Quanto tempo falta para a extinção deste Felino majestoso?
Os tigres, contrariamente ao que é comum pensar-se, não existem em África em estado selvagem, mas apenas em cativeiro. Os tigres selvagens habitam sim em florestas dotadas de árvores e de uma vegetação alta e densa, que lhes permita camuflarem-se e protegerem-se do sol ou que lhes facilitem a proximidade da água e das suas presas. Na natureza podem ser localizados em locais como Amur-Heilong,Himalaias Orientais,Bornéu, Sumatra ou noGrande Mekong. (IUCN, 2016).
Esta espécie é geralmente solitária com bases prioritárias, como por exemplo, a disponiblilidade de uma extensa área territorial. Esta necessidade varia consoante as presas necessárias para se alimentarem. (Gandra, 2015)
Sabe-se que até ao inicio do século XX era possível encontrar 9 subespécies distintas de tigre: Tigre-de-java (Panthera tigris sondaica),Tigre-de-Bali (Panthera tigris balica), Tigre-Cáspio ou Tigre-Persa (Panthera tigris virgata), Tigre-da-Sumatra (Panthera tigris sumatrae), Tigre-Siberiano (Panthera tigris altaica), Tigre-de-Bengala (Panthera tigris tigris), Tigre-do-Sul da China (Panthera tigris amoyensis), Tigre-da-Indochina (Panthera tigris corbetti) e Tigre-Malaio (Panthera tigris jacksoni). Infelizmente as três primeiras referidas anteriormente não sobreviveram, tendo sido extintas e mais três delas estão em risco de extinção (Gandra, 2015) .
Figura 1: Diferentes subespécies do Tigre (WWF, 2016)
Segundo a WWF (2016), o número de tigres finalmente demonstrou uma tendência positiva, passando de 3200 para 3890 exemplares, nos estudos mais recentes. Embora estes dados sejam animadores, é de extrema importância referir que no século passado foram registados cerca de 100.000 tigres na natureza. Estas estatísticas vêm reforçar a necessidade de continuidade da protecção desta espécie.
É referido ainda pela WWF que a extinção destes felinos se deve a diversas causas como a destruição do seu habitat (para construções de estradas ou outras obras) ou as alterações de habitat devido à pressão agrícola ou à procura de madeira nas florestas onde os tigres habitam. Desde o século passado os tigres perderam cerca de 93 % do seu habitat.
A Quercus recorda que as alterações climáticas são uma fonte de preocupação devido ao aumento do nível do mar. Esta consequência ameaça principalmente as florestas da costa do Oceano Índico, que contêm o maior número de exemplares de felinos. Prevê-se a destruição, quase total, do habitat dos tigres aí residentes até 2070, se for mantido o avanço atual.
A causa mais combatida tem como foco a intervenção humana, desde a caça furtiva ao conflito territorial da espécie com as populações. Enquanto as populações humanas se expandem, os tigres são obrigados a reduzir o seu território, gerando um conflito entre a espécie e outros animais ou mesmo com os habitantes locais, acabando estas situações maioritariamente em tragédia.
Mais do que um predador respeitado, o tigre é conhecido pela sua beleza rara. A caça ilegal é justificada pelo padrão invulgar da pele, para o uso de partes do corpo para medicina popular (nunca foi provado a sua eficiência) ou a prova de “bravura” de quem os persegue.
Nesta data a Quercus lembra que é urgente promover projetos e impedir o novo declínio dos tão aclamados felinos, como foi o consagrado no ano de 2010 através do Dia do Tigre. Anunciado em St. Petersburg e celebrado entre 13 países, este delineamento teve como principal objetivo duplicar o número de exemplares registados nos países que se comprometeram nesta importante disputa.
Quase dois anos depois foi criada o Global Tiger Recovery Program Implementation Plan 2013-14, um dos grandes marcos para a luta contra a extinção, que tem como base a cooperação internacional entre diferentes entidades tais como: CITES-Secratariat (Convention on International Trade in Endangered Species of Wild Fauna and Flora), GEF (Global Environment Facility), IFAW-WTI (International Fund for Animal Welfare -Wildlife Trust of Indi), INTERPOL (International Police), KWF (Forest Work and Technology), WCS (Wildlife Conservation Society) , The World Bank Group, SCBI Smithsonian Conservation Biology Institute), WWF (World Wildlife Found), UNDP (United Nations Development Programe). (IUCN, 2013-14).
Lisboa, 29 de Julho de 2016
A Direção Nacional da Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza