Mais de 90 animais internados em simultâneo
Ingresso recorde de 250 animais
Os grandes incêndios que se têm feito sentir, associados à vaga de calor e seca extrema em grande parte do território nacional estão a provocar um aumento fora do normal nos ingressos de fauna selvagem ferida no CERAS, o hospital de fauna selvagem da Quercus em Castelo Branco. O
CERAS- Centro de Estudos e Recuperação de Animais Selvagens de Castelo Branco, recebe em média cerca de 200 animais por ano, na semana passada este número já tinha sido ultrapassado com 250 entradas, sendo que ainda estamos a metade do ano, pelo que é expectável que este número duplique até ao final de 2017. Nas últimas semanas chegaram a estar ingressados em recuperação mais de 90 animais em simultâneo, sendo que de momento se encontram cerca de 50 animais internados, de espécies tão diferentes como cegonhas, abutres, mochos, abelharucos, várias espécies de águias, esquilos, entre muitas outras.
Todas estas espécies selvagens são protegidas por lei e algumas delas encontram-se em perigo crítico de extinção como a rara Águia-imperial-ibérica com uma população em Portugal de apenas 13 casais. Todas estas espécies têm um papel ecológico de regulação muito importante nos ecossistemas e contribuem para o controle de pragas e doenças. Os animais têm chegado ao CERAS através das autoridades responsáveis pela recolha de fauna (GNR-SEPNA e ICNF) mas uma parte significativa também tem sido entregue por particulares.
A Quercus apela a mais voluntariado e a donativos
Face a este aumento significativo de ingressos a Quercus apela ao reforço no voluntariado, para ajudar as equipas existentes, em particular aos fins de semana. Atualmente as tarefas diárias no centro passam por alimentar crias de 3 em 3 horas, realizar tratamentos, preparar a alimentação dos animais, limpeza e manutenção de instalações ou ajudar nas ações de sensibilização e devolução à natureza dos animais recuperados. Para ajudar pode tornar-se voluntário, fazer um donativo em dinheiro ou em géneros ou ainda apadrinhar um animal em recuperação.
Apadrinhar um animal
O apadrinhamento de um animal é uma forma original de conhecer e colaborar na preservação de diferentes espécies de fauna selvagem. O padrinho torna-se desta forma um membro ativo na dinamização da recuperação de animais selvagens em Portugal. Os padrinhos recebem em
troca um certificado de apadrinhamento, Informação da evolução da recuperação do seu animal e poderá assistir à sua libertação quando chegar a altura de o devolver ao meio natural.
Pode consultar os animais para apadrinhamento em:
http://tinyurl.com/hq84r9a
O que fazer se encontrar um animal selvagem ferido
Quando se encontra um animal selvagem ferido é preciso ter algum cuidado, o animal está assustado e, apesar de estar ferido, pode atacar e magoar quem se aproximar.
Fique a saber o que fazer se encontrar um animal ferido:
1 – Aproxime-se com cuidado e cubra o animal ferido com uma toalha ou pano, de modo a privá-lo da visão e para que não o possa ferir enquanto o apanha.
2 – Se tiver uma caixa de cartão, de preferência pouco maior do que o animal, coloque-o lá dentro, perfurando-a previamente. Se não tiver, enrole a toalha que usou à volta do animal para lhe limitar os movimentos, de forma a proteger-se a si e a ele próprio. Se tiver luvas grossas – de cabedal ou de jardinagem – use-as.
3 – Contacte as entidades competentes para procederem à recolha do animal e o encaminharem para os Centros de Recuperação de Animais Selvagens mais próximo pelo SOS Ambiente -808200520
4 – Até à recolha mantenha o animal ferido num local calmo, escuro e aquecido. Evite contactos excessivos. Não lhe dê alimento nem medicação.
5 – Recolha todas informações sobre o local e condições em que o encontrou (ex: junto a uma estrada, linha de água, reserva de caça, linha elétrica, etc).
6 – Se não se sentir confortável a manipular o animal ferido, contacte diretamente o SEPNA e vigie-o para garantir que ele não se esconde antes de chegar ajuda.