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Lince-ibérico aumenta a sua presença em Castelo Branco

 Quercus pede medidas efetivas no terreno para consolidar o regresso desta espécie na região.

 

Este ano consolidou-se a presença na região de Castelo Branco do Lince ibérico (Lynx pardina), que há várias décadas não tinha uma presença regular. É boa noticia e um desafio para a sua conservação na região.

A população de lince-ibérico atingiu novo recorde e atualmente já são 1668 animais. O registo da presença da espécie na região de Castelo Branco tem aumentado neste último o ano.

Lince Ibérico uma espécie ameaçada

O número de linces-ibéricos em perigo de extinção em Espanha e Portugal atingiu os 1668 em 2022.Em Portugal, o número passou de 209 para 261 em 2022, tendo nascido 86 crias em 2022. A área de distribuição de linces-ibéricos foi diminuindo até quase a sua extinção, em grande parte também por causa do declínio da presa preferida desta espécie o coelho-bravo. Apenas com o projeto Ibérico de reprodução em cativeiro e reintrodução foi possível inverter o declínio e quase extinção da espécie e recuperar algumas das zonas onde ocorria no passado.

Em Castelo Branco após mais de 30 anos de ausência regular a presença da espécie foi detetada em 2021.

 

Aumentam os avistamentos e os perigos

Desde 2021 que a Quercus e o ICNF têm monitorizado a presença de uma fêmea na região. Neste último ano alem da permanência dessa fêmea (Maguilla), tem havido observações de outros indivíduos, assim como recolha de indícios em vários locais da região, o que indica pelo menos a passagem de outros exemplares. Na Extremadura espanhola existem atualmente 176 animais, pelo que é expectável que atravessarem a fronteira e entrem na Beira Baixa.

A Quercus em articulação com o ICNF tem recebido registos e observações assim como recolhido indícios. Contudo a presença desta espécie apresenta vários desafios como a questão dos atravessamentos de estradas e o risco de mortalidade por atropelamento que já foram registados em Portugal.

Em 2015 morreu atropelado na A23 junto em Vila Nova da Barquinha o Lince Hongo, em 2016 na Maia outro lince Kentaro e Neco em Mértola em 2017. Os atropelamentos representam 32% da mortalidade da espécie, nos animais marcados e seguidos por telemetria, pelo que é urgente preparar as infraestruturas viárias da região de Castelo Branco para a presença desta espécie de forma a minimizar o risco de atropelamentos e o efeito barreira.

 

Grandes infraestruturas ameaçam o regresso desta e outras espécies ameaçadas

A intenção do governo de construir o IC31, uma estrada numa região com elevado património natural e cultural (concelhos de Castelo Branco e Idanha-a-Nova), põe em causa o modelo de desenvolvimento sustentável e terá um impacto ambiental e social negativo muito significativo, nomeadamente ao fragmentar  e destruir habitats em 60 km de extensão , provocar mortalidade de fauna por atropelamento, aumentar o ruído e poluição, assim como vai por em causa investimentos no turismo de natureza , degradar a paisagem e a qualidade de vida das populações. A área onde se pretende construir esta infraestrutura linear é habitat de Lince ibérico, são zonas de carvalhais de Carvalho das beiras (Quercus pyrenaica), sobreirais e mosaico agrícola, sendo uma das últimas zonas na região com grande densidade de coelho bravo.

Alem da intenção de construir grandes infraestruturas atualmente já estão a ser implantados vários projetos de parques solares que também ameaçam esta espécie. Pelo menos dois parques solares numa área de 160 ha já estão a destruir habitats de carvalhais e outros onde abundam o coelho e são locais de refúgio e alimentação para o Lince Ibérico.

 

Quercus pede medidas efectivas no terreno

A Quercus pede à tutela que aplique a legislação que protege o lince e o seu habitat e  implemente um conjunto de medidas efetivas de conservação dirigidas para o Lince Ibérico na região de Castelo Branco, nomeadamente que se avalie a permeabilidade das estradas, que sejam aplicadas medidas de minimização nas zonas com presença da espécie e abundância de coelhos, que seja efetivamente protegidos os territórios e habitat com Lince e coelho de grandes projetos, que se trabalhe com os proprietários e entidades gestoras de zonas de caça da região para preparar a coexistência da espécie e as melhores praticas conhecidas em projectos como o IBerlynx ou o Lynxconnect. A Quercus apela também à tutela que sejam dados apoios diretos e majorações a agricultores e proprietários de Castelo Branco que tenham a presença desta espécie nas suas propriedades no âmbito do PEPAC-Plano estratégico para a política agrícola comum à semelhança do que esta previsto acontecer para o Alentejo e Algarve.