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Dia Nacional da Energia: Quercus lembra o que Portugal tem a ganhar com edifícios eficientes

Energia

 

No dia nacional da energia, a Quercus vem lembrar a necessidade de uma recuperação económica pós- Covid-19 assente na eficiência energética dos edifícios, em consonância com o Programa Nacional para a Energia e Clima (PNEC) aprovado em Conselho de Ministros no passado dia 21 de maio. Este aponta como prioridade para a eficiência energética a redução do consumo de energia primária em vários setores, nomeadamente o uso eficiente dos recursos e a preferência pela reabilitação e renovação do edificado, apostando em edifícios de emissões zero.

 

Outra das prioridades a destacar no PNEC é a garantia de uma transição justa, democrática e coesa, como forma de criar condições para todos e combater a pobreza energética, promovendo-se o envolvimento ativo dos cidadãos e a proteção dos mais vulneráveis. Os edifícios detêm um enorme potencial de poupança energética; e novamente os edifícios portugueses revelaram uma vez maisse verificou que os nossos edifícios que não estão preparados para crises sanitárias. A necessidade de os edifícios serem termicamente eficientes e confortáveis cresceu substancialmente nos últimos meses. Numa situação normal, passamos cerca de 90% do nosso tempo de vida dentro dos edifícios; nos últimos tempos esta percentagem subiu, uma vez que estivemos confinados e em teletrabalho. Mais uma vez em edifícios frios e mal isolados, que é como sealgo que caracteriza a maior parte do parque edificado nacional. Portugal enfrenta sérios problemas com a eficiência energética, particularmente no que toca aos edifícios mais antigos. E é na grande maioria dos edifícios em que o povo português vive atualmente, que continuará a viver e a trabalhar daqui a 30 anos.

 

Esta situação de confinamento destacou o papel vital que a recuperação e renovação dos edifícios desempenha agora e no futuro. À medida que os governos nacionais e municipais começam a movimentar-se em direção à recuperação, considerar a renovação e a adaptação de estruturas, apostando em soluções energeticamente eficientes, apresenta uma oportunidade significativa para impulsionar a economia. A Diretiva UE 2018/844 prevê que o parque imobiliário se torne descarbonizado e de elevada eficiência energética até 2050 de forma faseada e com metas indicativas para 2030, 2040 e 2050, especificando o modo como estas etapas contribuem para o cumprimento dos objetivos da UE em matéria de eficiência energética. Eficiência essa que reduz as necessidades de climatização e consequentemente o investimento necessário para a descarbonizar.

 

Por outro lado, o setor da construção é essencial para uma recuperação económica após a crise do COVID-19. Trata-se de um setor que pode criar empregos rapidamente e que envolve cadeias de valor de longo alcance de pequenas e grandes empresas. Globalmente, todos os anos se investem muitos milhões na construção e reabilitação de edifícios. Este setor apresenta assim uma enorme – e amplamente não utilizada – oportunidade de resposta à crise climática. Mas, de acordo com o CIB, a indústria da construção é o setor de atividades humanas que mais recursos naturais consome e utiliza energia de forma intensiva, desde a produção de materiais até à execução da obra e a sua operação ao longo da vida útil do edifício. O setor apropria-se de cerca de 75% de tudo que é extraído da natureza. Destes 75%, apenas 25% a 50% são realmente utilizados, sendo que quase metade é desperdiçado, através da geração de resíduos. No fim de vida útil de um edifício, a sua demolição significa o envio de toneladas de resíduos para aterro.

 

Pelo que se conclui que, muito mais prioritário do que construir edifícios zero carbono será melhorar os edifícios já existentes, frios no inverno e quentes no verão. Prudente será também investir em medidas de economia de energia para impulsionar pequenas empresas da indústria da construção, que se

dedicam à aplicação de isolamento em pequenas moradias, instalam caldeiras e painéis solares e outras medidas de economia de energia, que viram a sua atividade reduzida durante a pandemia.

Investir na renovação apostando na eficiência energética é um fator essencial para a recuperação económica. Ao nível dos municípios, a Quercus apresenta seis sugestões para a descarbonização do setor e eficiência energética dos edifícios:

 

    1. 1. Diminuir o IMI para edifícios de classe energética superior, uma vez que o estatuto dos benefícios fiscais prevê no seu artigo 44.º B que “Os municípios, mediante deliberação da assembleia municipal, podem fixar uma redução até 25% da taxa do imposto municipal sobre imóveis a vigorar no ano a que respeita o imposto, a aplicar aos prédios urbanos com eficiência energética”;
    2. 2. Retirar a percentagem de 20% sobre o fator de “localização e operacionalidade” no cálculo do IMI (art. 43.º), que poderá penalizar as casas mais bem orientadas e, consequentemente, com mais eficiência energética;
    3. 3. Baixar as taxas municipais para pedidos de licenciamento de operações relacionadas com reabilitação de edifícios;
    4. 4. Aumentar as taxas municipais para pedidos de licenciamento de operações relacionadas com novas construções;
    5. 5. Obrigar à entrega de projeto de execução onde se privilegiam materiais mais amigos do ambiente e se verifica a inexistência absoluta de pontes térmicas;
    6. 6. Obrigar à entrega de manual de desconstrução do edifício e potencialidade de reutilização de materiais;

 

A Quercus congratula-se com as propostas da Comissão Europeia para uma recuperação verde. Estas e o novo orçamento da UE prometem fornecer o financiamento necessário para reconstruir economias enfraquecidas. No entanto, este orçamento não pode esquecer a redução das emissões nocivas e restaurar o equilíbrio com a natureza. Deve refletir a necessidade de extrair menos, economizar recursos e reduzir a poluição, em consonância com os objetivos na área da biodiversidade, economia circular, água, qualidade do ar e da maior ambição da EU, a poluição zero, ou quase zero.

 

Atualmente, os edifícios antigos são responsáveis ​​por 36% do total de emissões de CO2 da Europa, sendo que a maior parte de energia desperdiçada nas nossas casas acontece devido ao mau isolamento. A climatização doméstica também é responsável por 45% de toda a poluição (PM2,5 na Europa). Neste sentido, a energia solar e as bombas de calor desempenharão um papel central. O custo dos painéis solares caiu drasticamente e as unidades de cobertura geram agora mais empregos por quilowatt/hora do que qualquer outra fonte de energia. As bombas de calor são a tecnologia mais promissora para eliminar progressivamente os combustíveis fósseis de nossa casa, aproveitando as energias renováveis.

 

Acelerar o ritmo de renovação das cidades deve estar na agenda de recuperação de todos os governos. Ao renovar os espaços em que as pessoas vivem e trabalham para serem mais eficientes em termos de energia e resistentes às alterações climáticas, estamos a impulsionar as economias locais impulsionadas, a permitir que as cidades atinjam as suas metas de sustentabilidade e reduzir a pegada de carbono enquanto recuperam da crise atual.

 

Lisboa, 29 de maio de 2020

A Direção Nacional da Quercus