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OTA – Um Aeroporto para quê?

A Quercus e a Associação para o Estudo e Defesa do Ambiente do Concelho de Alenquer (ALAMBI) consideram que o novo aeroporto da OTA é um projecto mal justificado, sugadouro de dinheiros públicos, dificilmente rentabilizavel face a outras soluções mais baratas, e classificam-no como um enorme elefante branco.

 

Desde o início que os movimentos ligados à defesa do ambiente se têm mostrado bastante reticentes em relação à construção de um Novo Aeroporto Internacional de Lisboa na Ota. Os estudos de incidência ambiental determinam claramente a impossibilidade de uma decisão ponderada sem estudos complementares e sem que se houvesse realizado um Estudo de Impacte Ambiental. E que a limitação de conhecimento do projecto impeditiva de qualquer tomada de posição definitiva, indicava que nada seria assumido sem a intervenção séria e abalizada dos agentes interessados.

 

As Determinações dos estudos prévios e a sua subversão

 

Resulta claro dos vários documentos que não só a construção desta infra-estrutura acarreta enormes impactes ambientais e se revela muito mais onerosa como será de difícil construção, dada a tipologia do solo e o biótopo de zona húmida aí existente. Também as dificuldades de aproximação às pistas exigem a realização de um estudo de navegabilidade aérea que nunca veio a ser realizado.

 

De então para cá, temos vindo a assistir ao subverter destas indicações comportando-se as autarquias e os agentes económicos como se a decisão de concretização deste Aeroporto estivesse definitivamente confirmada. Esta assunção antecipada aumentou enormemente a pressão sobre o uso do solo, provocando desequilíbrios territoriais notórios dificilmente sustentáveis.

 

A realidade impõe-se

 

Estas realidades acabaram por condicionar o Projecto na qual o Grupo Aéroports de Paris foi substituído pelo pela Parsons-FCG Consortium, responsável pela definição do âmbito do Estudo de Impacte Ambiental propriamente dito.

 

Ainda assim, os resultados deste estudo são bastante claros quanto às dificuldades encontradas para solucionar as questões ligadas às escorrências de água, e possibilidades de inundação da pista Este da Aerogare, com todas as suas estruturas relacionadas, tais como os estacionamentos e a linha férrea, a aproximação de aeronaves e a tipologia das mesmas, propondo-se mesmo que só raramente poderia ser escalado por aviões da categoria F, invalidando assim, na prática, a sua vertente de plataforma transatlântica.

 

As faraónicas soluções de drenagem, de desvio das ribeiras da Ota e Alvarinho (com o recurso a uma barragem) e até o eventual terraplenar de um monte para garantir a funcionalidade da estrutura, mesmo com elevadas deficiências de funcionamento (é afirmado que a pista com maior qualidade de utilização é também a que mais incorre em risco de inundação), demonstram cabalmente que esta obra é completamente desajustada à localização pretendida, escamoteando-se ainda assim que a construção de um açude cria condições ecológicas favoráveis à proliferação de aves junto à pista Oeste.

 

As deficiências de estudo das acessibilidades não são menos relevantes. Dos pontos fortes apresentados como sustentáculo deste empreendimento, tais como a ligação preferencial a Madrid e ao Porto via TGV, ou a facilidade de acesso quer pela A1 ou pela A10, apenas a ligação pela Auto-estrada Lisboa-Porto se mantêm, pois com as recentes decisões relativas ao traçado da A10 e à rede de TGV, que era de qualquer forma extremamente falaciosa devido às velocidades comerciais da Alta Velocidade, todos os argumentos que sustentavam a construção do Novo Aeroporto de Lisboa na Ota se esvaziaram.

 

Existem melhores soluções

 

Vazio de argumentos que lhe garantiam, se não operacionalidade, pelo menos acessibilidade, o Novo Aeroporto de Lisboa na Ota aparece à luz da razão como um enorme elefante branco. Um projecto mal justificado, sugadouro de dinheiros públicos, dificilmente rentabilizavel face a outras soluções mais baratas, com melhor operacionalidade, ainda que mais pequenas, com possibilidade de serem geridas numa óptica concorrencial com a ANA, tal como a já existente pista de Alverca.

 

Lisboa, 12 de Março de 2004

Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza e

Alambi – Associação para o Estudo e Defesa do Ambiente do Concelho de Alenquer