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Falta de gestão destrói habitats no Açude da Murta

A falta de manutenção do dique e das respectivas comportas que permite a manutenção do sistema de ilhas flutuantes existente no Açude da Murta, área classificada como ZPE – Zona de Protecção Especial para Aves, também inserida no Sitio da rede natura 2000 Comporta – Galé está a destruir habitats naturais de conservação prioritária.

 

Paralelamente, a Quercus sabe que os actuais proprietários solicitaram junto do ICNB – Instituto da Conservação da Natureza e da Biodiversidade – um pedido de autorização para efectuar uma limpeza em larga escala, uma ameaça que poderá destruir ainda mais um espaço natural de características únicas.

 

Uma área natural de conservação prioritária

 

O Açude da Murta desenvolve-se numa depressão interdunar húmida de fundo plano, adjacente ao limite sul da Reserva Natural do Estuário do Sado, e possui comunidades vegetais relíquias características das regiões atlânticas de grande raridade na Europa mediterrânea. Estas comunidades turfosas ao conterem algumas plantas endémicas, raras ou que se encontram no seu limite de distribuição, têm elevado interesse para conservação, pois são ilustrativas de épocas em que o clima era mais frio e húmido e mantêm-se naquele local devido à permanente humidade resultante da existência de uma toalha freática que abastece a depressão. Acresce ainda que a instalação de um açude há muitos anos atrás inundou uma turfeira e provocou o levantamento da turfa, criando ilhas flutuantes, onde a turfa pode chegar a um metro. Este habitat é único no Sul de Portugal, pois a procura de solos turfosos para a agricultura, levou a que praticamente todos os espaços com estas características fossem drenados e utilizados na actividade agrícola. De entre as comunidades vegetais presentes destacam-se o salgueiral palustre (prioritário), comunidades de samouco (Myrica gale), turfeiras, comunidades de água doce formada por plantas enraizadas com folhas flutuantes, caniçais, entre outras.

 

Quercus quer intervenção imediata do ICNB

 

Tendo em consideração o valor natural do Açude da Murta, a Quercus exige que seja restaurado com a maior brevidade possível o dique e respectivas comportas de forma a permitir a recuperação da vegetação arbórea e arbustiva das ilhas flutuantes e que futuras intervenções previstas não ponham em causa a estruturas das referidas ilhas. A Quercus exige também maior empenho do ICNB no acompanhamento deste tipo de situações e, se necessário, auxilie os proprietários na execução de acções em espaços que requerem gestão activa de forma a manterem os habitats em estado de conservação favorável.

 

 

Lisboa, 19 de Março de 2009