Terminou a 7 de abril de 2015, a consulta pública ao Estudo de Impacte Ambiental (EIA) do Projeto de Sobreequipamento do Parque Eólico da Arada/Montemuro – 2ª fase. A Quercus vem, uma vez mais, demonstrar a sua indignação e desagrado com a anunciada intenção de aumentar o número de aerogeradores numa área inserida na Rede Natura 2000, mais concretamente nos Sítios de Importância Comunitária “Serra de Montemuro” e “Serras da Freita e Arada”.
O projeto Sobreequipamento do Parque Eólico da Arada/Montemuro – 2ª fase, promovido pela empresa Eólica da Arada – Empreendimentos Eólicos da Serra da Arada, S.A. e licenciado pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA), surge com o objetivo principal de reforçar a capacidade de produção média anual de energia elétrica em 38,4 GWh no Parque Eólico da Arada/Montemuro.
Contudo, em causa está a instalação de mais seis novos aerogeradores, que se juntarão aos 56 já existentes nos três Subparques que constituem este parque eólico – Subparque Eólico da Carvalhosa, Subparque Eólico de Picão e Subparque Eólico da Arada – Núcleo da Manhouce. Em causa estão duas áreas sensíveis que apresentam estatuto de proteção europeu, através da classificação atribuída no âmbito da Rede Natura 2000, designadas por Sítio Serra de Montemuro – PTCON0025 e Sítio das Serras da Freita e Arada – PTCON0047.
ICNF reconhece impactes sobre as populações do lobo-ibérico
A instalação dos novos equipamentos, para além de implicar, na fase de construção, a destruição de coberto vegetal e perturbações irreversíveis ao nível da flora e fauna selvagens, acarreta igualmente, durante a fase de exploração, um elevado risco de morte de espécies da avifauna por colisão com os aerogeradores, impactes que são inadmissíveis tratando-se de áreas inseridas na Rede Natura 2000.
Por outro lado, de acordo com o parecer do Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF) ao EIA, “as soluções propostas geram impactes não negligenciáveis (…), designadamente, sobre o lobo-ibérico”, uma subpopulação que se encontra em grave risco de extinção, pelo que este facto deveria ser um motivo suficiente para que o projeto não fosse sequer ponderado. Neste contexto, a Quercus não pode deixar de manifestar a sua total oposição à concretização deste investimento em Rede Natura 2000, tendo esta posição sido comunicada à autoridade de Avaliação de Impacte Ambiental.
Por último, é importante referir que a Quercus apoia o investimento em energias renováveis. Porém, é inequivocamente contra a instalação de infraestruturas deste tipo, de grandes dimensões, em áreas classificadas, incluindo todas as situações que envolvam a instalação de novos aerogeradores em parques já existentes. Como tal, a Quercus apela desde já aos investidores e aos promotores que optem por outras localizações sob pena de se promoverem conflitos desnecessários e o uso de recursos em projetos insustentáveis.
A Direção Nacional da Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza