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Quercus quer que o governo mande suspender as obras em todas as barragens do rio Tâmega até uma correta avaliação das condições de segurança relacionadas com as falhas geológicas e outros problemas geotectónicos

Já tinha sido pedido um novo Estudo de Impacte Ambiental para as barragens da Iberdrola no Alto Tâmega pela Quercus, em Março de 2016

 

A Quercus teve conhecimento pela imprensa de que “A Iberdrola viu-se confrontada com um problema geotécnico numa das três barragens que está a construir no rio Tâmega, que a obrigou a suspender temporariamente alguns dos trabalhos.” Outras fontes de informação provenientes da população local, garantiram que as obras estão completamente paradas na barragem do Alto-Tâmega.

 

O alinhamento quase retilíneo do curso fluvial do rio Tâmega, correndo de NE para SO, segue o sulco de uma falha sismo-tectónica terciária que os responsáveis pelo Plano Nacional de Barragens e pelo Estudo de Impacte Ambiental quiseram ignorar, apesar de avisados em diversos momentos do processo.

 

As falhas geológicas são um perigo real de segurança e a retenção de centenas de milhões de toneladas de água podem alavancar os riscos devido à deformação da crosta terrestre e pressão acrescida sobra a falha geológica.

 

Existem outros impactes geológicos que também não foram devidamente avaliados. Já no início desta década, o professor Adriano Bordalo e Sá, do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS) da Universidade do Porto, referiu em declarações à Lusa que “o rio Douro tem na sua bacia hidrográfica em Portugal e em Espanha mais de 50 barragens. Há 60 anos estima-se que a quantidade de areia transportada era na ordem dos dois milhões de toneladas por ano e agora, 60 anos depois, com mais de 50 grandes barragens, o caudal sólido está reduzido a 250 mil toneladas. Falta-nos areia vinda de terra para o mar”, acrescentou, explicando que as barragens “interrompem o caudal natural da água, mas também dos sedimentos” e que, “ao contrário do que tentam vender, a hidroeletricidade não é verde”.

 

Este problema da retenção de sedimentos nas barragens, tem provocado o desaparecimento de praias e o gasto de verbas muito avultadas em obras de proteção do litoral. Situação que só pode piorar com a construção das barragens do Tâmega.

 

Não podemos esquecer igualmente os impactes no desenvolvimento socioeconómico da região, afetando nomeadamente o turismo da natureza, a prática da pesca desportiva, da canoagem e da atividade balnear nas praias fluviais.

 

Também são conhecidos, mas ignorados, os efeitos sobre a biodiversidade, com particular efeito graves nas populações de peixes nativos e na população de lobo- ibérico na região do Alvão-Marão.

 

Assim, existindo fortes indícios de problemas geotectónicos que podem colocar em perigo a estabilidade das barragens e a segurança das pessoas e bens na bacia do Tâmega e Douro, a Quercus pede ao governo que, seguindo o princípio da precaução, mande suspender as obras de todas as barragens do Tâmega até que estas questões sejam cabalmente esclarecidas.

 

 

Lisboa, 11 de junho de 2019

A Direção Nacional da Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza