A suspensão da reciclagem de plásticos mistos que constituem cerca de 15% dos plásticos já separados pelos portugueses vai comprometer seriamente o cumprimento das metas de reciclagem de plástico, pelo que se exige uma rápida intervenção do Ministério do Ambiente para que tudo volte à normalidade.
Os problemas económicos invocados pela Sociedade Ponto Verde (SPV) para suspender a reciclagem destes plásticos podem ser facilmente resolvidos tomando as seguintes medidas:
– Renegociação dos custos associados à actividade dos recicladores de plástico misto (a Quercus já confirmou que só neste sector há possibilidade da SPV reduzir os custos entre 100 a 150 euros por tonelada de plástico)
– Renegociação dos custos de recolha selectiva e triagem (para esse efeito, a Quercus propõe uma intervenção do Instituto Regulador de Águas e Resíduos)
– Melhor fiscalização das muitas empresas que colocam embalagens no mercado e não pagam os custos de gestão desses resíduos
A suspensão da reciclagem destes plásticos não é aceitável, uma vez que se andou vários anos a dizer às pessoas para separarem também plásticos como pacotes margarina, copos de iogurte ou pacotes de batatatas fritas e agora que as pessoas estão a aderir em massa à reciclagem corre-se o risco de deitar por terra todo este trabalho de sensibilização.
A SPV e o Governo têm dito que as metas de reciclagem de plástico estão a ser atingidas, mas o facto é que nos cálculos destas entidades é considerado que as embalagens de plástico são apenas 3% dos resíduos urbanos, quando a realidade é que esse número varia entre 8% e 10%, o que significa que há muito mais plástico para reciclar do que é apresentado nos números oficiais.
A Quercus já expôs esta situação ao Ministério do Ambiente e ainda não obteve qualquer resposta, pelo que deverá encaminhar este dossier para a Comissão Europeia.
Lisboa, 23 de Setembro de 2009
Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza