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Termina a Cimeira do Clima em Nova Iorque: sinais positivos que agora precisam de compromissos e ação

climate summit nycA Cimeira do Clima da ONU que teve lugar ontem, 23 de Setembro, na sede das Nações Unidas em Nova Iorque, contribuiu para aumentar o sentimento de que a era dos combustíveis fósseis está a chegar ao fim, criando um momentum no sentido de um acordo climático global a ser assinado no próximo ano, em Paris.

Um pequeno, mas crescente, número de países juntou-se a Ban Ki-moon e ao ator Leonardo DiCaprio para confirmar a necessidade de acelerar a transição dos combustíveis fósseis para 100% de renováveis, como as Ilhas Samoa, as Ilhas Tuvalu, a Costa Rica e a Dinamarca. Outros países, como a Suécia, Trinidade e Tobago, Etiópia e Islândia prometeram tornar os seus países neutros em carbono em 2050.

Enquanto a Cimeira produziu sinais positivos e angariou financiamento para a ação climática, muitos Chefes de Estado vieram a Nova Iorque para meramente reafirmar o que já estão a fazer dentro de fronteiras. Porém, sabem que não é suficiente perante as 700 mil pessoas que se juntaram às Marchas pelo Clima, um pouco por todo o mundo, no fim-de-semana passado.

Os líderes em Nova Iorque, incluindo o Presidente dos EUA, Barack Obama, reconheceram que não podem continuar a agir contra a vontade dos cidadãos e, no último fim-de-semana, a vontade dos cidadãos de todo o mundo ficou bem clara. Mães, pais, líderes religiosos, homens de negócios progressistas, sindicalistas e jovens – todos estão já a agir e esperam que os Chefes de Estado se lhes juntem, fazendo mais e fazendo-o agora. Os Chefes de Estado têm a possibilidade de escolher entre liderar a transformação ordenada das nossas sociedades ou acabar do lado errado da história.

A China deve ser elogiada por ter assinalado a intenção de atingir o pico das emissões “assim que for possível”. Estes avanços, combinados com ações mais ambiciosas por parte dos EUA, apontadas pelo Presidente Obama, podem acelerar as negociações no sentido de se conseguir um acordo no próximo ano.

A Europa, que merecia ser líder, pouco se afirmou: mencionou ser necessário ela própria e os atuais países desenvolvidos reduzirem em 80 a 95% as emissões de gases com efeito de estufa entre 1990 e 2050. Porém, todo o caminho a ser traçado para as decisões europeias é pouco ambicioso. Apenas praticamente os compromissos mais limitados estão a ser ponderados para o ano de 2030. Portugal apresentou o compromisso para um crescimento verde de longo prazo e falou da ambição do país, que merece ser destacada no contexto europeu, no que respeita às metas de redução de emissões, eficiência energética e energias renováveis para 2030.

Em síntese, esta foi uma Cimeira positiva, que lança o difícil caminho até um Acordo em Paris em dezembro de 2015, mas limitada pela falta de compromissos concretos mais vastos. É sabido que as negociações que prosseguirão em Lima, no Perú, já no próximo mês de dezembro, serão bem mais complicadas nos detalhes e na concretização.

Agora, é preciso que os líderes políticos traduzam a retórica positiva em compromissos concretos – redução de emissões de carbono e financiamento para a ação climática, particularmente para as nações mais vulneráveis do mundo. A humanidade não pode esperar!

Nova Iorque, 24 de setembro de 2014