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Filme “A Nuvem” | A insegurança da energia nuclear enquanto razão para a sua rejeição

Dia 12 de Abril estreia em Portugal o filme “A Nuvem”. Através dele é possível perceber os reais impactos de um acidente numa central nuclear. Na opinião do GAIA, do GEOTA, da LPN e da Quercus a segurança associada às várias fases de uma central nuclear – exploração do urânio, enriquecimento, utilização, reprocessamento, resíduos e desmantelamento – continua a ser uma das principais razões para afastar a energia nuclear da equação energética.

 

Na próxima 5ª feira, dia 12 de Abril, estreia em Portugal – em Lisboa, em Coimbra e no Porto – o filme alemão “A Nuvem”, realizado por Gregor Schnitzler e baseado no bestseller de Gudrun Pausewang, que procura retratar a angústia, o desespero e a incapacidade de lidar com um acidente nuclear, mesmo num país como a Alemanha.

 

Trata-se de um filme onde é possível ter contacto com a dimensão humana de um acidente tecnológico de larga escala e perceber como são vãs as promessas e as palavras que sublinham a segurança das centrais nucleares perante a concretização do pior cenário, que nunca pode ser excluído e que se pode tornar realidade a qualquer momento.

 

AS INSEGURANÇAS DA ENERGIA NUCLEAR 

 

Ainda que os defensores da energia nuclear reafirmem constantemente a segurança das centrais nucleares, o facto é que ao longo de todo o processo de produção de energia nuclear existem inúmeros riscos para a saúde humana e ambiente, mesmo na ausência de acidentes. Entre eles vale a pena destacar:

– A exploração do urânio e a sua preparação para utilização nas centrais representa um dos grandes impactes desta forma de produzir electricidade. As minas da Urgeiriça documentam muito bem este facto no contexto português.

– A proliferação de armamento nuclear está indesmentivelmente ligada à energia nuclear civil, sendo habitualmente usada como propósito por países que têm intuitos menos pacíficos.

– O processamento e/ou o armazenamento dos resíduos nucleares, na medida em que implicam o transporte e acondicionamento de materiais perigosos na sua natureza, e nos usos que deles podem ser feitos, continua por resolver. Estes resíduos perdurarão por milhares de anos e representam um risco para as gerações actuais e futuras.

– O risco de um ataque terrorista.

 

A melhor prova da insegurança da aposta na energia nuclear é-nos dada pelas seguradoras, uma vez que nenhuma central possui um seguro que cubra os seus riscos. Segundo a Agência Europeia de Ambiente “o cálculo dos custos externos associados às centrais nucleares exclui o custo potencial associado ao facto de não terem que pagar uma cobertura completa no caso de ocorrência de um acidente nuclear grave ou de um incidente com o combustível, uma vez que as responsabilidades comerciais e estatais estão limitadas por tratados internacionais. O risco seria demasiado elevado para ser comercialmente segurável” (1).

 

NUCLEAR NÃO É PRIORIDADE PARA A UNIÃO EUROPEIA

 

Não obstante toda a pressão efectuada pelos promotores da energia nuclear, o facto é que a União Europeia não olha para a energia nuclear de fissão como uma solução de futuro. Ao olharmos para as mais recentes propostas da UE percebemos que as prioridades são a eficiência energética e as energias renováveis, áreas onde existem metas estipuladas.

 

No que diz respeito à energia nuclear o discurso oficial europeu centra-se no livre arbítrio de cada estado-membro, deixando a cada país a decisão sobre avançar ou não para a produção de electricidade por esta via. É ainda frisada a necessidade de garantir a segurança desta tecnologia – na sua utilização e nos resíduos que produz – o que demonstra que a preocupação com a segurança mantém-se presente e continua a ser uma razão para esta forma de produção de energia, que tem mais de 50 anos de comercialização, continuar a absorver avultados investimentos públicos, sem que se resolvam os problemas existentes.

 

Também os cidadãos europeus rejeitam a energia nuclear, como demonstram sucessivos inquéritos de opinião realizados no âmbito da iniciativa europeia do Eurobarómetro. De facto, 57% dos portugueses e 61% dos europeus (UE25) consideram que a percentagem de energia nuclear na Europa deverá diminuir por colocar problemas de segurança associados aos resíduos produzidos e ao perigo de acidente (2).

 

No passado dia 23 de Março, antecipando a comemoração dos 50 anos da União Europeia, foi entregue ao Comissário Europeu da Energia uma petição europeia contra a energia nuclear que reuniu mais de 630 mil assinaturas de cidadãos e que angariou o apoio de 780 organizações da sociedade civil.

 

O DEBATE NECESSÁRIO

 

As ONG signatárias apelam ao visionamento do filme “A Nuvem”, por este permitir o despertar de uma consciência crítica e atenta em relação aos riscos inerentes à opção por esta forma de energia. No momento em que altos representantes do Estado defendem a necessidade de Portugal debater a questão da energia nuclear, este filme surge como um contributo fundamental para esse debate.

 

Para mais informações sobre o filme consultar: http://www.costacastelo.pt/Cinema.php“>http://www.costacastelo.pt/Cinema.php

 

Lisboa, 12 de Abril de 2007