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Herbicidas usados em zonas urbanas e regiões vitícolas provocam danos na saúde em Portugal

Aumenta a contestação ao uso de herbicidas, e outros pesticidas. Ordem dos Médicos defende a proibição do glifosato, o principal herbicida utilizado em Portugal, e em todo o mundo

 

 

herbicidas cidadeO tema dos impactes negativos dos herbicidas não teria nada de novo se não fosse o editorial do n.º 161 da Revista da Ordem dos Médicos, assinado pelo seu Bastonário, Prof. José Manuel Silva. Segundo o editorial publicado pela Ordem dos Médicos: “abundam os cancros de origem indeterminada, e parte decorre certamente da sociedade altamente industrializada e química em que vivemos”. Para o Bastonário já há possibilidade de evitar a maior parte dos cancros e, por isso, “a inação governativa é inaceitável”.

 

 

Há menos de três meses, a Quercus, integrando a “Plataforma Transgénicos Fora”, divulgou uma nota de imprensa onde denunciou o facto de o glifosato (substância ativa da maior parte dos herbicidas) ter sido considerado pelo painel de investigadores especialistas mais credível do mundo, como sendo o causador mais provável de doenças oncológicas. Os cancros podem ter origem nos pesticidas que são vendidos pelas empresas do ramo e aplicados indistintamente por entidades públicas que afirmam que a sua utilização e a sua existência nas ruas e nos produtos agrícolas não trazem problemas para a saúde das pessoas.

 

 

A IARC – Agência Internacional de Pesquisa sobre o Cancro – já tinha classificado o glifosato como agente cancerígeno provável. Os fortes impactos no ambiente tinham já sido descritos e comprovados pelos cientistas. Acrescem ainda as críticas apresentadas por estudiosos da ecologia, que desde sempre levantaram grandes objeções aos danos causados na biodiversidade, dado que as ervas nunca foram daninhas e desempenham um papel primordial na biodiversidade e equilíbrio dos ecossistemas.

 

 

A agricultura biológica há muitos anos que defende a saúde pública, ao promover uma produção agrícola sem recurso a produtos químicos de síntese, como o glifosato. É um exemplo bem prático de que é possível produzir alimentos de qualidade sem o recurso a pesticidas de síntese que, sendo produzidos para matar uma grande diversidade de seres vivos, aniquilam muita da nossa flora microbiana e entram também na nossa circulação sanguínea.

 

 

A utilização do glifosato é particularmente grave nas Regiões Vitícolas, com especial destaque para a Região Demarcada do Douro, onde é vulgar a prática da aplicação indiscriminada desta substância ativa, sendo a região do país com maior consumo deste químico. Acrescida a esta utilização claramente excessiva de uma substância com impactes negativos na saúde e no Ambiente, junta-se a prática usual e incorreta de se aplicar em muitos casos os pesticidas sem o devido equipamento de proteção.

 

 

Para proteger a saúde das pessoas e dos ecossistemas, a Quercus está a implementar, desde 2014, a Campanha contra Herbicidas em Espaços Públicos em que desafia as autarquias locais a aderir ao Manifesto “Autarquia Sem Glisofato”. É uma campanha nacional que espelha bem, pelo pequeno número de autarquias que aderiram, a falta de cuidado dos eleitos locais e nacionais pela saúde dos cidadãos. No entanto, os Municípios de Braga, Castelo de Paiva, S. Vicente e Vila Real de Trás-os-Montes, e as Freguesias de Carvalheira (Terras de Bouro), Estrela (Lisboa), Cinfães, Oliveira do Douro, S. Cristóvão de Nogueira e Tarouquela (todas de Cinfães), Matriz (Ribeira Grande, São Miguel, Açores), – Praia do Norte (Faial, Açores) e União de Freguesias de Tavira, a que se juntou mais recentemente os municípios de Sintra e Ferreira do Alentejo, são bons exemplos de autarquias que optaram por diferentes métodos (monda manual e mecânica)que não colocam em causa a saúde das pessoas, dos animais e o ambiente. A entrada de estruturas ligadas à saúde convencional na contestação aos pesticidas de síntese é um marco que a Quercus quer assinalar. O reconhecimento do editorial da revista da maior organização profissional dos médicos em Portugal que a sustentabilidade do planeta Terra e as doenças ligadas ao meio ambiente são o grande desafio vital e ético da humanidade e da medicina” é um passo gigante para que outros setores da sociedade se mobilizem e obriguem os governos a defenderem a saúde das pessoas e do planeta.

 

 

 

Lisboa, 7 de agosto de 2015

 

 

 

A Direção Nacional da Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza