A Quercus está preocupada com a grande quantidade de jacintos de água que está a invadir as margens do rio Cávado. Esta não é a primeira vez que este rio é atacado por esta espécie, o que se traduz em graves consequências para a qualidade da água e para a flora e fauna local.
Os jacintos de água são caracterizados por apresentarem um crescimento rápido quando se reúnem as condições adequadas e podem até duplicar a sua população em poucos dias. Outra das características que favorecem a invasão é a facilidade como se reproduzem quer por via vegetativa quer por via seminal.
Esta planta não é autóctone, sendo originária da América do Sul e foi introduzida na Europa por questões ornamentais tendo aparecido em Portugal nos anos 30. A sua beleza escondia os seus malefícios, e prova disso é a sua larga proliferação no rio Cávado, que compromete a sobrevivência da restante flora e fauna.
Estas plantas invasoras criam uma forma de tapete que muitas vezes cobre totalmente a superfície da água. Esse tapete faz com que a luz incidente seja reduzida, diminuindo assim a qualidade da vida aquática, levando em muitos casos à eutrofização.
Para além do impacte no ecossistema, causam ainda impedimento à navegação e o entupimento de canais, dificultando o uso piscícola e recreativo do rio.
A invasão no rio pode ser justificada pelo calor que se fez sentir nestes últimos meses, pois permitiu que as condições ideias de crescimento se proporcionassem, e daí a planta se ter desenvolvido de forma tão eficaz e rápida.
A Quercus lembra que o controlo de espécies exóticas invasoras, como o jacinto de água, exige uma gestão bem planeada, onde se inclua a determinação da área invadida, a avaliação dos impactes e a definição das prioridades de intervenção. A contínua monitorização é fundamental, de forma a verificar a eficácia e a recuperação da área intervencionada.
Assim, a Quercus solicita ao Ministério do Ambiente e ao Instituto de Conservação da Natureza e Florestas que preceda a ações de combate continuadas para a erradicação desta infestante.
Lisboa, 24 de Setembro de 2015