Segundo os dados da Câmara Municipal de Lisboa, a recolha selectiva porta-a-porta apresenta taxas de reciclagem muito superiores às dos ecopontos, sendo que para os plásticos e metais esse aumento ronda os 200%, enquanto que para o papel e cartão é de cerca de 75%.´Também em termos económicos a recolha porta-a-porta apresenta vantagem sobre os ecopontos, uma vez que reduz substancialmente os custos de recolha e tratamento de resíduos indiferenciados.
Infelizmente, a nível nacional apenas 4% dos cidadãos têm acesso a este tipo de sistema, o que na opinião da Quercus tem sido um factor limitante para se atingirem níveis de reciclagem mais ambiciosos.
A mais elevada taxa de reciclagem obtida pela recolha porta-a-porta justifica-se pelo facto de, neste sistema, os cidadãos não terem de se deslocar até aos ecopontos, evitando os inconvenientes daí decorrentes, uma vez que o local de deposição dos materiais recicláveis se encontra junto ao dos outros resíduos, ou seja junto às suas casas.
O menor custo do sistema porta-a-porta em relação aos ecopontos justifica-se principalmente com a substituição dos dias de recolha de resíduos indiferenciados por dias de recolha selectiva, deixando de existir os custos com a recolha dos ecopontos.
Assim, praticamente com os mesmos recursos fazem-se dois serviços, a recolha selectiva e a dos indiferenciados. Sendo que no caso de Telheiras serão gradualmente substituídos 3 dias de semana de recolha indiferenciada por 3 dias de recolha selectiva porta-a-porta.
De referir que enquanto os circuitos de recolha de indiferenciados constituem apenas uma despesa para as autarquias, os de recolha selectiva permitem a redução no custo do tratamento dos resíduos e ainda receitas pela entrega de materiais recicláveis.
A Quercus tem apoiado a estratégia da Câmara Municipal de Lisboa de alargar gradualmente a recolha selectiva porta-a-porta a novas zonas da cidade, uma vez que considera que desta forma a capital do país poderá ser um exemplo para as restantes autarquias ao nível da reciclagem.
A Quercus irá solicitar uma reunião ao Ministério do Ambiente para apresentar estes resultados, de forma a que essa entidade possa agir no sentido de promover a recolha selectiva porta-a-porta junto do maior número possível de autarquias.
O Centro de Informação de Resíduos da Quercus – ANCN