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Bons resultados exigem opções certas nos sectores dos transportes e energia

Lisboa / Portugal; Bruxelas, Bélgica – Apesar do importante papel que os veículos eléctricos podem ter na redução de emissões de carbono da Europa, a legislação europeia apresenta lacunas que poderão conduzir a um aumento do uso de petróleo e das emissões poluentes no sector dos transportes. É o que nos diz o mais recente relatório da Federação Europeia de Transportes e Ambiente (T&E, na sigla em inglês) de que a Quercus é membro.

 

O presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, apelou no passado mês de Setembro para a “descarbonização” do sector dos transportes, destacando o crescimento dos veículos eléctricos como um dos objectivos chave. (1)

 

Os limites de emissão de CO2 para os veículos novos, acordados pela União Europeia (UE) em Dezembro, incluem o conceito de “supercréditos” que permitem aos fabricantes da indústria automóvel venderem mais de três veículos com elevado consumo de combustível (como os jipes ou SUVs) por cada veículo eléctrico vendido. A esta lacuna da legislação Europeia acresce que os veículos eléctricos são contabilizados como tendo “zero-emissões”, apesar da electricidade que utilizam poder ser proveniente de combustíveis fósseis altamente carbónicos, como o carvão, ou discutíveis do ponto de vista do desenvolvimento sustentável, como o nuclear (2).

 

Como efeito combinado de todas estas lacunas legislativas, os fabricantes que escolham actuar no mercado dos veículos eléctricos de modo a atingir os objectivos da UE, terão de fazer um menor esforço para reduzir as emissões dos veículos convencionais. Em termos práticos, o resultado será o aumento das emissões de CO2 e do consumo de petróleo.

 

Os “supercréditos” foram ainda incluídos na proposta legislativa apresentada no mês passado para melhorar as emissões de CO2 dos veículos ligeiros de mercadorias.

 

A Quercus e o T&E apelam à correcção destas lacunas, bem como à necessidade de tornar mais restritivas as normas relativas às emissões de CO2 e eficiência energética nos veículos.

 

O relatório argumenta que este erro já não é novo, existindo exemplos no passado recente em que a indústria e o poder político preferiram confiar em tecnologias “de sonho”, distantes, como sendo a solução para a resolução dos problemas ambientais, em vez de estabelecerem objectivos realistas para melhorar a eficiência nas emissões de CO2 e no consumo de combustível. Hidrogénio, biocombustíveis e o próprio interesse inicial nos veículos eléctricos – todos falharam redundantement por diferentes razões, embora tenham em comum o facto de terem sido uma “distracção” para o poder político, impedindo-o de se concentrar em pressionar os fabricantes de veículos  na melhoria da eficiência dos veículos em todos os sentidos.

 

Jos Dings, director da T&E, afirmou que “o desafio do poder político é cortar nas emissões poluentes e reduzir a nossa dependência do petróleo e não promover os veículos eléctricos. A UE não pode afastar-se deste objectivo novamente e deixar-se distrair por uma moda tecnológica. Para que os veículos eléctricos possam ser bem sucedidos, seja para o ambiente seja para a indústria, deve-se continuar a trabalhar no sentido de promover uma maior eficiência energética e menores emissões de CO2 para todos os veículos. Sem isso, promover os veículos eléctricos só por si não deixará qualquer margem para o sucesso”.

 

Francisco Ferreira da Quercus considera que “Portugal continua desequilibrado nas duas prioridades de transportes e energia: a eficiência energética tem de ganhar maior prioridade porque é mais custo-eficiente que o investimento em renováveis. A aposta nos veículos eléctricos não deve fazer esquecer a absoluta necessidade de apostar no transporte colectivo, por exemplo, pondo a funcionar as Autoridades Metropolitanas de Transportes que continuam apenas a existir em teoria.” Acrescentando, que “o Governo apresentou no seu programa os veículos eléctricos como um dos pilares de redução dos impactes ambientais dos transportes. Essa medida é bem-vinda. Mas este relatório vem agora mostrar que para esta estratégia ser verdadeiramente eficaz o Governo, os Eurodeputados e a Comissão Barroso têm urgentemente de rever a legislação adoptada em Dezembro senão vamos investir em carros eléctricos e não vamos ver nem uma redução nas emissões nem na factura energética: será uma oportunidade perdida.”

 

O relatório examina ainda as implicações dos veículos eléctricos no sector energético, argumentando que a UE precisa de pensar seriamente como vai assegurar que a procura extra de electricidade será assegurada através de energias renováveis, com menores impactes ambientais, e não através de mais carvão altamente poluente ou de outros investimentos insustentáveis como o nuclear. Por fim, é feita ainda a ressalva que todo e qualquer veículo terá de ser equipado com tecnologia ‘smart meter’, de modo a contabilizar a quantidade de electricidade que está a ser consumida e qual a sua proveniência.

 

O relatório “How to Avoid an Electric Shock – Electric Cars from Myth to Reality” (“Como evitar um choque eléctrico – Veículos Eléctricos do Mito à Realidade”) está disponivel para download em www.transportenvironment.org.

 

Estudo divulgado em simultâneo em Bruxelas, Portugal e outros países europeus

 

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(1) http://www.reuters.com/article/environmentNews/idUSTRE5824JY20090903

 

  1. Os supercréditos serão sucessivamente reduzidos até 2016, mas os veículos eléctricos continuarão a ser contabilizados como “zero” emissões.