A Quercus e os Sindicatos da Construção Civil (1), com o apoio da CGTP (2) vão realizar, no próximo dia 02 de novembro pelas 10H, uma vigília em frente às fábricas “Novinco” (Matosinhos) (3), “Cimianto” (Alhandra) (4) e “Lusalite” (Cruz Quebrada/Oeiras) (5), para lembrar as vítimas do amianto e alertar para a necessidade de realizar estudos epidemiológicos às populações envolventes a estas unidades. Serão igualmente colocadas 39 velas a representar o número de mortes por mesotelioma em Portugal (6).
Estas três fábricas, as três maiores fábricas nacionais que produziram materiais com amianto, possuem uma dimensão significativa e laboraram durante mais de 50 anos utilizando este contaminante como matéria prima, suspeitando-se que tenha conduzido ao desenvolvimento de neoplasias comprovadamente associadas a essa exposição, como placas pleurais, asbestose, cancro da laringe, cancro do pulmão, mesotelioma, cancro gastrointestinal, cancro do ovário.
Apesar de comprovado o risco das fibras e a relação casual entre a sua exposição e o desenvolvimento de doenças, em Portugal não existe informação caraterizada e quantificada sobre a população laboral e ambiental exposta a amianto, nem foram realizados rastreios médicos aos antigos trabalhadores, durante os 30 anos após a exposição a estas fibras, período em que se podem desenvolver as doenças relacionadas com a exposição a este contaminante.
(1) Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias de Cerâmica, Cimentos e Similares, Construção, Madeiras, Mármores e Cortiças do Sul e Regiões Autónomas e o Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias de Cerâmica, Cimentos e Similares, Construção, Madeiras, Mármores e Pedreiras de Viana do Castelo e Norte;
(2) Departamento de Segurança e Saúde no Trabalho da CGTP;
(3) Morada Novinco: Av. 5 de Outubro. São Mamede de Infesta, Matosinhos;
(4) Morada Cimianto: Cortes da Quintinha, Alhandra;
(5) Morada Lusalite: Zona Ribeirinha da Cruz Quebrada, Oeiras;
(6) Mesotelioma: cancro da pleura do pulmão, um cancro comprovadamente provocado por exposição a fibras de amianto.
Lisboa, 31 de outubro de 2016
A Direção Nacional da Quercus- Associação Portuguesa de Conservação da Natureza