O Dia da Floresta Autóctone, 23 de novembro, é assinalado no Outono para realçar que esta é a altura do ano mais propícia para a plantação de árvores nativas de Portugal, pois há mais humidade no solo e prevê-se que haja mais precipitação nos meses seguintes, necessárias para que as árvores jovens recentemente plantadas possam sobreviver.
Este dia serve também para promover a importância da conservação das florestas naturais. As folhosas perenifólias correspondem a um terço de área florestal (34%), com os montados (sobro e azinho) a ocupar cerca de um milhão de hectares, no levantamento de 2015.
Em 2016, a Quercus apelava em comunicado (1) à proteção dos carvalhos em Portugal. A proteção destes Carvalhais refletir-se-ia ao nível da conservação da natureza, em particular pela capacidade de promover a diversidade da fauna e da flora, estabelecendo um património natural e ambiental, que são a fonte de diferentes formas de vida essenciais e inteiramente imprescindíveis para a riqueza do nosso país.
Porque desaparece a nossa floresta autóctone?
O principal problema do desaparecimento da nossa floresta autóctone deve-se principalmente ao abate de árvores com a ausência de uma reflorestação com espécies autóctones, à construção de infraestruturas e edificações, ao pastoreio excessivo, pela demora de crescimento, à substituição por espécies exóticas, como o eucalipto, ou até à ação e recorrência do fogo.
Quercus faz trabalho permanente na defesa dos bosques autóctones
Todos os anos a Quercus chama a atenção para a importância dos nossos bosques autóctones, sendo uma das missões da Associação (2) realizar um trabalho contínuo nessa área com diversos projetos, entre os quais: Criar Bosques (https://criarbosques.wordpress.com); Floresta Comum, (http://www.florestacomum.org) ou a promoção de espécies específicas como o Teixo (www.lifetaxus.quercus.pt) ou o mostajeiro (https://beira.pt/portal/noticias/quercus-vai-plantar-mostajeiros-no-concelho-do-sabugal).
Este ano, para além de darmos o pontapé de lançamento nas plantações que realizamos anualmente, que devido à pandemia começaram mais tarde, lançamos também a campanha anual do Green Cork escolas.
Floresta autóctone e a resiliência do território
A floresta autóctone contribui também para a resiliência do território face às alterações climáticas. A Quercus está a participar no LIFE LiveAdapt (2018-2022), um projeto financiado pelo programa LIFE da União Europeia, que reúne uma equipa multidisciplinar de entidades de Espanha, Portugal e França, em busca de soluções para o combate às mudanças climáticas nos modelos extensivos de produção animal no sul da Europa, onde se incluem os sistemas agro-silvo pastoris de montado de Quercus suber (sobreiro).
Lançamento da campanha Green Cork Escolas
Também para comemorar o Dia da Floresta Autóctone, a Quercus lança uma nova campanha do projeto Green Cork Escolas, em parceria com a Missão Continente. Esta iniciativa está a recolher rolhas usadas para reciclagem, as quais revertem para a plantação de milhares de árvores autóctones. As Escolas e IPSS que quiserem participar podem realizar a sua inscrição em http://www.greencork.org, podendo ver o seu esforço reconhecido no final da campanha com a entrega de prémios de acordo com a quantidade de rolhas de cortiça recolhidas.
Esta recolha contribui para:
- – Reduzir a quantidade de resíduos enviados para aterro sanitário ou incineração;
- – Defender a rolha de cortiça como produto plenamente ecológico;
- – Plantar espécies autóctones através do retorno da recolha de rolhas que permite o financiamento de iniciativas apoiadas pelo projeto Floresta Comum.
Neste ano letivo, o projeto Green Cork Escolas promoverá várias iniciativas, tais como enfeites de Natal com reutilização de resíduos; concursos sobre o Ano Internacional da Eliminação do Trabalho Infantil; o concurso Direitos em Cortiça, para o Pré-Escolar e 1º Ciclo; o concurso Sobreiro dos Direitos, para os 2º e 3º Ciclos e o concurso Direitos, Cortiça e … Ação, para o Ensino Secundário.
Ainda no âmbito do projeto Green Cork, a Quercus vai estar no dia 25 de novembro em Celorico de Basto, onde serão plantadas 18 árvores autóctones, uma em cada instituição de ensino do agrupamento de escolas deste município.
A Quercus estará ainda durante o dia de hoje na Tapada da Escola Básica José Régio, em Portalegre, onde numa atividade ao ar livre os alunos irão identificar, fotografar e desenhar várias espécies de seres vivos existentes no local.
Campanha Uma Árvore pela Floresta decorre até final do ano
Até ao final do ano, está a decorrer a 7ª edição da campanha Uma Árvore pela Floresta (4), uma iniciativa da Quercus e dos CTT que já plantou quase 100 mil árvores autóctones no nosso país.
Por apenas 3 euros e meio, cada kit comprado nas 300 lojas dos CTT ou na loja online (5) garante a plantação de uma árvore em Áreas Protegidas afetadas pelos incêndios, na Primavera de 2021.
Através do código presente em cada kit é possível registar a árvore no site oficial e saber em que local a mesma será plantada.
Lisboa, 23 de novembro de 2020
A Direção Nacional da Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza