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CCPI 2023: Portugal sobe para a 14ª posição no ranking climático, num momento decisivo para o combate às alterações climáticas

Portugal continua entre os países com melhor classificação global no Índice de Desempenho das Alterações Climáticas (CCPI) deste ano, subindo dois lugares para a 14ª posição. A política climática continua a ser o nosso ponto forte, mas as categorias relativas às emissões de gases com efeito de estufa (GEE) e o uso da energia registaram uma importante melhoria.

É hoje publicado, no âmbito da COP27, a decorrer em Sharm El-Sheikh, no Egito, o Índice de Desempenho das Alterações Climáticas de 59 países, responsáveis por mais de 92% das emissões globais de GEE, aos quais se junta a União Europeia (considerada como um todo). A Dinamarca, a Suécia, o Chile, Marrocos e a Índia lideram a classificação, enquanto o Irão, Arábia Saudita e Cazaquistão ocupam os últimos lugares. Este ano, Portugal mantém o nível “elevado” de desempenho global, situando-se na 14ª posição, dois lugares acima face ao ano passado. Já a União Europeia (UE) sobe três posições mas permanece no nível “médio”. Os EUA e a China, países com maiores emissões de GEE, ocupam a 52ª e 53ª posição, respetivamente, apresentando um desempenho “muito baixo”. Nenhum dos países analisados está no caminho certo para cumprir o objetivo de 1,5oC, o que significa que os três primeiros lugares do pódio permanecem novamente vazios.

Entre as conclusões do estudo, os autores salientam a necessidade dos países atingirem rapidamente a neutralidade de carbono, investindo na eficiência energética, tornando-se independentes dos combustíveis fósseis e apostando nas energias renováveis, como forma de poupança, cumprimento das metas climáticas e garantia da sua segurança energética.

Portugal continua com desempenho “elevado”

Portugal melhora significativamente algumas das notas atribuídas às diferentes categorias do CCPI, na avaliação feita por peritos às políticas climáticas nacionais e internacionais, e na qual a Quercus fez novamente parte. Para tal resultado contribuíram positivamente algumas medidas como o abandono do carvão para a produção de eletricidade desde o final do ano passado, o aumento da capacidade instalada de energias renováveis, o reforço das metas nacionais de redução das emissões, e a possível antecipação da neutralidade carbónica incluídos na Lei de Bases do Clima. Porém, é essencial para o País acabar o quanto antes com os subsídios aos combustíveis fósseis, apostar na descentralização da produção de energia solar e na promoção da eficiência energética, aumentar o investimento nos transportes públicos, reforçar a implementação das políticas climáticas e energéticas e assegurar medidas de proteção das florestas, da biodiversidade e da agricultura.

União Europeia integra países com desempenho de “elevado” a “muito baixo”

A melhoria da sua política climática permite à UE, no seu conjunto, subir três posições e ocupar o 19º lugar, apesar de se manter na categoria de desempenho “médio”. A nível individual, a UE integra países com classificações díspares: nove atingiram a categoria “elevada”, como a Dinamarca, a Suécia e os Países Baixos; sete a “baixa”, como a República Checa, a Bulgária e a Irlanda; dois a “muito baixa”, nomeadamente a Hungria e a Polónia e os restantes a “média”, como a Espanha, a França e a Itália.

De destacar a alteração em 11 posições na classificação da Espanha (23ª), que subiu graças à sua ambição na redução das emissões de GEE e ao aumento das energias renováveis e da França (28ª), que desceu por causa da ainda reduzida quota de energias renováveis e do bloqueio ao financiamento climático internacional.

As fracas políticas climáticas da Hungria e da Polónia contribuem para o seu o pobre desempenho na classificação CCPI, que corresponde às 53ª e 54ª posições, respetivamente.

Análise mundial – investimento em energias renováveis vs combustíveis fósseis

O Chile e a Índia pertencem ao grupo de países com desempenho “elevado” e ocupam as posições 6ª e 8ª, respetivamente, pela expansão das energias renováveis e compromisso de neutralidade carbónica.

A China registou a maior queda na classificação e ocupa a 51ª posição, com um desempenho “muito baixo”. Embora tenha mostrado um forte desenvolvimento nas energias renováveis, investiu em novas centrais a carvão e tenciona aumentar a produção de gás e carvão até 2030.

Na 52ª posição encontram-se os EUA, que subiram 3 lugares devido à mudança de política por parte da administração Biden, que anunciou novas metas e políticas de combate às alterações climáticas.

A Rússia (59ª), a Turquia (47ª) e o Brasil (38ª) foram os países pior classificados em termos de desempenho político.

Os países que ocupam as posição finais da tabela com o pior desempenho na classificação geral – Irão, Arábia Saudita e Cazaquistão, dependem essencialmente do petróleo e não investem em energias renováveis. A Arábia Saudita é o país com as emissões de GEE mais elevadas per capita entre as nações do G20, cujos membros representam mais de 75% das emissões globais de GEE e que, desde a pandemia, em vez de se focarem nas energias renováveis têm investido nos combustíveis fósseis.

 

Sobre o CCPI

O Índice de Desempenho em Alterações Climáticas analisa e compara os esforços de mitigação climática de 59 países e da União Europeia. Este grupo de nações tem as emissões mais elevadas do mundo e é coletivamente responsável por mais de 90% das emissões globais de gases de efeito de estufa. Devido à guerra, a Ucrânia foi deixada de fora da classificação este ano. As quatro categorias avaliadas são: emissões de GEE (40%), energias renováveis (20%), uso de energia (20%) e política climática (20%). Esta última baseia-se em avaliações de especialistas pertencentes a organizações e grupos de reflexão dos respetivos países. Este ano, cerca de 450 peritos colaboraram no índice. O CCPI é desenvolvido pelo Germanwatch e pelo Instituto NewClimate, duas organizações não governamentais da Alemanha, e publicado juntamente com a CAN International.

 

 

Lisboa, 14 de novembro de 2022

A Direção Nacional da Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza