11% de superfície emersa. Estas têm uma enorme importância no fornecimento de um diverso leque de serviços dos ecossistemas, entre os quais serviços de regulação climática, de sequestro de carbono, de fornecimento de água doce às regiões mais baixas, de produção de alimentos e de materiais lenhosos, de refúgio para a biodiversidade e de serviços de índole cultural, como áreas de recreação, de turismo e de fruição da paisagem.

 

As montanhas portuguesas, para além da ameaça das alterações climáticas, enfrentam outras acções humanas muito lesivas. O abandono das práticas agrícolas tradicionais, em especial do pastoreio, o aumento da frequência de incêndios, a construção de infraestruturas em áreas sensíveis, em particular de eixos rodoviários, de barragens e de parques eólicos, a florestação com espécies exóticas de crescimento rápido e a invasão por espécies exóticas, são factores que contribuem para a degradação ambiental, perda de biodiversidade e consequente diminuição da capacidade no fornecimento de serviços dos ecossistemas. Também o turismo de massas feito de forma desregrada, de que a Serra da Estrela é um infeliz exemplo, contribui para a degradação ambiental do mais importante maciço montanhoso português.

 

O trabalho da QUERCUS em áreas de Montanha

 

Portugal é o limite sul de distribuição de habitats de montanha com o estatuto de conservação prioritária a nível europeu, tais como turfeiras, matos higrófilos e cervunais, florestas mediterrânicas de teixo, e de espécies, como a lagartixa-de-montanha (Iberolacerta monticola) ou a borboleta-azul-das-turfeiras (Phengaris alcon). Tendo em conta que os actuais cenários indicam que Portugal será um dos países mais ameaçados pelo impacte das alterações climáticas, com uma diminuição das condições favoráveis à presença dos habitats e espécies nos locais onde ocorrem actualmente, a Quercus tem vindo a intervir em áreas de montanha visando implementar medidas que possibilitem a adaptação, mitigação e incremento da resiliência de habitats.

 

Como tal, as intervenções vão desde o projeto Criar Bosques, que procura restabelecer o coberto arbóreo e arbustivo autóctone, até projetos que atuam de forma mais dirigida sobre determinado tipo de habitat e/ou espécies cujo estatuto de conservação exige uma intervenção no imediato. É o caso dos projetos HIGRO e LIFE TAXUS, co-financiados pelo Programa Life+ da Comissão Europeia.

 

O projeto HIGRO, a decorrer nos Sítios de Importância Comunitária Serra de Arga, Serra de Montemuro e Alvão-Marão, procura definir uma metodologia que promova a restauração e a conservação ativa dos urzais-tojais higrófilos e dos cervunais higrófilos existentes nos topos aplanados. Procura-se encontrar e promover um nível de perturbação humana, que maximize a biodioversidade destas áreas, nomeadamente aos nível das espécies da flora e invertebrados que dependem destes habitats, como a borboleta-azul-das-turfeiras.

 

No caso do projeto LIFE TAXUS, pretende-se contribuir para a recuperação do habitat bosquetes de Teixo – habitat 9580 *Florestas mediterrânicas de Taxus baccata, um habitat prioritário que em Portugal continental ocorre de forma espontânea nos Sítios de Interesse Comunitário Serra da Estrela e Peneda-Gerês. Dada a reduzida área de ocupação e sendo expectável um aumento da recorrência dos incêndios, umas das principais ameaças ao habitat, as intervenções previstas visam um incremento da área de ocupação e implementação de medidas adequadas de gestão – procurando reduzir a sua vulnerabilidade e aumentar a sua resiliência.

 

Lisboa, 10 de dezembro de 2013

 

A Direção Nacional da Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza