Segundo dados do Ministério do Ambiente, estão armazenadas em Sines cerca de 140 mil toneladas de resíduos industriais perigosos resultantes da actividade daquele pólo industrial, os quais o Governo poderá vir a enviar para co-incineração.
Trata-se de resíduos históricos que estão sob a responsabilidade do Ministério do Ambiente, tendo o seu tratamento de ser suportado por dinheiros públicos, pelo que a Quercus solicitou ao Ministério do Ambiente que lançasse um concurso público para a resolução deste passivo ambiental, e de uma forma transparente proceda à escolha da melhor solução do ponto de vista económico e ambiental.
Com efeito, os resíduos em causa poderiam ser tratados directamente por co-incineração em cimenteiras, mas dadas as suas características também podem ser tratados ou minimizados localmente.
Sendo constituídos essencialmente por água, hidrocarbonetos e materiais inertes, estes resíduos poderiam sofrer um processo prévio de separação das diversas fracções de forma a minimizar os custos de tratamento e o impacte ambiental do processo.
Os sedimentos poderiam ser descontaminados por processos físicos ou biológicos, enquanto que os hidrocarbonetos poderiam ser utilizados como combustível dentro das especificações previstas pela legislação.
A água poderia ser reenviada para a ETAR de Santo André, uma vez que existe uma conduta que liga esta ETAR às lagoas onde os resíduos estão depositados.
Também existe a possibilidade de se realizar uma descontaminação global destes resíduos através de processos biológicos de degradação dos hidrocarbonetos e separação da água.
Face às existência de diversas alternativas de tratamento, para além de outras que possam entretanto surgir, a Quercus irá pugnar para que este processo decorra com a maior transparência, de forma a que os dinheiros públicos sejam gastos numa solução económica e ambientalmente sustentável.
Lisboa, 16 de Maio de 2006
Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza