O Parque Natural do Tejo Internacional foi criado a 18 de Agosto de 2000, embora a área já tenha sido declarada como ZPE (Zona de Protecção Especial) a 23 de Setembro de 1999, pela sua importância no que respeita, sobretudo, à avifauna com elevado estatuto de conservação.
Das espécies presentes, realçam-se a cegonha-preta (Ciconia nigra), a águia-real (Aquila chrysaetos), a águia-imperial (Aquila adalberti), a águia de Bonelli (Hieraaetus fasciatus), o abutre do Egipto (Neophron percnopterus), o grifo (Gyps fulvus), o abutre-preto (Aegypius monachus), o bufo-real (Bubo bubo), o falcão-peregrino (Falco peregrinus), o peneireiro-das-torres (Falco naumanni) e o chasco-preto (Oenanthe leucura).
No que se refere à flora e vegetação destacam-se os extensos montados de azinho (Quercus rotundifolia Lam.) e sobro (Quercus suber L.), os zambujais (Olea europaea L. var. sylvestris) (Miller Lehr), as comunidades relíquia de zimbro-bravo (Juniperus oxycedrus L.) e vastas manchas de matagal mediterrânico bastante diversificado.
Nos diversos ecossistemas do PNTI encontram-se já inventariadas cerca de 300 espécies de plantas, 24 de fungos, 154 de aves, 44 de mamíferos, 15 de anfíbios (das 17 existentes em Portugal), 20 de répteis (das 27 presentes no território nacional), 12 de peixes, 153 de insectos, entre outras.
A criação do Parque culminou uma longa luta da Quercus, que desde 1988 a partir de uma campanha conjunta com a associação congénere espanhola ADENEX da Extremadura, vinha exigindo a criação desta área protegida, compromisso aliás que Portugal tinha assumido desde que foi aprovado pela União Europeia o projecto Tejo Internacional que estas associações apresentaram no final dos anos 80.
Infelizmente o Parque Natural tem estado dotado de poucos meios para cumprir a sua missão e em diversas ocasiões tem havido permissividade relativamente à gestão de conflitos com interesses privados nomeadamente no que respeita a licenciamentos de construções e à abertura de caminhos em áreas sensíveis para a conservação da natureza.
Criticamos também a definição de limites do Parque Natural que corresponde a estreita faixa ao longo do Tejo deixando de fora áreas importantes do planalto adjacente onde também se situa o nosso Monte Barata.
A Quercus continua no entanto empenhada em colaborar com o ICN ciente de que é fundamental a conjugação de esforços e de que tem pessoas no terreno conhecedoras da região, bem como estruturas que devem ser valorizadas para bem do ambiente cuja preservação constitui o objectivo último da criação desta área protegida.
Em Abril de 2004, por ocasião das “Jornadas do Ambiente”, o Sr. Presidente da República, Dr. Jorge Sampaio, efectuou uma visita ao PNTI, nomeadamente a um dos locais geridos pela Quercus, o observatório de Aves dos Alares, local onde se pode desfrutar de uma ampla panorâmica sobre o vale encaixado deste rio e observar a elevada riqueza faunística aqui existente.
Durante a visita, a Quercus entregou a Jorge Sampaio um dossier alusivo à actividade da Associação na região bem como aos problemas com que se depara esta Área Protegida e a política de conservação da Natureza em geral.